NÃO TEMAS!
Muitos são os nossos temores perante a vida, mas a palavra de Deus nos mostra que não devemos temer muito menos deixar que esses temores produzam atitudes que desagradem a Deus, que nos faz seguir por caminhos que Deus não aprova e que nos trazem grandes conseqüências, muitas vezes irreparáveis. Não podemos esquecer que temos um grande Deus.
GÊNESIS
1
“Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo” (Deus - Gênesis 15.1).
A primeira expressão “não temas” é encontrada no livro de Gênesis, no capítulo quinze, dita a Abrão, Deus ainda não tinha mudado o nome dele, servo do Deus Altíssimo.
Muito provavelmente Abrão temeu e ficou receoso, mesmo, mais tarde, ele sendo considerado o pai da fé. Aos setenta e cinco anos Deus lhe pede que saia do meio de sua parentela, de sua terra e fosse para um lugar desconhecido que o Senhor lhe mostraria à medida que ele prosseguisse. Não foram momentos fáceis, despedir-se de seus familiares, vizinhos e amigos, desapegar-se da comodidade do lugar, do que já havia conquistado. Havia os temores de se aventurar por um caminho desconhecido, como ser humano normal Abrão sentiu, suponho, todos esses sentimentos. Contudo, o mais importante para ele era obedecer ao Deus todo poderoso. Um servo temente não contraria Deus, a princípio até pode relutar, mas depois reconsidera que satisfazer a vontade de Deus é prioridade. “Quem contendeu com ele e teve paz”?
Muitas foram as adversidades nessa caminhada. Na terra de Canaã enfrentou uma grande fome, tanto que precisou sair de lá e descer até o Egito, em chegando ao Egito temeu perder a esposa, dada a beleza da mesma e a cobiça do faraó.
Abraão mudou-se de lugar em companhia de seu sobrinho Ló. Ambos tinham muito gado e empregados, estes começaram a brigar entre si, o que resultou na separação de tio e sobrinho. Mais tarde ele enfrentou uma luta com quatro reis que sequestraram seu sobrinho. Abraão era muito rico, porém sua vida não estava nada fácil. No entanto Deus afirma ser o escudo dele, o grande protetor.
Um dos temores de Abraão, retratado no pedido de Deus para que ele não temesse, foi a respeito de ainda não ter um filho. Abraão esqueceu-se que, anteriormente, Deus havia lhe dito: “Farei que os seus descendentes sejam tantos como o pó da terra”. Gênesis 13.16. Muitas vezes agimos assim. O tempo passa e nos esquecemos do que Deus nos prometeu.
Abarão expressa o medo de não ter um herdeiro, considerando sua velhice. Mas a Palavra de Deus nos ensina: “Haveria alguma coisa impossível para Deus?” Ele, triste, diz para Deus que este não lhe tem dado filhos e que seu herdeiro seria um empregado que nascera em sua casa. Deus insiste para ele não ter esse temor, e garante que o herdeiro dele não será seu empregado damasceno. Abraão creu. Abraão e Sara, sua mulher, eram idosos para terem filhos, mas Deus tem sempre uma solução, e surpreendente.
2
“Mas Deus ouviu a voz do menino; e o anjo de Deus, bradando a Agar desde o céu, disse-lhe: Que tens Agar? não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está” (Anjo - Gênesis 21.17).
Apesar de Abraão crer com convicção não teve firmeza ante a precipitação de Sara, sua mulher. Eles receberam a promessa de que teria um filho, mas o tempo de espera, a demora da resposta fez com que eles se precipitassem. Com certeza Sara o pressionava e se Deus lhe prometeu um filho nada demais que ela desse um “jeitinho” para que as coisas viessem acontecer. Então ela pediu que seu marido se deitasse com sua escrava, Agar, que engravidou. Essa precipitação causou desavença entre ela e a escrava, e esta passou a humilhá-la. Sara queixou-se a seu marido que permitiu que ela fizesse o que bem entendesse. Sara passa a maltratar a escrava e ela foge. No caminho encontra um anjo que a faz retornar para sua dona. A paz reina temporariamente. Passado um tempo Sara engravida e tem seu filho Isaque. Certo dia o rapazinho, Ismael, filho de Agar, que já tinha quatorze anos ou mais,estava brincando com Isaque. Isso despertou ciúme em Sara, causando-lhe o medo de seu filho, o direito de herdeiro primogênito, perder o direito de herança para o irmão mais velho, e ela toma a decisão de mandar a escrava embora com o filho que ela ajudou a criar. Agar sai novamente de casa angustiada, sem rumo, cheia de medo. Novamente ela encontra um anjo que pede para ela não temer e afirma que o menino também será uma grande nação.
O que vemos hoje é Ismael brigando com Isaque. Judeus palestinos tendo brigas sangrentas com judeus israelitas, hebreus contra árabes, em um conflito sem fim, tudo por desobediência a Deus, por impaciência, por não esperar o tempo determinado, estabelecido por Deus. A Bíblia nos ensina que há um tempo determinado para tudo. Esperemo-lo.
3
“E apareceu-lhe o Senhor na mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e te abençoarei e multiplicarei a tua descendência por amor do meu servo Abraão” (Deus - Gênesis 26.24).
Deus aqui fala com Isaque, filho de Abraão. Tal qual nos dias de seu pai, Isaque enfrentou um período de grande fome na terra em que habitava. Deus o alertou para que ele não fosse à busca de socorro no Egito. Isaque tomou a decisão de falar com Abimeleque, rei dos filisteus na cidade de Gerar. Foi nessa cidade que Deus falou com ele e ele permaneceu nela por um bom tempo.
Os moradores de Gerar começaram a ficar curiosos a respeito da bela mulher, Rebeca, que o acompanhava, assim como seu pai, Isaque não contou a verdade, por medo, e disse aos homens que a mulher era irmã dele. Mas certo dia o rei dos filisteus o flagrou brincando de forma íntima que logo o fez deduzir que a moça não era sua irmã e sim sua esposa e este o repreendeu, pois os homens poderiam tomá-la por mulher e assim sobrevir castigo para os mesmos. Depois disso o rei deu ordem para que ninguém os importunasse.
Isaque prosperou muito na terra dos filisteus, por meio da agricultura, do gado, de animais de um modo geral. Tornou-se um homem muito rico, causando inveja aos moradores do lugar, raivosos estes moradores entupiram com terra, com pedregulhos, alguns poços que os empregados de Abraão tinham cavado, para que assim não jorrasse água para o abastecimento da fazenda de Isaque.
Quando o rei percebeu toda essa contenda exigiu que Isaque saísse do lugar com tudo que lhe pertencia, pois temeu o poderio de Isaque. Isaque mudou-se e se estabeleceu em um vale, distanciando-se da cidade dos filisteus.
Muitos temores sobrevieram a Isaque. Ele saiu de onde estava estabelecido por duas vezes, enfrentou a fome, deparou-se com a perseguição dos filisteus. Mas Deus garantiu que estava com ele: “Eu sou contigo”.
4
“Quando ela estava nas dores do parto, disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho” (Parteira - Gênesis 35.17).
Essa expressão não foi dita da parte de Deus, mas foi pronunciada por uma pessoa conselheira, com a intenção de acalmar a pessoa que estava com medo, no caso Raquel, mulher de Jacó, em um exemplo de como procedemos muitas vezes.
Isaque foi o pai de Esaú e Jacó. Esaú era o primogênito, o herdeiro das principais bênçãos como filho mais velho. Certa vez Esaú chegou do campo, cansado e com muita fome. Encontrou Jacó fazendo um belo cozinhado, Esaú pediu para comer, Jacó, usando de esperteza disse-lhe que só daria o cozido se ele trocasse a comida pelo direito da primogenitura, pelos direitos de filho mais velho. Esaú, sem temor algum da conseqüência dessa troca, sem fazer uso da razão e com certo desdém por esses direitos, sem relutar jurou que passaria essa herança para seu irmão em troca de um simples prato de comida. Assim foi feito.
