11 - Hierarquia angelical
Acredita-se que entre os anjos celestes exista uma hierarquia; uma relação de subordinação entre as várias categorias, com base no texto de Colossenses 1.16, essa graduação é demonstrada em ordem decrescente, e Efésios 1.21 expõe em ordem crescente.
Sem dúvida, uma classe de criaturas espirituais, de elevado nível está evidente, contudo, não convém afirmar, com exatidão, a patente atribuída aos anjos.
Contrário ao exposto, outras correntes acreditam que o apóstolo Paulo não teria tentado agrupar os anjos considerando posições hierárquicas, como ocorria entre os gnósticos, o que não desmerece a tese sobre o mesmo Paulo considerar a existência de muitas dimensões de poderes celestiais:
“... porque nele (Jesus) foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1.16).
“(Jesus Cristo está) ...muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro...” (Efésios 1.21).
“Acima de todo principado”, “acima de todo nome que se nomeia”, inclusive dos “santos”, assim sendo, dê primazia a Cristo, a ninguém mais, e se há primazia Ele não precisa de um auxiliar “humano”.
Classificação das organizações angelicais
Pelos textos de Colossenses 1.16 e Romanos 8.38, entendemos que as classificações neles apresentadas sugerem funções atribuídas aos anjos.
. Tronos
. Domínios (Dominações)
. Principados
. Potestades
TRONOS - O original grego “Thronoi” sugere a ação de anjos ligados diretamente à majestade e soberania de Deus. Em I Sm. 4.4; II Rs. 19.5; Sl. 80.1; 99.1, indica que os querubins exerciam a função legítima de Tronos, no sentido de elevado, classe com poderes, com autoridade.
DOMÍNIOS - O original grego “Kuriother”, revela anjos ligados à Soberania, ao Domínio. Teriam eles a função especial, determinada por Deus, de dominar, de exercer controle, que tem senhorio sobre aquilo que Deus determinar. Não encontramos que tipo de anjo específico é designado para esta função (Cl. 1.16; Ef. 1.21), todavia, parece alusão aos querubins e serafins.
PRINCIPADOS - O original grego “Archai”, transparece a definição de anjos que têm poder de príncipes. A revelação bíblica a respeito não traz embasamento para afirmações convictas, mas devido a Isaías 14.13; Ezequiel 28.16; Apocalipse 12.9 (sobre Lúcifer) e a Daniel 10.13 (sobre o arcanjo Miguel) podemos supor que os querubins, também, tinham esta função.
POTESTADES - São anjos especiais dotados de potência, força e de autoridade também elevada. Possuem poderes excelentes, no entanto, sob o domínio do Todo Poderoso. Têm muito poder, mas não são onipotentes (Salmo 103.20; I Crônicas 21.15-27).
Classificação dos anjos
. Anjo do Senhor
. Arcanjo
. Anjos eleitos
. Anjo das nações
. Serafins
. Querubins
Anjo do Senhor ou Teofânico
É imprescindível a menção especial ao Anjo do Senhor, pois a maneira como ele é descrito na Bíblia o distingue de qualquer outro anjo, pelas seguintes razões, resumidamente:
- A ele é atribuído poder para perdoar ou reter pecado (Êx 23.21);
- O nome de Deus está nele (Êx 23.20-23);
- Jacó, quando se deparou com esse Anjo, se refere a ele como sendo o próprio Deus (Gn 32.30. Esse varão que lutou com Jacó é chamado de anjo em Oseias 12.4);
- O próprio anjo se identifica como Deus (Gn 32.28);
- Através do encontro com esse anjo, Jacó disse “a minha alma foi salva” (Gn 32.30);
- Esse Anjo recebe adoração (Js 5.14);
- Ele apareceu a Moisés e se identificou como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
“Ora, Moisés estava apascentando o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e levou o rebanho para trás do deserto, e chegou a Horebe, o monte de Deus. E apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça. Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia; pelo que disse: Agora me virarei para lá e verei esta maravilha, e por que a sarça não se queima. E vendo o Senhor que ele se virara para ver, chamou-o do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! Respondeu ele: Eis-me aqui. Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira os sapatos dos pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus” (Êxodo 3.1-6).
