CRÔNICAS QUE VIVI
CRÔNICAS QUE VIVI

10/2025

Dia desses adentrei uma lan house com o objetivo de tirar umas xerox de alguns documentos. Apesar de espaçoso, o ambiente não era nada agradável. Paredes sujas, piso meio desgastado, mal iluminado. Havia várias tvs utilizadas para jogos, o som de "metralhadoras", narração de futebol, era estridente. Observei o jogo escolhido por um adolescente, que tinha entre quinze e dezesseis anos. O personagem era um bandido, fugindo da polícia, que trocava tiro com a mesma. O bandido parou em um posto de gasolina, entrou na loja de conveniência e atirou no balconista, matando-o. Depois saiu da loja e reiniciou a troca de tiro com o militar novamente. Fiquei muito admirada com aquilo. Me perguntando se os pais do garoto tinham conhecimento da escolha do filho, muito provavelmente não.

Esse jovem, se tem dezesseis anos, já pode fazer escolha pelo político que governará sua cidade, seu Estado, seu país. Já haveria aí a valorização da bandidagem? Talvez, colocado dessa maneira, soe muito forte. Mas que outra expressão escolher? Se há, Por quê? Dinheiro fácil? Influência dos próprios jogos? Filmes? Educação que não veio, muitas vezes, de um lar desestruturado? Considerações de falso "heroismo" em detrimento do policial que persegue o marginal? Entenderia ele o criminoso, como vítima da sociedade? Quem seria esse jovem no futuro? O que ele já trazia dentro de si, em relação à vida, sonhos, propósitos...? Que educação ele estaria recebendo da escola? A mesma proporcionava debates, palestras? Achei deveras preocupante.

***

Eu passei por uma situação desagradável. Trabalho contei para determinada mãe duas atitudes da filha adolescente. A princípio contei apenas uma situação, ela recebeu bem e disse que viria a escola para resolver. Horas depois contei-lhe a outra situação, depois de meditar um pouco sobre o fato, pois considerei que ela, como mãe, precisava saber, para que a filha fosse corrigida e não permanecesse no erro e futuramente não aprontasse uma coisa pior. Não foi tão grave, mas foi um pouco grave. Eu visei somente o bem, qual foi minha surpresa quando ela mudou totalmente o discurso se utilizando de expressões do tipo: "não aceito acusações, eu sei a filha que eu tenho criado, sei a pessoa, não admito que a senhora fale isso. Estou indo aí na escola, agora mesmo, resolver essa situação". e colocou em meio a tudo isso a possibilidade de eu sofrer um processo, caso eu estivesse errada. Sinceramente temi confusão, embora eu estivesse correta a respeito do que narrei para ela, seria muito desgastante, caso  isso desembocasse em outro caminho. fui dar uma olhada em seu perfil do whatsapp. Tinha boa aparência, mas sua vestimenta aparentava o aspecto meio "piriguete", para uma mulher um pouquinho madura. Isso denunciava a personalidade dela? E o resultado? Faz quase um mês e ela não apareceu na escola para esclarecer os fatos. A filha dela passa por mim toda plena, ciente da acobertagem, suponho. Minha conclusão? Nunca mais farei esse tipo de queixa, a  não ser de extrema necessidade, cada um continue com suas crias terríveis, incorrigíveis, sem impor nenhuma mudança. Todavia, quem vai sofrer com isso? A sociedade no futuro, abarrotada de pessoas afetadas por pais que não impõem limites, atingidos, ainda, por lares desajustados, filhos completamente sem freios, que não tem educação familiar, não tem nenhuma aproximação de Deus, de temor ao mesmo, de seguir os caminhos do Senhor Jesus, uma vez que isso proporciona transformação, comportamento moral, em algumas pessoas. Falo isso por presenciar esses desajustes nos adolescentes da escola pública da qual faço parte. Para se ter uma ideia, estamos com, aproximadamente, dez alunas, menores de dezoito anos, grávidas. E por que isso acontece? Orientação por parte dos pais, penso.