Para que essa herança fosse completa seria necessária a benção de seu pai Isaque, para isso Jacó engana seu pai e usurpa a bênção primordial pertencente a seu irmão. Essa trama gerou ódio em Esaú que planejou matar Jacó.
Para escapar do irmão, Jacó, com o conselho e ajuda de sua mãe Rebeca, segue para Harã, onde reside a família dela e passa a morar com seu tio Labão. Lá fica trabalhando com o mesmo.
Labão tem duas filhas chamadas Leia, a mais velha, e Raquel, a mais nova. Raquel era muito bonita, Leia não era tão atraente. Jacó logo ama Raquel e propõe trabalhar sete anos, como uma espécie de dote, por ela. Prontamente Labão concorda. Passado os sete anos dá-se o casamento, é nesse exemplo que aquilo que fazemos ao próximo volta para nós. O pai da moça deu uma grande festa, após isso os dois vão para seus aposentos. Provavelmente as vestes de noiva não mostravam a pessoa por trás da roupa e os noivos se reencontraram na noite de núpcias sem se verem. No dia seguinte Jacó, muito contrariado, percebeu que fora vitima de uma trapaça. Ao invés de seu sogro entregar-lhe Raquel deu como esposa a Jacó Léia, alegando que a filha mais moça não podia casar primeiro, conforme o costume e se ele quisesse realmente conquistar Raquel teria que trabalhar mais sete anos pela mesma. Jacó sentiu na pele o que era ser enganado, mas não relutou em trabalhar mais sete anos, somando assim quatorze, para ter a sua amada.
Raquel era muito abençoada com o amor especial de Jacó, mas era estéril, Leia ao contrário; compensava essa lacuna em sua vida dando filhos a seu marido. Raquel sofria muito, pois a esterilidade era uma desonra. Ela ficou desesperada e passou a ter filhos por meio de sua serva Bila, “emprestando-a” a seu marido para servir de barriga de aluguel e assim ela poder “ter” dois filhos.
Passado um tempo lembrou-se Deus de Raquel e ela engravidou pela primeira vez. O nome de seu primeiro filho biológico era José. Mais outro tempo e ela engravidou pela segunda vez. Com certeza foi uma gravidez difícil, assim como o parto, e um filho muito esperado. Ante seu sofrimento na hora de ter o bebê a parteira disse: “Não temas, pois terás esse filho”. Realmente Raquel teve o filho, Benjamim, mas faleceu nesse parto.
5
“Falou Deus a Israel em visões de noite, e disse: Jacó, Jacó! Respondeu Jacó: Eis-me aqui. E Deus disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito; porque eu te farei ali uma grande nação” (Deus - Gênesis 46.2,3).
Jacó teve doze filhos, que representam as doze tribos de Israel, além de uma menina. Dentre esses filhos encontrava-se José, um de seus filhos mais novos e filho de sua amada Raquel. Rubem, o mais velho, seria o herdeiro da primogenitura, porém perdeu-a por ter se deitado com a serva que era mulher de seu pai. Parte de seus outros irmãos não tinha bom comportamento, porém José, o penúltimo filho, destacava-se por ser um jovem obediente a Deus, ao seu pai e comprometido com suas responsabilidades. Com isso, dia a dia ganhava a confiança, a dedicação e a deferência de seu pai, o que despertou a inveja e o ódio de seus irmãos.
Certa noite José teve um sonho e contou que estavam no campo amarrando feixes de trigo, o feixe dele ficava de pé e os feixes de seus irmãos se curvaram diante do feixe dele. Os irmãos tiveram mais ódio ainda e rebateram a suposta possibilidade de José os governar.
Certa vez Jacó mandou os filhos mais velhos levarem as ovelhas e as cabras para pastarem em determinada região. Desconfiados deles Jacó mandou José procurá-los para saber se estava tudo bem. José os encontrou em outra região, ao avistá-lo seus irmãos planejaram matá-lo, mas um dos irmãos não quis que o matassem, mas que o vendessem para um grupo de mercadores que o levaram para o Egito. A seu pai foi dito que José fora morto por uma fera do deserto. Jacó sofreu tremendamente com a suposta morte de seu filho favorito.
No Egito José foi arrastado para a prisão por ter rejeitado a sedução da esposa do oficial, capitão da guarda do palácio de Faraó, chamado Potifar, o senhor que lhe comprara. Passado algum tempo José interpreta o sonho de dois prisioneiros, funcionários do rei, garantindo que um deles, o copeiro, seria restituído a seu cargo e quando isso acontecesse lembrasse-se dele, mas o tal o esqueceu. Dois anos depois foi a vez de Faraó ficar perturbado com um sonho e não havia quem o interpretasse. Foi aí que o copeiro lembrou-se de José e contou todo a Faraó, que o mandou chamar.
José interpretou o sonho de Faraó,com a previsão de sete anos de fartura e sete anos de fome, e este, impressionado com tamanha sabedoria, o tirou da prisão e o pôs sobre a governadoria de todo o Egito.
Ao término de sete anos de fartura a fome atingiu a terra de seus pais e irmãos, estes vieram ao Egito em busca de alimento e todos eles, com exceção de Benjamim, curvaram-se diante do governador do Egito, sem saber que se tratava de seu próprio irmão, tal qual no sonho dos feixes de trigo.
Finalmente José dá-se a conhecer a seus irmãos e manda buscar seu pai Jacó, para que venha com todos os seus irmãos, mulheres e filhos morarem no Egito. Passado a incredulidade do fato de José estar vivo, Jacó tem receio de descer ao Egito, mas Deus lhe fala em visões para ele não temer e empreender mudança, pois, por meio daquela família hebreia, Deus faria deles uma grande nação naquele lugar.
Determinadas pessoas podem nos esquecer em momentos cruciais de nossas vidas; mas Deus não nos esquece. Um simples sonho dado ao rei faraó e toda a vida de José é mudada. É assim que Deus faz: incomoda, tira o sono, angustia, dá sonho e por meio disso tudo pode fazer um grande movimento em nossas vidas.
6
“Eis aqui o Senhor teu Deus tem posto esta terra diante de ti; sobe, apodera-te dela, como te falou o Senhor Deus de teus pais; não temas, e não te assustes” (Moisés - Deuteronômio 1.21).
Observemos que além de “não temas”, há também a expressão “não te assustes”. São palavras de Moisés, ao povo o qual Deus ordenou que fossem conquistar a terra dos amorreus.
Moisés repreende o povo fazendo uma análise das atitudes dos mesmos. Lembrando-lhes de sua rebeldia quanto a conquistar a cidade que Deus falara.
Primeiro, já demonstrando temor, eles pediram que Moisés enviasse doze espiões e Moisés lhes lembra que assim o fez. Pegou um homem de confiança, guerreiro, de cada tribo, que foram espiar a terra. Dez deles voltaram apavorados, pois a cidade era muito fortificada, numerosa e tinha gigantes, ou seja, eles não deram ouvidos às palavras de Moisés, que, conhecendo bem o povo, pediu que não tivesse medo, no entanto eles fizeram ao contrário: tiraram o foco do grande Deus, que muito já tinha feito por eles e colocaram sua visão totalmente no problema; com exceção de Calebe e Josué, que procurou animá-los, lembrando que aquele povo não tinha um Deus tão poderoso como eles o tinham. Reforçou que eles não tivessem medo, pois, o “Senhor que vai adiante de vós, ele pelejará por vós, conforme tudo o que tem feito por vós”.Mesmo assim o povo se recusou a acreditar no que Deus poderia fazer como fizera tantas vezes, recolheu-se e passou a murmurar contra Deus, achando que Deus os empurrava para guerrear com os amorreus por que lhes odiava.
O castigo foi tremendo. Deus disse que o povo daquela geração adulta não entraria na Terra Prometida, mas pereceria, morreria, no deserto.
O que vem a ser a “terra prometida”? Antes de qualquer coisa, nossa salvação, mas, a priori, a solução para nossos problemas. Se colocarmos nosso foco no problema vamos perecer física e psicologicamente no deserto da vida. Aconteça o que acontecer nosso alvo é Deus, é Jesus. O que aconteceu com o apóstolo Pedro quando começou a caminhar sobre as águas? Passou a olhar para o vento, para a profundidade do mar, fortes para as ondas e esqueceu que Jesus estava bem ali, à sua frente. Por isso afundou. E o que dizer dos outros, que nem sequer tentaram?