Aparecimento desse Anjo na Bíblia
- Para Agar no deserto (Gn. 16.7)
- Abraão (Gn 22.11-15)
- Jacó (Gn 31.11-13)
- Moisés (Êx 3.2)
- Para todos os israelitas durante o êxodo (Êx 14.19)
- Para Balaão (Nm 22.22-28)
- Gideão (Jz 6.11)
- Para os pais de Sansão (Jz 13.3 e13)
- Para Davi (I Cr 21.10)
- Elias (II Rs 1.3,4)
- Daniel (Dn 6.22)
Sustentam os estudiosos defensores da teofania divina, não apenas defensores, mas com base no relato bíblico, que esse Anjo é o próprio Deus apresentando-se personificado entre os homens, como já foi referido (Gn 16.10,11).
Ele é citado pela primeira vez em Gênesis 16.7, por ocasião da fuga de Agar, depois apareceu a Josué (Js 5.13-15), após tomar conhecimento de que o visitante era um “príncipe do exército do Senhor”, Josué se prostrou e o adorou, interrogando: “Que diz o meu Senhor a esse servo?” Nesse caso o anjo não o repreendeu por ser uma manifestação do próprio Deus, embora não apareça a expressão “Anjo do Senhor”.
O Anjo do Senhor realizou várias tarefas semelhantes a dos anjos em geral. Às vezes trazia mensagens do Senhor ao seu povo (Gn 22.15-18), noutras ocasiões supria as necessidades dos servos de Deus (I Rs 19.5-7), protegia-os do perigo (Ex 14.19), e ocasionalmente destruía seus inimigos (Ex 23.23).
Ao compararmos determinadas passagens envolvendo o Anjo do Senhor com outras que descrevem o mesmo evento, verifica-se que eram atos do Senhor, o Deus do concerto dos Israelitas.
Durante o êxodo Deus falou que mandaria o anjo. Novamente ele é citado como um enviado especial, com destaque a várias recomendações: “... ouves a sua voz...”; “... não o provoques a ira...”; “...não perdoará a vossa rebeldia...”; e, “...o meu nome está nele...” (Êxodo 23.20-23 - Nm 22.22-35; Jz 6.11-22).
Quando o próprio povo de Deus rebelava-se e pecava grandemente, este anjo podia ser usado para castigá-los. As recomendações a respeito de como se portar diante desse Anjo, nos leva a crer que ele estava “ciente” de tudo em redor.
“Então o Anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde o céu...” (Gênesis 22.15).
Em uma passagem de as Valkírias, na página 188, o narrador afirma: “... seu anjo perdoava os caprichos”. Os anjos comuns não têm autoridade para perdoar pessoas. O anjo é criação de Deus, está a serviço dele. E se for o Anjo do Senhor, acabamos de ler: “... não o provoques a ira...”; “...não perdoará a vossa rebeldia...” (Êxodo 23.20-23 - Nm 22.22-35; Jz 6.11-22).
Considerando apenas os livros canônicos, dois nomes são citados
. Miguel
. Gabriel
Arcanjo Miguel
É considerado anjo chefe (o prefixo “arc”, do grego, significa “chefe”, superior, primeiro), sugere tratar-se de um príncipe, primeiro ministro. Representa a mais elevada posição na hierarquia angelical.
- A Bíblia só apresenta um arcanjo Miguel (Jd 9);
- Seu nome significa “quem é semelhante a Deus? Ou “Quem é como Deus?”;
- Miguel é o “príncipe dos filhos de Israel” (Dn 12.1);
“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro”.
- Miguel surgirá como comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas na grande guerra final (Ap 12.7-12);
- O arcanjo terá participação na vinda de Jesus, sua voz é uma voz de comando e ordenança (I Ts 4.16).
