INTRODUÇÃO
“Adora a Deus” (Apocalipse 22.8)! Essa ordem foi dada, por um anjo, ao apóstolo João, escritor do “livro das Revelações”.
Toda abordagem sobre esse tema faço-a à luz do ensino bíblico, apesar de muitos acharem que o exposto na Bíblia sobre os anjos não é compatível com a nova leitura da atualidade, uma vez que, hoje, para alguns, os anjos são bem mais “acessíveis”, “contatáveis”; em contrapartida, os outros anjos “do passado” “vivem nos salões empoeirados da erudição bíblica”, assim foi considerado. Visto dessa forma, tal abordagem nem sempre é compreendida sem reserva.
Crer em muitas teorias faz parecer o tipo intelectual, “mente aberta”; crer na Bíblia com profundo interesse é ser retrógrado, para muitos. Infelizmente, por isso, à Palavra Sagrada poucos dão valor.
A respeito de certos conceitos no ocultismo, no satanismo, Paulo Coelho, referindo-se a acontecimentos que ele, em As Valkírias (livro este com partes analisadas nas páginas seguintes), insiste em afirmar que essas coisas fizeram parte de seu passado, diz ele o seguinte: “A Besta (666) tinha fracassado. Ele (Paulo, falando na 3ª pessoa sobre si) gostava das suas ideias (da Besta) porque eram ideias rebeldes, chiques, das quais poucas pessoas haviam escutado falar. E as pessoas - segundo ele -, respeitam mais aquele que diz coisas que ninguém entende” (p.127). Só um pseudointelectual aprecia “coisas que ninguém entende”.
A Bíblia nos ensina: “Não vos fieis em palavras falsas [...]. Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada são proveitosas” (livro de Jeremias 7.4,8).
Somos milhões de cristãos em nosso país e esses cristãos estão divididos. Uma parte evangélica, uma pequena parte é católico praticante, e a outra parte; bem maior, se diz católico, porém, não é praticante, e raramente vai à igreja, embora possamos encontrar isso, também, no meio evangélico, mas é minoria. Considerando, ainda, os Espíritas.
Como se não bastasse, muitos cristãos católicos, não praticantes, supostamente; ou por lhes faltar o ensino bíblico, abraçam conceitos de seitas diversas: candomblé, magia, espiritismo, esoterismo e etc., sejam por atração ou ausência de temor à Palavra. Todavia, já encontramos alguns padres que, preocupados, escrevem sobre o tema da magia com o intuito de alertar seus fiéis.
Em entrevista nas páginas amarelas da revista Veja o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, falando sobre um tumor que acometeu seu cérebro disse: “Faço um tratamento espírita. Sou católico, nunca havia pisado em um centro, mas sempre fui simpático a esse tipo de fé. É tudo de Deus, não é mesmo?” Segundo a Bíblia não é, pois lá consultam espíritos de mortos o qual a Bíblia rebate.
É possível que encontremos raríssimos cristãos que se dizem protestante indo por esse caminho. Com certeza não é um evangélico convicto, alguém a quem a Palavra libertou, tal pessoa apenas frequenta alguma igreja, também, e quando a igreja descobre esse tipo de atitude vai ao encontro do mesmo e mostra-lhe o que diz a Bíblia sobre o tema.
Outro dia, em um programa de televisão, a historiadora, escritora brasileira e pesquisadora Mary Del Priori disse: “O interessante do catolicismo é que ele nunca foi barreira para que a pessoa não acreditasse em outras coisas”, ao debater o Espiritismo, temática de seu novo livro, naquele momento. Por que o catolicismo nunca foi “barreira”? Por que ele, de maneira abrangente, não segue, de forma rígida, as regras que as Escrituras ditam. A instituição não cobra que seus seguidores observem o que está na mesma, rigorosamente. Digo “observem”, pois obedecer é com cada um, seja evangélico ou não.
O mais incitante para mim é o fato de crer, incondicionalmente, na Bíblia como detentora da verdadeira Palavra de Deus. Alguém há de perguntar e por que você crer? Quem garante que a Bíblia contém a verdade? Creio por que tenho fé, nesse caso não existe explicação racional, porém, a própria Bíblia nos dá sinais de sua veracidade, e alguns fatos históricos corroboram.
Meu interesse não é minha opinião pura e simples, mas o que a nossa bússola espiritual tem a nos ensinar. Apesar de outros tantos terem se levantado para tentar colocá-la na posição de conjunto de lendas e de mitos. Outros, contudo, fizeram dessa biblioteca sua principal fonte de pesquisa para nos explicar certos fatos históricos relativos às várias civilizações, embora se utilizassem de ciências auxiliares como a arqueologia, paleontologia e outras, que ora auxiliava; ora contrariava. Para muitos são essas ciências que dão as cartas.
“Nada sabemos com certeza acerca dos anjos a não ser pela revelação bíblica. Compreender o modo exato em que estes seres espirituais existem nos é impossível”, nos alerta Nancy Grubb, em Anjos na Arte.
Muitos acontecimentos da Bíblia (ou dos Livros Apócrifos) eram, em princípios conhecidos, basicamente, por monges letrados e eruditos. Determinados episódios, porém, tornaram-se familiares a todos os cristãos por meio de obras de arte autônomas. Alguns desses temas incluíam na pintura a presença de anjos, como o sacrifício de Isaac, Daniel na cova dos leões, a Anunciação, a Ressurreição de Cristo, etc.
São Tomás de Aquino (frade católico italiano - 1225/1274) trouxe sua contribuição demonstrando um estudo sobre os anjos e todos o citam como se ele houvesse apresentado algo inovador, uma verdadeira revelação original. Na verdade ele bebeu na fonte bíblica, a qual os pobres iletrados, ou indiferentes, não tinham acesso.
Para mim, um dos grandes sinais desse livro ser sagrado, ser a Palavra de Deus, é, também, o fato de ele ter atravessado milhares de séculos no tempo, mesmo sendo restrito a um pequeno número com domínio do latim, ter escapado da extinção total nas fogueiras em praça pública, e ainda assim um poder sobrenatural manteve-o vivo, influente, permanente ainda hoje. Portanto, é no ensino dele que confio e atribuo meu pouco conhecimento sobre os seres angelicais, dissertar sobre esse tema fora da Bíblia só contribuirá para o acúmulo de mais heresias.
“... Deus fez o homem reto, mas os homens buscaram muitas invencionices” (ou artifícios, em algumas versões – Salomão, Eclesiastes. 7.29).
Quero também deixar claro que meu interesse não é meramente criticar religiões de outrem. Meu desejo é mostrar o que nos diz a Bíblia a respeito de diversos temas religiosos, induzida pelos motes de Paulo Coelho, e que leve a pessoa, por meio do conhecimento bíblico, a libertar-se do engano (“Nós nos alegraremos pela tua salvação...” Salmo 20.5a). Caso a pessoa tenha apreço pela Palavra de Deus e temor a Ele, com certeza optará pelo que nos ensina a Bíblia.
Esse é um pequeno “estudo” muito singelo, de uma pessoa leiga para pessoas leigas. Os sábios e teólogos perdoem-me qualquer incoerência.
Auzinetti.