7
“Prosseguindo Moisés, falou ainda estas palavras a todo o Israel,dizendo-lhes: Cento e vinte anos tenho eu hoje. Já não posso mais sair e entrar; e o Senhor me disse: Não passarás este Jordão.
O Senhor teu Deus passará adiante de ti; ele destruirá estas nações de diante de ti, para que as possuas. Josué passará adiante de ti, como o Senhor disse.
O Senhor, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará. Não temas, nem te espantes” (Moisés - Deuteronômio 31.1,2,3,8).
Novamente Moisés anima o povo. Que grande homem. Líder de uma grande nação, cheio de vigor, de fé. Lamentavelmente, porém, ele não entraria na Terra Prometida por causa do povo que o fez pecar. Deus o perdoou, mas a consequência do pecado não fora retirado. Temos que vigiar bastante para não pecarmos por indução, para não nos deixar ser levado pelos outros, por aqueles que não têm firmeza em Cristo Jesus, que não está alicerçado na Rocha eterna. Novamente Moises pede que o povo não se espante. O que o “espanto” pode fazer em cada um de nós? O espanto de medo mina nossas armas de coragem, nos acorrenta. Veja quantas palavras de encorajamento:
- O Senhor vai adiante de ti
- Ele será contigo
- Não te deixará
- Não te desamparará
Fico envergonhada ante minhas fraquezas, minha pequena fé e minhas limitações, lendo as palavras desse grande servo de Deus.
8
“Então disse o Senhor a Josué: Não temas, e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, levanta-te, e sobe a Ai...” (Deus - Josué 8.1).
Agora quem fala é o próprio Deus a Josué. Ele pede que Josué não tenha medo ante tamanha responsabilidade que era ser o novo líder de Israel. Veja a consonância entre Deus e Moisés, pois as palavras são as mesmas. Outra vez aparece a expressão “não te espantes”. O espanto causa assombro, susto e nos deixa pasmados, meio paralisados.
Deus dá mais uma ordem: levanta-te! Provavelmente Josué se prostrara um pouco em seu luto, por aquele que fora seu segundo pai, inclusive pai espiritual. Também perante a possibilidade de liderar tão numeroso povo. Quantas vezes nos prostramos por tão pouco, mas o Senhor estar sempre a pedir que nos levantemos.
9
“Saindo Jael ao encontro de Sísera, disse-lhe: Entra, senhor meu, entra aqui; não temas. Ele entrou na sua tenda; e ela o cobriu com uma coberta” (Jael - Juízes 4.18).
O povo de Israel estava, agora, sem seus dois principais líderes que haviam morrido. Nesse momento viviam sob a regência de juízes os quais Deus os levantava. Após a morte deles se levantou uma geração que não conhecia a Deus nem a grande obra que Deus fizera junto aquele povo. Por causa disso essa geração passou a cometer terríveis pecados de idolatria. Nessa época “não havia rei em Israel, cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Juízes 21.25). “Deixaram o Senhor e serviram a (estátua) de Baal e Astarote”, deuses de nações pagãs “pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel”. Assim sendo Deus, como castigo, os entregava ao poder de nações inimigas.
Nesse período quem os liderava era a profetisa Débora, também juíza do povo, que vinha até ela para consultá-la a respeito de como proceder perante tais inimigos e determinadas situações.
Débora intima Baraque que enfrente Sísera, capitão do exército de Jabim, rei de Canaã, e que não temesse aos numerosos soldados nem os muitos carros daquele comandante. Ele teme e só garante ir se ela for junto. Ela não se nega, mas afirma que a honra não será dele, dado sua covardia em obedecer a Deus, não confiar totalmente no que Deus falou, mas profetizou que a honra seria de uma mulher que enfrentaria o capitão.
Débora anuncia o momento exato do ataque do exército israelense e garante que o Senhor Deus já tomou a frente, o exercito age e vence. Sísera foge e vai parar na tenda de uma mulher chamada Jael. Ele chega fatigado e com muita sede. Ela corajosamente o atrai para sua tenda, o alimenta, o faz deitar-se e finge vigiar a porta da tenda. Quando ele está em profundo sono ela o mata com uma estaca em sua fronte. Pouco tempo depois chega Baraque e ela comunica o que fez e entrega o corpo de Sísera a ele, conforme profetizou Débora.
Qual a lição que nós podemos tirar daí? É que a covardia, o temor, não nos dá honra e pode até nos fazer perder a batalha.
Muitas vezes não é o problema que nos afunda; somos nós que nos afundamos no problema.
10
“Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo, não temas; não morrerás” (Deus - Juízes 6.23).
Ainda no livro de Juízes essa recomendação agora é para Gideão.
Por causa do pecado os israelitas estavam sofrendo perseguição por parte do povo midianita. Tudo que Israel plantava eles destruíam, bem como os animais em geral. A perseguição foi tanta que parte deles se escondeu em cavernas.
Mas dentre os rebeldes havia um homem sincero diante de Deus e após o povo clamar o Anjo do Senhor visitou Gideão e o encontrou malhando o trigo no lagar, ou seja, para os midianitas não roubarem sua colheita ele debulhava-a no local onde se pisava uvas. Uma boa estratégia para fugir do inimigo, assim devemos fazer: usar de estratégia.
Logo que o Anjo chegou disse que o Senhor era com ele e o chamou de “varão valoroso”. Que maravilha, receber um elogio da parte do Senhor. Mas Gideão duvidou e contra-argumentou se o Senhor era com o povo, por que sobreveio todo esse mal? O Senhor insiste para que ele livre os israelitas da opressão do povo inimigo. A princípio ele se recusa e se sente inferior em todos os sentidos, contudo Deus insiste que será ele mesmo a fazer isso, pois Deus estará com ele. O diálogo entre ambos continua até que Gideão descobre que estivera conversando com o Anjo do Senhor face a face, por isso com certeza morreria, mas o Anjo disse que ele ficasse em paz, pois não morreria.
Mesmo tendo a palavra do Anjo Deus de que ele fora escolhido, que essa missão era para ele; ele não se conformou e foi pedir dois sinais da parte de Deus, como prova. Deus os concedeu, só aí ele tratou de ajuntar o exército para a peleja. Arregimentou trinta e dois mil homens para lutarem contra os midianitas, porém Deus não aceitou tal quantidade, afirmando que os mesmos iriam dizer que venceram, pois eram em bom número de homens. Foi feito uma seleção, estabelecida por Deus, que de princípio foi dado uma ordem: “os covardes e os medrosos voltem”. Era automático. Era ouvir e voltar. Não tinha como raciocinar: “estou com vergonha, vou ficar”. Voltaram vinte e dois mil, ficando apenas dez mil, desses ficaram apenas trezentos homens. Para que Gideão não temesse Deus concedeu-lhe outro sinal por meio de um sonho sobre vitória, que certo homem tivera.
Com apenas trezentos homens Gideão livrou o povo da servidão dos midianitas. Grande foi a vitória que Deus deu.
Não saiamos por aí fazendo as coisas de qualquer jeito. Mesmo algum profeta falando, peçamos sinal a Deus como prova antes de tomarmos certas atitudes ou ao assumirmos compromissos.
11
“Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseres te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa” (Boaz - Rute 3.11).
Essa é a história de Rute. Rute foi uma mulher especial. Era nora de Noemi.
Noemi, o marido e dois filhos haviam se mudado de Belém, a terra deles, onde havia uma forte fome, e foram para as terras Moabe em busca de melhoria de vida e, acima de tudo, sobrevivência. Não sabemos se esse casal consultou a Deus para ter a direção certa, afinal de contas Belém significa “casa de pão”.
Passado um tempo em Moabe,Noemi perdeu seu marido e seus dois filhos, ficando ela e as duas noras: Orfa e Rute. Provavelmente Noemi falava das maravilhas que era a sua terra antes da fome assolar e das maravilhas de seu grande Deus. Rute se converte.