Anjo Gabriel
Tudo indica que ele seja de uma classe de anjos bastante elevada, mas não podemos considerá-lo um arcanjo como querem algumas tradições católicas, judaicas e esotéricas, que citam o nome de sete arcanjos. Seu nome significa “Homem de Deus” ou “o poderoso”.
- Gabriel está diante da presença de Deus (Lc 1.19);
“Ao que lhe respondeu o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar estas boas novas...”.
- A ele é confiada mensagens da mais elevada importância com relação ao Reino de Deus (Dn 8.16,17).
Anjo das Nações
“Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me...” (Daniel 10.12,13).
Esses versículos vêm nos ensinar que algumas nações, com seus inúmeros pecados, têm sobre si a influência de um “príncipe das trevas”, lutando para impedir benefícios espirituais ou “príncipes” enviados da parte de Deus:
- Príncipe da nação hebraica, Miguel (Dn 10.21);
- Príncipe da Pérsia, anjo caído (Dn 10.13);
- Príncipe da Grécia, também um anjo caído, citado nos tempos de Daniel (Dn 10.20).
A palavra “principado” no Novo Testamento pode referir-se tanto a esses príncipes angélicos das nações, como a reinos com características de um principado, uma região ou uma autoridade regida por um príncipe. O termo, quando se refere a anjos, pode ser usado tanto para os bons como para os maus (Ef3.10; Cl 2.15; Ef 6.12).
Anjos eleitos
São aqueles anjos que permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de satanás e foram elevados à categoria de anjos eleitos, aperfeiçoados (I Tm 5.21; Mt 25.41).
Querubins
Esses seres angelicais aparecem pela primeira vez no livro de Gênesis após a queda e expulsão homem.
“E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gênesis 3.24).
Deus colocou esses anjos para guardarem o Éden e proteger a Árvore da Vida.
A palavra querubim vem do termo hebraico kerub (Keroubh, Keruvim – foram outros termos encontrados no Google) quer dizer - guardar, cobrir. Plural de kerub, querubim, mas a Bíblia pluraliza “querubins”, e significa protetores, guardadores, cujas funções são:
- Zelar pela santidade de Deus, para não ser profanada, estando relacionados à guarda montada no Trono de Deus;
“O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado acima dos querubins, estremeça a terra. O Senhor é grande...” (Salmo 99.1,2).
Os querubins estão sob o trono de Deus, resguardando-o.
- Esses anjos estavam também esculpidos em forma de estátuas no Lugar Santíssimo, do Tabernáculo, na tampa da Arca da Aliança
“Então disse o Senhor a Moisés: E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, também farão uma arca de madeira, de acácia; meterás os varais nas argolas, aos lados da arca, para se levar por eles a arca. Os varais permanecerão nas argolas da arca; não serão tirados dela. E porás na arca o testemunho (depoimento das histórias contadas, a palavra de Deus), que eu te darei.
Farás um querubim numa extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele.
Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório... E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel” (Êxodo 25.8-22).
Havia o tabernáculo e a arca que era um “templo” portátil, daí as varas enfiadas em argolas para que quatro homens a levassem para vários lugares, inclusive para a guerra, para que a presença do Senhor estivesse com o povo e eles pudessem ouvir a voz de Deus, quando se fizesse necessário, por meio de uma consulta para que houvesse um direcionamento seguro.
Como podemos observar, e se analisarmos com profundidade, o Deus que proíbe a idolatria não ia mandar que construíssem objetos idolátricos, ligados à religiosidade. Os mesmos nunca foram consultados, colocados em templos, igrejas. Nunca se dirigiu a eles pedido, nem oração alguma. “Ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins”, “falarei contigo a respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel”. É Deus no negócio, o negócio era com o próprio Deus.
Os querubins eram uma simbologia da glória de Deus como forma de exemplificar que Deus tem exércitos sob seu comando, no céu; porque ali aquelas estatuetas não tinham vida. Deus jamais daria qualquer ordem a eles, nem seria preciso. Ele jamais estará, e nem se faz necessário, em companhia alguma, mas como esses querubins guardavam o trono de Deus é natural que eles estivessem ali representados.