Para Noemi, agora bastante amargurada, não havia outra solução a não ser despedir suas duas noras e voltar para junto de seus familiares em Belém, até por que ela ouviu falar que a fome havia passado em sua terra.
Orfa acatou o que Noemi falara, mas Rute, agora convertida, recusou e insistiu em acompanhá-la falando uma das mais belas declarações de amor que a Bíblia relata: “Respondeu, porém, Rute: Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada...” (Rute 1.16,17).
As duas voltaram para Belém e a outra nora voltou para seu povo.
Em chegando em Belém as duas trataram de tocar suas vidas. Porém, as duas viúvas não poderiam viver sós, seria adequado que se casassem nesse caso Rute que era ainda bem jovem. Era costume cultural o parente mais próximo do falecido casar com a viúva do mesmo.
Rute colhia trigo no campo de Boaz um parente, em idade madura, da família de Noemi, ele era filho de Raabe, e Rute já tinha certa amizade com ele, esta lhe sugeriu uma maneira bem inusitada de “pedir” Boaz em casamento: que ela ficasse atenta onde Boaz se deitaria no campo onde se dava a colheita e se deitasse aos seus pés. Era orar para ver como Boaz reagiria. Ele foi um cavalheiro. Elogiou-a bastante por ela não se sentir desesperada e sair procurando um jovenzinho qualquer. Boaz ficou mais ainda admirado da atitude daquela mulher, pois sua fama corria, ele disse:“a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa”. A boa fama de Rute, o que ela fizera com sua sogra já era conhecida da pequena cidade.
Ante tudo isso ele disse “não temas”. Já pensou se ele a recusasse?! Ela seria tida como precipitada, “oferecida” e toda sua boa fama iria por água a baixo. Mas tudo deu certo. Boaz casou-se com Rute e tiveram um filho chamado Obede; Obede teve um filho chamado Jessé e Jesse foi pai de Davi. Rute, então, foi bisavó do rei de Israel e por isso fez parte da genealogia de Cristo.
Tudo isso se deu por causa de sua conversão a Deus, renúncia e obediência.
12
“E, na hora em que ia morrendo, disseram as mulheres que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem deu atenção a isto” (Parteiras - I Samuel 4.20).
A mulher retratada nesse versículo citado é a mulher de Fineias, filho do sacerdote Eli, do comecinho da vida de Samuel.
Israel, por desobediência, estava sempre em contínua guerra com povos vizinhos, com nações estranhas, em especial o povo filisteu. Na etapa dessa guerra o povo filisteu roubou a Arca do Concerto, que era uma espécie de templo portátil. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, a arca representava a presença de Deus em Israel (Êx 25.10-22 e Nm 10.33-36). Os israelitas achavam que a arca seria uma garantia incondicional da presença, do favor e poder de Deus. Não compreendiam que na verdade essa condicionalidade estava ligada à obediência do povo.
A mulher de Fineias perdeu o marido e o cunhado todos no mesmo dia, e logo a seguir seu sogro. Estando ela grávida não suportou o choque durante o parto. As mulheres que estavam com ela sabiam de seu abatimento, para tentar animá-la pediu que ela parasse de ser dominada pelo medo depressivo, pois agora ela teria um filho para criar. Mas a Bíblia nos diz que ela não se importou com isso. Ela entregou-se à sua dor emocional. Ela não clamou a Deus, não insistiu com ele para que a salvasse, contudo ela tinha certa razão, o temor era o afastamento da presença de Deus dentre seu povo. A captura da arca poderia significar que Deus castigaria com tragédias pessoais e ausentaria a sua glória.
13
“Fica comigo, não temas; porque quem procura a minha morte também procura a tua; comigo estarás em segurança” (Davi - I Samuel 22.23).
Saul, primeiro rei de Israel estava desviado dos caminhos do senhor. Ele já havia percebido que Deus se afastara dele e que seu sucessor seria Davi, isso mesmo antes dele morrer. Então ele passou a perseguir Davi ferrenhamente. Desesperado para encontrar Davi ele foi à localidade onde viviam os homens que se preparavam para serem profetas e sacerdotes do Senhor e exigiu que o líder deles, Aimeleque, dissesse onde estava Davi. Como este recusou ele ordenou a morte de todos que estavam ali, oitenta e cinco homens, sacerdotes do Senhor, morreram à espada naquele dia.
Vemos aqui um ser humano se afundando passo a passo. O que é um reino, perto da obediência a Deus? Saul poderia tentar enxergar seus erros, aproximar-se de Deus, pedir perdão e entregar o reinado a quem Deus queria. Talvez isso acontecesse depois de sua pacífica morte, afinal, ele e Davi estavam sempre próximos. Eles poderiam reinar lado a lado, com união, até Deus tomar a decisão. Mas Saul não queria saber de democracia, ele queria o totalitarismo pessoal, custasse o que custasse e Deus foi se ausentando dele e ele foi cometendo barbaridade após outra.
Eram oitenta e seis homens. Um conseguiu escapar: Abiatar, filho de Aimeleque, para encontrar Davi. Davi demonstrou-se culpado e fez a grande declaração de amizade, de proteção. De um amigo disposto a dar a própria vida para proteger o outro.
14
“Vendo, pois, Davi que Saul saíra à busca da sua vida, esteve no deserto de Zife, em Hores.
Então se levantou Jônatas, filho de Saul, e foi ter com Davi em Hores, e o confortou em Deus; e disse-lhe: Não temas; porque não te achará a mão de Saul, meu pai; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe.E ambos fizeram aliança perante o Senhor...” (Jônatas - I Samuel 23.15-18).
Saul temia muitíssimo perder o reinado. Seu trono não seria repassado ao seu filho mais velho, Jônatas. Mas veja o proceder de quem teme a Deus e considera todas as demais coisas como refugo.
Sabendo de toda essa desavença por parte de seu pai contra seu amigo, íntimo, Davi, Jônatas vai ao encontro do amigo, conforta-o e lhe faz uma promessa profética:“não te achará a mão de Saul, meu pai; porém tu reinarás sobre Israel”. Jônatas poderia entrar na guerrinha pessoal de seu pai e brigar pelo lugar que seria dele por direito. No entanto, quem teme a Deus respeita sua vontade e se submete. Ele estava disposto a reinar lado a lado de Davi, em qualquer posição. Ele não dava importância para cargo, função, trono... E admitiu: “eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe”. Simples assim. Tudo estaria certo e haveria calmaria. No tempo apropriado Deus exaltaria Jônatas, caso ele não tivesse morrido em uma guerra, e seu pai também. Davi passou a reinar.
15
“Ao que o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a mulher respondeu a Saul: Vejo um deus que vem subindo de dentro da terra” (rei Saul - I Samuel 28.13).
Essa expressão “vejo um deus”, na verdade era um espírito.
Saul estava desesperado, desnorteado, sem a presença de Deus. O Senhor já não lhe dava nenhuma resposta. Virou-lhe as costas. O que deveria fazer ele? Insistir e insistir! Com oração, com humilhação, com súplicas e jejum. Mas ele próprio já não tinha nenhum sentimento de confiança. Descendo mais um degrau em sua derrocada fora procurar os serviços de uma feiticeira para que assim consultasse o espírito do profeta Samuel que havia morrido (veja o tópico 37 de “Anjos”, sobre esse tema).
Anterior a isso ele baixara um decreto expulsando de Israel todo feiticeiro e adivinhos. Agora ele próprio estava em busca de uma, que, ao descobrir que era o próprio rei procurando seus serviços, ficou apavorada. Mas ele pediu que ela não temesse.
16
“E Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, veio a Davi e, prostrando-se com o rosto em terra, lhe fez reverência. E disse Davi: Mefibosete! Respondeu ele: Eis aqui teu servo.
Então lhe disse Davi: Não temas, porque de certo usarei contigo de benevolência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai; e tu sempre comerás à minha mesa. Mefibosete lhe fez reverência, e disse: Que é o teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu?” (rei Davi - II Samuel 9.6-8).
Essa é uma das histórias mais bonitas que a Bíblia conta. História de grande vitória.
Houve guerra, nos tempos do rei Saul, dos filisteus contra os israelitas e nessa guerra morreram três filhos de Saul, dentre eles o melhor amigo de Davi: Jônatas. Além de toda a sua casa (I Cr 10.6). Mas ficou um sobrevivente.
Jônatas e Davi fizeram um pacto de fidelidade. Jônatas faria tudo para livrar Davi das garras de Saul, seu pai, e Davi prometeria que se ficasse algum sobrevivente de sua família Davi o ajudaria.
O sobrevivente chamava-se Mefibosete, que durante a fuga do povo inimigo sua ama o deixou cair e ele ficou aleijado de ambos os pés. Temendo eles foram morar em Lo-Debar. Um lugar árido, de muita pobreza e miséria. Mefibosete muito sofreu. Perdeu toda sua família e se encontrava em um lugar de sofrimento, nem parecia um príncipe. Mas Deus não esquece os seus.
Certo dia Davi lembrou-se desse pacto e curioso quis saber se sobrara alguém da família de Saul. Foi-lhe informado sobre Mefibosete, um “aleijadinho” qualquer... Não importava. Davi o queria por perto. Mandou chamá-lo.
Mefibosete chegou, no mínimo tremendo, afinal o que o rei queria com ele? Pensaria o rei que Mefibosete lideraria uma insurreição para tomar-lhe o trono? Nesse caso o rei se antecipou e o mataria. Davi pede que ele não tenha medo. Restitui tudo quanto era do pai dele e ele passa a fazer as refeições em lugar de honra: à mesa do rei. Como nos diz o livro de Samuel: “O Senhor empobrece e enriquece; abate e também exalta. Levanta do pó o pobre, do monturo eleva o necessitado, para fazê-los sentar entre os príncipes...” (I Samuel 2.7,8).
17
“Ao que lhe disse Elias: Não temas; vai, faze como disseste; porém, faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois o farás para ti e para teu filho” (profeta Elias - I Reis 17.13).
Depois do casamento do rei Acabe com Jezabel, Elias havia decretado três anos e meio de seca em Samaria. Após esse decreto do homem de Deus o Senhor mandou que ele fugisse para um local junto ao Ribeiro de Querite. Passado um tempo o Senhor fala novamente com ele e manda que ele vá para a cidade de Sarepta, lá haveria uma viúva que o alimentaria. Ele estava se escondendo do rei Acabe e da rainha Jezabel.
Às vezes quando esperamos que uma situação melhore ela tende a piorar. Parece brincadeira Deus mandar que ele se hospede em casa de uma viúva que pensava em comer seu último alimento, junto com seu filho e esperar a morte chegar. Deus não brinca. Ele não queria algo pronto, mas algo para aprontá-lo e pessoas testemunharem quão grande é esse Deus.
Elias aproxima-se da viúva e pede água à mulher, pede, ainda, que ela faça um bolo para ele se alimentar. A mulher conta sobre sua difícil situação, pois só tem um pouco de farinha e de azeite, mas ele lhe garante que se ela obedecera farinha não vai se acabar da vasilha nem o azeite da botija. A mulher obedece. Fico pensando que depois disso ela pode até ter feito bolo para vender e suprir outras necessidades alimentícias.
Ela conhecia Elias, mas ela não tinha certeza sobre o poder de Deus na vida dele. Ela ouvia falar de Elias, mas era cheia de dúvidas:“Então a mulher disse a Elias: Agora sei que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (I Reis 17.24). “Agora sei”. É importante que os frutos falem de nossa comunhão com Deus.
18
“Respondeu ele: Não temas; porque os que estão conosco são mais do que os que estão com eles” (profeta Eliseu - II Reis 6.16).
A Síria intentava guerra contra Israel e fazia seus planos para atacá-lo em tal e tal lugar. O profeta Eliseu, por visão, supostamente, sabia todos os segredo do rei da Síria, inclusive o que ele tramava em seu quarto de dormir.
O rei da Síria chegou a pensar que havia um traiçoeiro entre eles, mas quando ficou sabendo que era o profeta Eliseu que “entregava” todos os seus planos ao rei de Israel, empreendeu captura a Eliseu. Para isso mandou um grande exército para cercar a casa de Eliseu. Logo cedo saiu o moço do profeta, seu assistente, quando abriu a porta de casa e se viu rodeado pelo exército inimigo ficou desesperado. Eliseu pediu-lhe calma e afirmou que “os que estão conosco são mais do que os que estão com o eles”. Eliseu orou a Deus e pediu que abrisse os olhos do moço e ele pode ver muitos cavalos e carros de fogo sobre o monte.
Duas visões, duas formas de enxergar o problema: um com os olhos naturais. O problema, então, é enorme. O outro com os olhos espirituais, o problema tem solução.
Eliseu pede a Deus que cegue o entendimento dos soldados e diz para eles que não está ali o que eles procuram, mas ele poderá guia-lo até a cidade certa. Eliseu os leva para o centro de Samaria, para o meio do povo israelita.
O rei de Israel pergunta a Eliseu se deve feri-los, o profeta diz que não e manda que os alimente bem. Foi preparado um banquete,depois de alimentados foram despedidos de volta para a Síria. A Síria, assombrada com esse tratamento os deixou em paz.“Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver sede, dá-lhe água para beber; porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça, e o Senhor te recompensará” (Provérbios 25.21,22). Eliseu foi um homem honroso perdoando seus inimigos.
19
“E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas as palavras que ouviste com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram. Eis que meterei nele um espírito, e ele ouvirá um ruído, e voltará para a sua terra; e à espada o farei cair na sua terra” (Deus, por meio do profeta Isaías - II Reis 19.6,7).
O rei da Assíria, Senaqueribe, invadiu Judá, e o rei desta, Ezequias, deu-lhe todo ouro e prata que podia para aplacar a ira de Senaqueribe. Não satisfeito, o rei da Assíria passou a afrontar Ezequias, e através de mensageiros mandou perguntar onde estava depositada a confiança dele. Seria no Egito? Viria o Egito socorrê-lo? Ou porventura o Senhor lhe socorrerá? O Senhor está comigo, dizia o comandante, e mandou que destruíssemos essa cidade. Depois passou a implantar dúvidas no povo de Judá dizendo que já tinha vencido várias cidades que possuíam muitos deuses, e o que esses deuses fizeram? Nada. Por acaso o Senhor os livraria?
Triste, chorando e desesperado ante tão numeroso exército, Ezequias fez a melhor coisa: entrou na Casa do Senhor em busca de solução. Foi aí que teve a ideia de mandar mensageiros ao profeta Isaías, dizendo que esse dia era dia de grande angústia. E o que fazer? Isaías, então, pede para ele não temer.
Senaqueribe, não satisfeito, manda uma carta para Ezequias e lembra a ele as poderosas guerras que ele ganhou contra diversos reis e o afronta mais ainda quando fala: “Não te engane o teu Deus, em quem confias...”
Recebendo a carta Ezequias novamente foi à Casa do Senhor e lá a levantou para o alto, mostrando a Deus toda a blasfêmia daquele rei prepotente e orou: “Inclina, ó Senhor, o teu ouvido, e ouve; abre, ó Senhor, os teus olhos, e vê; e ouve as palavras de Senaqueribe, com as quais enviou seu mensageiro para afrontar o Deus vivo. Verdade é, ó Senhor, que os reis da Assíria têm assolado as nações e as suas terras,e lançado os seus deuses no fogo porquanto não eram deuses, mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram.Agora, pois, Senhor nosso Deus, livra-nos da sua mão, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus” (II Reis 19.16-19).
O profeta Isaías mandou dizer ao rei Ezequias que Deus confirmava seu pedido a respeito de Senaqueribe, pois este não estava afrontando um simples rei, mas ao próprio Deus em pessoa, por isso ele veria o que iria acontecer.