- Supostamente Satanás pertencia a essa classe de anjos
“Eu te coloquei como querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniquidade” (Ezequiel 28.14-15).
Satanás foi estabelecido como “querubim ungido”, “querubim da guarda”, com a função de proteger, no “Monte Santo de Deus”, depois que ele se profanou foi expulso desse Monte.
- São também anjos de alta graduação, chamados ainda de “Querubins da Glória”
“... Sobre a arca estavam os Querubins da Glória, que com sua sombra cobriam o lugar do perdão...” (Hebreus 9.5).
Muito poético a expressão “lugar do perdão”. Cobrir esse lugar com suas sombras era função desses querubins.
- A glória de Deus está sobre eles, no cumprimento de uma missão
“Então se levantou a glória do Senhor de sobre o querubim, e passou para a entrada da casa; e encheu-se a casa duma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor” (Ezequiel 10.4).
Vejam o aspecto tremendo desses anjos:
“E apareceu nos querubins uma semelhança de mão de homem debaixo das suas asas. E cada um tinha quatro rostos: O primeiro rosto era rosto de querubim, o segundo era rosto de homem, o terceiro era rosto de leão, e o quarto era rosto de águia. E os querubins se elevaram ao alto. Eles são os mesmos seres viventes que vi junto ao rio Quebar. Então saiu a glória do Senhor de sobre a entrada da casa, e parou sobre os querubins”.
E os querubins alçaram as suas asas, e se elevaram da terra à minha vista, quando saíram,...pararam à entrada da porta oriental da casa do Senhor, e a glória do Deus de Israel estava em cima sobre eles.
“São estes os seres viventes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar; e percebi que eram querubins” (Ezequiel 10.8-20).
Notem: “Então saiu a glória do Senhor de sobre a entrada da casa, e parou sobre os querubins” (Ezequiel 10.18). Os anjos não tem glória alguma se ela não vier de Deus.
- O profeta Ezequiel o viu com quatro asas
“São estes os seres viventes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar; e percebi que eram querubins. Cada um tinha quatro rostos e cada um quatro asas; e debaixo das suas asas havia a semelhança de mãos de homem” (Ezequiel 10.20,21).
- A Bíblia afirma que os querubins, poeticamente, formam a carruagem em que Deus desce quando “visita” a terra
“Montou num querubim, e voou; apareceu sobre as asas do vento” (II Samuel 22.11).
Serafins
Não existe o termo “serafim”, apenas “serafins”. Esta palavra deriva do hebraico Saraph que significa: Ardente, brilhante, nobre ou afogueado. Pouco se sabe a respeito desta classe, haja vista só termos uma referência bíblica (Isaías 6.1-3).
- A função mais específica desse anjo é de louvar e glorificar a Deus em seu trono. Eles têm seis asas.
“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória” (Isaías 6.1-3).
- O ofício maior dos Serafins, além de manifestar a santidade de Deus, é propiciar a purificação daqueles os quais o Senhor tem uma obra especial preparada
“Então eu disse: Ai de mim, estou perdido! Sou homem de lábios impuros, e meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Nesse momento, um dos serafins voou até onde eu estava, trazendo uma brasa que havia tirado do altar com uma tenaz (pinça). Com a brasa tocou-me, e disse: Veja, isso aqui tocou seus lábios, sua culpa foi removida, seu pecado foi perdoado” (Isaías 6.5,6).
Não tem coisa mais importante para a raça humana do que ter seus pecados perdoados.
Anjos comuns - Exército de Deus
Há um número incontável de anjos fora de uma graduação elevada. Subordinam-se não só a Deus, mas também a Miguel, o arcanjo, aos quais poderíamos chamar de “anjos comuns”. Várias vezes eles são citados como o “Exército de Deus”, “Exércitos dos Céus” e Cristo os chamou de “legiões”, dado ao abundante número.