A noite cada exército estava em seu arraial, em seus acampamentos. O exercito da Assíria estava tranquilo confiante, esperando o momento certo para atacar. Deus, então, mandou apenas um anjo e este matou cento e oitenta e cinco mil soldados assírios. No dia seguinte o que se via eram muitos corpos de homens mortos. Vendo isso Senaqueribe partiu em desabalada carreira, chegando a sua cidade foi direto para a casa de seu deus para se pôr diante da estátua, em chegando lá logo o encontraram seus filhos que o assassinaram para reinar em seu lugar.
Ninguém mexe com o servo fiel do Deus Vivo e fica impune.
20
“Então prosperarás, se tiveres cuidado de guardar os estatutos e os juízos que o Senhor ordenou a Moisés acerca de Israel. Esforça-te, e tem bem ânimo; não temas, nem te espantes” (I Crônicas 22.13).
“Porque dizia Davi: Salomão, meu filho, ainda é moço e tenro, e a casa que se há de edificar para o Senhor deve ser magnífica em excelência, de renome e glória em todas as terras; eu, pois, agora lhe farei os preparativos. Assim fez Davi grandes preparativos antes de sua morte.
Então chamou a Salomão, seu filho, e lhe ordenou que edificasse uma casa ao Senhor Deus de Israel. Disse Davi a Salomão: Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração o propósito de edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus. A palavra do Senhor, porém, veio a mim, dizendo: Tu tens derramado muito sangue, e tens feito grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra, perante mim. Eis que te nascerá um filho, que será homem de repouso; porque lhe darei repouso de todos os seus inimigos ao redor; portanto Salomão será o seu nome, e eu darei paz e descanso a Israel nos seus dias. Ele edificará uma casa ao meu nome. Ele me será por filho, e eu lhe serei por pai, e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel para sempre. Agora, meu filho, o Senhor seja contigo; prospera, e edifica a casa de Senhor teu Deus, como ele falou a respeito de ti. Tão somente te dê o Senhor prudência e entendimento para governares sobre Israel, e para guardares a lei do Senhor teu Deus” (I Cônicas 22.5-12).
Davi não podia realizar o grande desejo dele em construir a Casa de Deus, como está explicado acima, mas ele dá orientação a Salomão a quem Deus o escolheu para isso. Ante tudo o que Salomão vai enfrentar, ele o alerta:
- Esforça-te – Sem esforço a obra não sai do papel.
- Não temas – Com temor não se chega a lugar nenhum.
- Tem bem ânimo – Sem avivamento não tem como contagiar os demais.
- Nem te espantes – Muitas adversidades surgiriam que ele não se deixasse levar pelo tamanho delas.
21
“Disse, pois, Davi a seu filho Salomão: Esforça-te e tem bom ânimo, e faze a obra; não temas, nem te desalentes, pois o Senhor Deus, meu Deus, é contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que seja acabada toda a obra para o serviço da casa do Senhor” (I Crônicas 28.20).
Davi insiste com seu filho que não desanime, não fique desalentado ante tamanha responsabilidade que é construir o grande templo. Nesse momento ele chama os anciãos, os líderes de um modo geral, fornece a planta do templo, arrecada muito material e reforça, perante eles, a responsabilidade de Salomão, seu filho.
22
“Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa aumenta” (Salmo 49.16).
O salmista aqui se refere a alguma situação em que a pessoa passa a se comparar com alguém que tenha riquezas ou grande conhecimento, às vezes. Situação esta em que a pessoa pode pensar: “eu não tenho a menor chance. Essa pessoa é muito rica”. Mais rico é o nosso Deus que nos concede oportunidades. Estando ele conosco venceremos seja o que for.
23
“Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier” (Provérbios 3.25).
Muitas vezes somos tomados por uma angústia repentina, por um pavor sem causa. Quando o rei Salomão pede que não temamos é no sentido de não deixar que esse pavor ou angústia nos domine. Pois medo todos nós sentimos. Só não podemos ser escravos dele.
24
“Sucedeu, pois, nos dias do reinado de Acaz, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem contra ela, mas não a puderam conquistar.
Quando deram aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com Efraim; ficou agitado o coração de Acaz, e o coração do seu povo, como se agitam as árvores do bosque à força do vento.
Então disse o Senhor a Isaías: saí agora, tu e teu filho..., ao encontro de Acaz... e dize-lhe: Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem te desfaleça o coração por causa destes dois pedaços de tições fumegantes; por causa do ardor da ira...Porquanto a Síria maquinou o mal contra ti, com Efraim e com o filho de Remalias, dizendo:
Subamos contra Judá, e amedrontemo-lo, e demos sobre ele, tomando-o para nós... Assim diz o Senhor Deus: Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá” (Isaías 7.1-6).
Palavras do próprio Deus ante iminente guerra. Deus dá a convicção de que não acontecerá conforme o temor deles.
25
“Pelo que assim diz o Senhor Deus dos exércitos: ó povo meu, que habitas em Sião, não temas a Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão à maneira dos egípcios...” (Isaías 10.24).
Muitas nações guerreavam contra Israel por causa de seu pecado contra Deus. A Assíria e Síria eram bem constantes também. Deus afirma que a Assíria vai vir contra os israelitas como sendo a mão de Deus contra eles. Mas o mesmo Deus que dá o castigo é o Deus que consola e livra: “Pois ele faz a ferida, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam. Em seis angústias te livrará e em sete o mal não te tocará. Na fome te livrará da morte, e na guerra do poder da espada. Do açoite da língua estarás abrigado, e não temerás a assolação, quando chegar” (Jó 5.18-21).
Age como um pai amoroso que castiga o filho na tentativa de corrigi-lo, para que ele não permaneça no erro e venha se perder de vez.
26
“Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e a sua recompensa diante dele” (Isaías 40.9,10)
O profeta Isaías conclama aos profetas, àqueles que anunciavam a Palavra do Senhor a não temer, a falar com ousadia. Pois muitas vezes eles levavam uma palavra contrária ao rei que os mandava prender. “...experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões. Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados(homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra” (Hebreus 11.36-38). O próprio Jesus ordenou: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).
27
Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem escolhi, descendência de Abraão, tomei desde os confins da terra, e te chamei desde os seus cantos, e te disse: Tu és o meu servo, a ti te escolhi e não te rejeitei;
não temas,
porque eu sou contigo;
não te assombres,
porque eu sou teu Deus;
eu te fortaleço,
e te ajudo,
e te sustento com a destra da minha justiça.
Porque eu, o Senhor teu Deus,
te seguro pela tua mão direita, e te digo:
Não temas;
eu te ajudarei.
Não temas, ó bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel;
eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel” (Isaías 41.1,8-14).
“Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel:
Não temas,
porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.
Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.
Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador...Visto que foste precioso aos meus olhos, e és digno de honra e eu te amo, portanto darei homens por ti, e povos pela tua vida.
Não temas, pois, porque eu sou contigo...” (Isaías 43.1-5).
Deus consolando sua nação eleita que teve início com Jacó, nominalmente, depois passou a ser Israel. Esse consolo, hoje, estende-se a nós, que somos seu povo eleito, o Israel de Deus por adoção em Cristo Jesus. Abaixo a mesma consolação:
28
“Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi. Assim diz o Senhor que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará:
Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum (Jerusalém), a quem escolhi. Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência; e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes de águas.
Este dirá: Eu sou do Senhor... Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Isaías 44.1-6).
“Canta, alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta de prazer com alegre canto, e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da desolada, do que os filhos da casada, diz o Senhor. ...trasbordarás para a direita e para a esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas.
Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não sofrerás afrontas; antes te esquecerás da vergonha da tua mocidade, e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez” (Isaías 54.1-4).
Essa palavra, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD), é dirigida aos judeus exilados, há uma promessa de bênção e alegria para Jerusalém que estava “estéril e “infrutífera”.
“Não temas”. O povo de Deus no exílio não devia ter receio que essa provação continuasse para sempre, pois o castigo divino logo daria lugar ao livramento. “A vergonha da tua mocidade” pode referir-se ao período da escravidão no Egito; o “opróbrio da tua viuvez” refere-se, historicamente, ao cativeiro babilônico.
29
Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta.
Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque sou um menino.