No reino espiritual existem espíritos, forças, dimensões ou poder, compostos por tropa ou exército, tanto do bem como do mal:
- Potestade Divina
“...porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1.16).
- Potestade do Mal
“Ele (Deus) nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor...” (Colossenses 1.13).
- Hostes de Deus
“Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o todas as suas hostes” (Salmo 148.2).
- Hostes da maldade: exércitos de demônios
“... não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6.12). Confirma-nos o Apóstolo Paulo.
- Autoridades divinas
“... Jesus Cristo; o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” (I Pedro 3.22).
- Autoridades malignas
“Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder (do Mal ou dos homens maus). Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos (demônios ou líderes malignos) debaixo de seus pés” (I Coríntios 15.24,25).
- Príncipe dos anjos
“... Ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe” (Daniel 10.21).
- Príncipe dos demônios
“... Este (Jesus) não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios” (Mateus 12.24).
- Príncipe das potestades do ar. Quem não tem compromisso com Jesus anda sob esse domínio
“... nos quais outrora andastes, segundo o curso (os princípios) deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar (Diabo), do espírito que agora opera nos filhos de desobediência...” (Efésios 2.2).
O que acontece com certas pessoas arrogantes, orgulhosas, prepotentes, más, em extremo? Essas pessoas maltratam outras pessoas, pois não há nelas humildade, sensibilidade, empatia, nem temor algum a Deus. Dada essas “brechas”, tais pessoas ficam suscetíveis às ações malignas do “príncipe das potestades do ar”, daí por que tantos nos chocam quando matam outros, muitas vezes por motivo fútil.
Essa influência é gradual. Eu constato isso em alguns exemplos encontrados, em parte, nalgumas instituições para menores infratores. Em alguns casos são meninos que foram criados sob uma má influência. Seus pais eram pessoas desrespeitosas, mentirosas, desonestas, viciadas, viciados em xingamentos, palavrões e perderam o controle e autoridade sobre seus filhos. Deus passa longe de suas vidas; mas Satanás passa bem perto.
Alguns desses exemplos não têm limites, não aceitam ser contrariados. Logo cedo se mostram violentos e podem matar alguém com facilidade, na verdade Satanás encontra um vasto terreno e tal pessoa vira uma marionete em suas mãos, pois o principal papel dele é “matar” (usando alguém para isso) e “destruir” (também a vida de quem se tornou um assassino) e roubar a paz, o equilíbrio.
Veja o quadro, de algumas dessas pessoas, “desenhado” pela Bíblia:
“... também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados; especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas concupiscências, e desprezam toda autoridade. Atrevidos, arrogantes, não receiam blasfemar das dignidades, enquanto que os anjos, embora maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.
Mas estes, como criaturas irracionais por natureza, feitos para serem presas e mortas, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, recebendo a paga da sua injustiça; pois que tais homens têm prazer em deleites (maus) à luz do dia; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em suas dissimulações, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito, desviaram-se...
Estes são fontes sem água, névoas levadas por uma tempestade, para os quais está reservado o negrume das trevas. Porque, falando palavras arrogantes de vaidade, nas concupiscências da carne engodam com dissoluções aqueles que mal estão escapando aos que vivem no erro...” (II Pedro 2.9-18).
BÍBLIA de Estudo Pentecostal – AT e NT. Referências e Algumas Variantes. Trad. João F. de Almeida. São Paulo, CPAD/SBB, 1995 (ISBN 85-263-0048-2-BEP).
BÍBLIA Sagrada (Eletrônica, AT e NT). Europa Multimídia. Programação: Leandro Calçada, Ilustração: Wilson Roberto Jr. Colaboração: Thélos Associação Cultural.
TEOLOGIA, Curso Interdenominacional de. FWM: Faculdade Teológica e Apologética Dr. Walter Martin. ICP: Instituto Cristão de Pesquisas. Jundiaí, SP, 2007 (Módulo V, p. 106-140).
https://estiloadoracao.com/o-que-e-querubim/
Vide tópico 56 - Referências Bibliográficas