Mas o Senhor me respondeu: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. Não temas diante deles; pois eu seu contigo para te livrar, diz o Senhor” (Jeremias 1.4-8).
Vemos aqui, como foi citado, o temor do profeta em levar a palavra de Deus, nesse caso, durante os dias do reinado do rei Josias. Mas Deus promete livrá-lo de algo que ele temia. Não era fácil. O rei era uma autoridade máxima. Por muito pouco ele mandava prender como fizeram com Jeremias, demonstrado nos capítulos do livro que leva seu nome.
30
“E será naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, que eu quebrarei o jugo de sobre o seu pescoço... Não temas, pois tu, servo meu, Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei de terras longínquas, e à tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranquilo e sossegado, e não haverá quem o atemorize.
Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te salvar; porquanto darei fim cabal a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida justa, e de maneira alguma te terei por inocente” (Jeremias 30.8-11).
Aqui fica muito claro que Deus está falando com o povo que foi levado para o cativeiro, para a escravidão. O povo insistia em permanecer no erro, Deus os castigava levantando reis inimigos ou para somente guerrear ou para levá-los como escravos por um tempo. Uma forma de chamar o povo à razão, para, assim, clamar pelo Deus verdadeiro e voltar à sua origem de sua fé.
31
“A palavra do Senhor, que veio a Jeremias, o profeta, acerca das nações. (...)Mas não temas tu, servo meu, Jacó, nem te espantes, ó Israel; pois eis que te livrarei mesmo de longe, e a tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranquilo e sossegado, e não haverá quem o atemorize.
32
“Tu não temas, servo meu, Jacó, diz o senhor; porque estou contigo; pois destruirei totalmente todas as nações para onde te arrojei; mas a ti não te destruirei de todo, mas castigar-te-ei com justiça, e de modo algum te deixarei impune” (Jeremias 46.1,27,28).
Deus tanto usava os profetas para falar a Israel como para falar sobre outras nações, nesse caso, em especial, o Egito, quanto às pelejas. Mas Deus continua insistindo: “quanto a vocês, não tenham medo, eu estou bem a seu lado, não se esqueçam disso. Aproximem-se de mim, me busquem. Eu protegerei vocês.
“De modo algum te deixarei impune”. O castigo era imprescindível, mesmo assim Deus não se excederia. A punição seria na medida exata. “Homem de grande ira tem de sofrer o castigo; porque se o livrares, terás de fazê-lo de novo” (Provérbio 19.19).
Muitas vezes vêm sobre o servo de Deus aflições que são benéficas para que Deus possa restaurá-lo de sua rebeldia. Nessas situações o servo deve ter humildade em dobro, confessar seus pecados. Buscar perdão e confiar no Senhor.
Deus não tem prazer em castigar as pessoas pelos seus pecados. Pelo contrário Ele o faz para manter a ordem moral no mundo. “Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens” (Jeremias 3.33).
33
“Invoquei o teu nome, Senhor, desde a profundeza da masmorra. Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor.Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas” (Lamentações de Jeremias 3.55-57).
Tem coisa melhor do que clamar a Deus e ser ouvido? Aqui Jeremias relata o socorro do Senhor quando esteve preso. O rei Zedequias, não considerando satisfatória a profecia de Jeremias mandou prendê-lo. Isso foi um momento muito difícil na vida dele. Todavia Deus o socorreu, e o mandaram soltar.
34
“E tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que estejam contigo sarças e espinhos, e tu habites entre escorpiões; não temas as suas palavras, nem te assustes com os seus semblantes, ainda que seja casa rebelde. Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes” (Ezequiel 2.6,7).
Essa mensagem de Deus veio ao profeta Ezequiel. Deus já o alerta a respeito do que ele vai encontrar:
- A força das palavras contrárias
- Sarças e espinhos (sentido figurado)
- Escorpiões
- Semblantes duros
- Pessoas rebeldes
O profeta encontraria um ambiente extremamente hostil, com pessoas insensíveis, de coração duro. Quanto perigo poderia lhe rodear: perseguição, açoites, prisão... Contudo, Deus exige que a Palavra seja dita. Eles não poderão dizer que não foram alertados.
35
“Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim.
36
Então tornou a tocar-me um que tinha a semelhança dum homem, e me consolou. E disse: Não temas, homem muito amado; paz seja contigo; sê forte, e tem bom ânimo. E quando ele falou comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, pois me fortaleceste” (Daniel 10.12,18,19).
Esse encorajamento foi dado ao profeta Daniel por um belíssimo e poderoso anjo. Daniel, lendo algumas profecias da Palavra de Deus chegou à conclusão do que poderia ser, mas faltava completar mais alguma coisa. Então ele entrou em jejum e oração em busca de resposta da parte de Deus. Essa resposta só veio vinte e um dias depois, porque Deus enviou um anjo para que a resposta “passasse” pelas hostes da maldade no espaço muito acima de nós.
O anjo pede a Daniel que se tranquilize, pois a oração dele foi logo ouvida no primeiro dia, mas os príncipes da maldade estavam nas alturas impedindo que a resposta chegasse, então, o anjo que conversava com Daniel solicitou ajuda do príncipe Miguel, que guerreou contra as hostes do mal e venceu. No vigésimo primeiro dia chegou a resposta de Daniel. A lição: não devemos desistir de nossas orações, a não ser que tenhamos convicção que Deus não concorda com tal desejo.
37
“Então o Senhor teve zelo da sua terra, e se compadeceu do seu povo. E o Senhor, respondendo, disse ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, o vinho e o azeite, e deles sereis fartos; e vos não entregarei mais ao opróbrio entre as nações;
Não temas, ó terra; regozija-te e alegra-te, porque o Senhor tem feito grandes coisas” (Joel 2.18,19,21).
Trata-se da comoção do Senhor em favor da terra, prometendo abençoá-la com o produto da mesma, com a expulsão de inimigos, etc. Muitas vezes vivemos momentos de calamidades, mas tenhamos calma que o momento da virada chegará. E apesar de tudo o Senhor tem feito coisas admiráveis.
38
“Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. O Senhor afastou os juízos que havia contra ti, lançou fora o teu inimigo; o Rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti; não temerás daqui em diante mal algum.
Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião; não se enfraqueçam as tuas mãos” (Sofonias 3.14-16).
Essa mensagem pede que Jerusalém não se prostre fisicamente e que, antecipadamente, cante e se alegre e Deus lembra o quanto já foi feito por esse povo, as vezes parece que esquecemos. “Lembra-te destas coisas, ó Jacó, sim, tu ó Israel; porque tu és meu servo! Eu te formei, meu servo és tu; ó Israel não te esquecerei de ti” (Isaías 44.21).
39
“...eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo...” (Mateus 1.20).
Esse versículo é sobre o nascimento de Cristo. Maria estava desposada de José e sem terem contato íntimo, sem terem relação sexual ela comunica que está grávida. José sabia das consequências desse ato: os dois seriam apedrejados ou pelo menos ela. Não querendo denegrir a imagem de Maria ele planejou fugir em secreto. Mas a noite lhe apareceu um anjo em sonho e disse que ele não temesse receber Maria como esposa, pois o que estava gerado nela era do Espírito Santo. Ele desistiu da fuga e casou-se com Maria para ser o pai do Salvador.
40
“O que percebendo Jesus, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente” (Marcos 5.36).
Palavras de Jesus.
Estava próximo ao mar quando Jairo, chefe da sinagoga, prostrou-se aos seus pés de Jesus e clamou com insistência pedindo a Cristo que fosse até a casa dele pois sua filha estava “nas últimas”. Enquanto clamava, minutos depois, chegaram alguns de sua casa dizendo: “não incomodes mais o mestre, a sua filha já está morta”. Jesus vendo aquele pai aflito disse: “crê somente”.
Ao chegar à casa de Jairo Jesus disse que a menina apenas dormia que todos ficassem calmos. Riram dele. Jesus aproximou-se da cama da menina e mandou que ela levantasse. Para espanto geral foi isso mesmo que aconteceu.
O inimigo de nossas almas quer isso mesmo, que não insistamos que desistamos, pois dessa forma ele nos atingirá em não ganhando a benção. “Respondeu-lhe Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus”? (João 11.40).Para vermos o agir de Deus é preciso confiar “cegamente” e sermos persistentes.
41
“Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus” (Lucas 1.30).
Imagine a situação: Maria estava noiva, era virgem. Vivia em uma cultura em que o adultério, a fornicação eram punidos com apedrejamento. Agora vem um anjo e diz que ela está grávida. Como contar à família? Ao noivo? Quem acreditaria nela? E se ela fosse apedrejada até a morte? Contudo Maria sabia quem tinha lhe feito tal promessa e deu continuidade ao plano que lhe fora confiado.
42
“Vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.
Pois, à vista da pesca que haviam feito, o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens” (Lucas 5.8-10).
A multidão que queria ouvir Jesus à beira mar era grande. Jesus olhou para o lado e viu o barco de Simão Pedro, enquanto este lavava as redes de pesca. Ele tomou emprestado o barco, se pôs nele e começou a falar à multidão de dentro do barco, no mar. Concluído sua pregação Jesus ordenou que eles fossem para mar alto e lançassem as redes. Pedro apressou-se a dizer que fizeram isso a noite toda e nada apanharam, mas se Jesus estava mandando ele faria dessa forma. O milagre foi que dois barcos ficaram cheios de peixes, quase afundando com o peso. Bom é obedecer. “Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar...” (I Samuel 15.22). Não façamos sacrifícios de tolos. Vamos ler a Palavra de Deus e obedecê-la.
Pedro olhou muito para sua natureza pecaminosa, mas Jesus, em sua generosidade, e ante a humildade de Pedro, o escolheu para uma grande missão: ganhar as almas para o Reino de Deus.
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“Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Porquanto, se não podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?
Considerai os lírios, como crescem; não trabalham, nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se, pois, Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós, homens de pouca fé?
Não procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis preocupados. Porque a todas estas coisas os povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas.Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.
Não temas, ó pequeno rebanho! Porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.
Vendei o que possuís, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói.
Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lucas 12.25-34).
Jesus traz uma palavra às pessoas preocupadas, ansiosas, apegadas às riquezas dessa vida, que de tão preocupadas se perturbam, perdem a paz e a fé. Jesus manda que nos preocupemos com a vida do outro lado, pois daqui nada levamos e se construímos tesouro para a vida celestial, nada perdemos; só ganhamos. É preciso muita fé para não termos certas preocupações. Podemos até ter certas preocupações, mas elas não devem nos dominar, afetar a nossa alma. Porém, isso acontecendo temos um Deus que tudo pode.
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“No dia seguinte, as grandes multidões que tinham vindo à festa, ouvindo dizer que Jesus vinha a Jerusalém, tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o rei de Israel!
E achou Jesus um jumentinho e montou nele, conforme está escrito: Não temas, ó filha de Sião; eis que vem teu Rei, montado sobre o filho de uma jumenta.
Os seus discípulos, porém, a princípio não entenderam isto; mas quando Jesus foi glorificado, então eles se lembraram de que estas coisas estavam escritas a respeito dele, e de que assim lhe fizeram” (João 12.12-16).
João descreve a grande recepção dada a Cristo por ocasião de sua vinda a uma festa em Jerusalém. Apesar da atitude do povo o Rei entra com muita humildade, montado em um jumentinho, e João lembra que isso era o cumprimento de uma profecia: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta” (Zacarias 9.9).
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“...Paulo dedicou-se inteiramente à palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. Como estes, porém, se opusessem e proferissem injúrias, sacudiu ele as vestes e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora vou para os gentios.E saindo dali, entrou em casa de um homem temente a Deus, chamado Tito Justo, cuja casa ficava junto da sinagoga.
Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados.
E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.
E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus” (Atos 18.5-11).
Veja como Cristo insiste para que a Palavra dele seja ensinada, mesmo sob ameaça, oposição e injúrias. Essas pessoas que ouviram e não quiseram receber a Palavra, rejeitaram os ensinos do Senhor por meio do servo dele, não poderão dizer no dia do grande julgamento que “disso não sabia”. Paulo obedeceu e ainda ficou por um longo tempo na cidade ensinando.
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Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus de quem eu sou e a quem sirvo, dizendo: Não temas, Paulo, importa que compareças perante César, e eis que Deus te deu todos os que navegam contigo.Portanto, senhores, tende bom ânimo; pois creio em Deus que há de suceder assim como me foi dito” (Atos 27.23-25).
Paulo estava sendo levado prisioneiro para a Itália, sob a responsabilidade de um centurião, junto a demais presos. Em determinado momento a viagem se torna muito difícil. Paulo alerta o centurião que seria melhor não continuar, mas esperar que o tempo melhorasse sendo propício, mas o centurião preferia ouvir o dono do navio, que julgava “estar tudo bem”, eles poderiam continuar. Tudo aconteceu como Paulo predissera: a tempestade arrebentou o navio, eles ficaram perdidos no meio do mar. Todavia Paulo acalmou os tripulantes afirmando que nenhuma vida se perderia e comunicou que o anjo do Senhor lhe falou. Paulo exalta a Deus em primeiro lugar e não ao anjo.
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“Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João...
Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.
Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas...E voltei-me para ver quem falava comigo... e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo;e os seus pés, semelhantes a latão reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas.Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força.Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último” (Apocalipse 1.1-17).
João estava preso na Ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus. O livro de Apocalipse tem início com essa grande visão de João, momento em que ele vê o próprio Jesus.
Como o sobrenatural de Deus é admirável, estrondoso, cheio de perplexidade, mas muitos andam por aí vendo anjo com a maior naturalidade. João recebe uma visão extraordinária de Cristo e afirma que quando o viu caiu a seus pés como morto.
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“Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10).
João recebeu as revelações de Cristo não apenas para os tempos futuros, mas também para o tempo presente. Jesus mandou que ele escrevesse sete cartas para sete igrejas da Ásia, para que houvesse conserto e consolação por meio das mesmas. Esse texto acima é destinado à igreja de Esmirna. Deus os alerta do perigo que se aproximava e pede que a igreja não desista que continue fiel.
- Não temais
“Logo em seguida (Jesus) obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. E, tendo-a despedido, foi ao monte para orar.
Chegada a tardinha, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra.
E, vendo-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário, pela quarta vigília da noite, foi ter com eles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes adiante; eles, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram; porque todos o viram e se assustaram; mas ele imediatamente falou com eles e disse-lhes: Tende ânimo; sou eu; não temais. E subiu para junto deles no barco, e o vento cessou; e ficaram, no seu íntimo, grandemente pasmados...” (Jesus - Marcos 6.45-51).
Muitas vezes é isso que acontece em nossas vidas: o mar fica revolto, fortes ondas se levantam, o vento é contrário e forte... Mas não podemos sucumbir. Precisamos pedir força a Deus, continuar confiante, com fé e logo a tempestade passará, o vento cessará. Tudo passa. É só uma questão de fase.
“Houve nos dias do Rei Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias... ...e sua mulher... ...chamava-se Isabel. Ambos eram justos diante de Deus, andando irrepreensíveis em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Mas não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos avançados em idade.
Ora, estando ele a exercer as funções sacerdotais perante Deus, na ordem da sua turma, segundo o costume do sacerdócio, coube-lhe por sorte entrar no santuário do Senhor, para oferecer o incenso; e toda a multidão do povo orava da parte de fora, à hora do incenso. Apareceu-lhe, então, um anjo do Senhor, em pé à direita do altar do incenso. E Zacarias, vendo-o, ficou turbado, e o temor o assaltou. Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe...” (Lucas 1.5-15).
BÍBLIA de Estudo Pentecostal – AT e NT. Referências e Algumas Variantes. Trad. João F. de Almeida. São Paulo, CPAD/SBB, 1995.
BÍBLIA Sagrada (Eletrônica, AT e NT). Europa Multimídia. Programação: Leandro Calçada, Ilustração: Wilson Roberto Jr. Colaboração: Thélos Associação Cultural.
Vide tópico 58 - Referências Bibliográficas