16 - A Bíblia
Vejamos, também, esse vocábulo citado por Paulo Coelho:
Paulo Coelho em sua narrativa, As Valkírias, quando ele e a esposa foram explorar o deserto, diz o seguinte: “Cada um colocou na cintura seu cantil com água. Paulo colocou cigarros e uma Bíblia...” (p. 54). Para alguém que está conhecendo a Bíblia há pouco tempo, para quem não conhece o poder transformador da Palavra de Deus pode até ser tolerável essa junção, mas para alguém que quer passar a imagem de “apegado a Bíblia”, por nela conter a Verdade de Deus, essa mistura, da Bíblia com algo vicioso, portanto, não é aceito pela mesma, é impraticável: “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar ao outro, o há de dedicar-se a um e desprezar o outro” (Lucas 16.13).
A Palavra de Deus nos alerta para a inclinação de algo que exerce uma força maior do que o ensino bíblico, nesse caso o lamentável vício de Paulo Coelho ao cigarro, não só isso, mas, se não tivermos cuidado outras coisas também podem se tornar "senhores" em nossa vida, no sentido de domínio. Se nos dedicamos à Palavra com fé e com esforço, encontraremos nela apoio para nos livrarmos daquilo que a própria Palavra condena, e Jesus quer nos livrar de qualquer coisa que nos torna escravo e que desagrada a Deus. Quando a Palavra diz “servir a dois senhores” é por que são duas forças que se opõem. Para qual dela vamos nos inclinar mais? Ou se vive pela Palavra de Deus, a Bíblia, pelo espírito, ou se escolhe viver à margem dela, pela força da carne em nós: “Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gálatas 5.16,17).
Daniel foi um profeta perseguido, aquele, jogado entre os leões famintos. Os invejosos da corte procuravam defeitos nele, mas a Bíblia diz sobre ele: “Os presidentes e os sátrapas (governantes da época) procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino, mas não podiam achar ocasião ou falta alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício, nem culpa” (Daniel 6.4). Nesse caso vício de costumes, atitudes, também.
A Bíblia é nossa bússola espiritual, nosso GPS. É o que nos norteia, é o que direciona nosso espírito por meio do conhecimento da Verdade. A Bíblia aponta para cada um o caminho da salvação. Não é apenas um livro só, mas uma coleção. Esses livros são considerados sagrados. Escritos por simples homens, porém, sob a inspiração divina.
A Bíblia nos mostra dois caminhos, para o céu e para o inferno, nos fala a respeito do Salvador Jesus Cristo, traz esclarecimento a respeito de dois destinos, salvação e perdição, e fala, ainda, a respeito de três lugares: céu, inferno e terra.
Cerca de quarenta escritores compuseram a Bíblia, em um período de quase 1600 anos. Homens que pertenciam a variadas profissões e atividades escreveram e residiram distante uns dos outros, em épocas e nível intelectual diferentes, porém, com um mesmo intento e unidade, pois eram inspirados pelo Espírito Santo (“Porque a profecia (Palavra) nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (II Pedro 1.21– É o que nos informa o apóstolo Pedro). É a Bíblia explicando a própria Bíblia.
As línguas utilizadas foram o hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento (AT), e o grego para o Novo Testamento (NT).
A Palavra de Deus, ou seja, seus preceitos e história de vida de seus servos eram transmitidos, a princípio, oralmente. Além de Deus, sete homens divulgaram a Palavra falada, cada um na sua época. Deus falou a Adão; Adão transmitiu a Lameque e chegou a Noé, Abraão, Jacó, Coate, Anrão e Moisés, até que Deus deu a ordem para Moisés escrevê-la em formato de livro.
Bíblia x Igreja
Entendemos a Bíblia, nós cristãos, em especial evangélicos, como sendo a forma, escrita e perpetuada, de Deus falar conosco, passar seus ensinos, seus mandamentos e suas regras para que, assim, seguindo a sua vontade tenhamos um relacionamento adequado com ele. Assim sendo, entendemos pela própria Bíblia, que ela mesma explica sua origem. Exporemos poucos e resumidos versículos para não nos alongarmos:
- A Bíblia, a princípio, nasceu no céu
"Para sempre, ó Senhor, a tua Palavra está firmada nos céus". (Salmo 119.89).
- As ordenanças orais, faladas, diretamente do próprio Senhor, esteve no Éden, no princípio, para orientar o homem.
"Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai... Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento" (Gênesis 1.27-29).
"Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado. Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2.8,16,17).
Nesses enunciados acima vemos que Deus passou para Adão duas regras, duas informações para que ele se inteirasse a respeito de tudo que Deus criara e de como ele deveria proceder. Em uma segunda vez Deus fez uma ordenança. Ordenança é uma "determinação proveniente de alguma autoridade" , não poderia ser quebrada de maneira alguma.
"E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás? Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me. Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses"? (Gênesis 3.8-11).
Veja: Deus deu ao homem uma companheira, colocou-o em um belíssimo jardim, visitava-o ao final da tarde e decretou-lhe algumas determinações, regras a serem seguidas. Como podemos ver, há sempre um diálogo entre o Criador e sua criatura, onde Deus já passava seu ensino.
A Bíblia começou a ser divulgada de maneira falada, oral, através do próprio Deus. Depois Deus ordenou ao seu povo, os descendentes de Abraão, os israelitas, que as histórias de seu relacionamento com esse povo, bem como a Sua vontade, fosse contada de geração a geração:
"Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos; para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos, a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos..." (Salmo 78.5-7).
"Assim diz o Senhor: Põe-te no átrio da casa do Senhor e dize... ...todas as palavras que te mando que lhes fales; não omitas uma só palavra. Bem pode ser que ouçam, e se convertam cada um do seu mau caminho... Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor: Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei, que pus diante de vós, e para ouvirdes as palavras dos meus servos, os profetas, que eu com insistência vos envio, mas não ouvistes..." (Deus promete castigo aos desobedientes - Profeta Jeremias 26.2-5).
- Deus, não só espiritual, mas também, literalmente, foi autor da Bíblia ao escrever os Dez Mandamentos
"Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos ensinares" (Êxodo 24.12).
Deus deu a ordem para que Moisés (aproximadamente 1450-1410 a.C.) escrevesse em um livro os principais acontecimentos quando este se encontrava no deserto durante as peregrinações do povo Israel.
"Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memorial num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué..." Êxodo 17.14.
"E Moisés... ...Também tomou o livro do pacto e o leu perante o povo; e o povo disse: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos" (Êxodo 24.6,7).
Ao fazer minhas pesquisas deparei-me com um vídeo em que um seguidor faz uma pergunta a um padre a respeito dos católicos serem acusados de não lerem a Bíblia, tanto quanto deveria, e que poucos sabem dar uma resposta, refutar um argumento, com base na mesma. A resposta do padre é de doer. O padre afirma ao seu seguidor que, se nós temos a Bíblia hoje, isso se deve à Igreja Católica que a escreveu, que definiu quais livros foram considerados sagrados, canônicos, inspirados. Ele conclui dizendo: "Foi a gente quem escreveu". Que absurdo! Veja a diferença entre evangélicos e católicos, para nós evangélicos quem fez tudo isso foi o próprio Deus e o Espírito Santo "usando pessoas", aí sim; em especial, os judeus. Não importa quem eram essas pessoas no sentido de quais eram suas religiões, se estão salvas ou não (creio que estão salvas, mas Deus sabe todas as coisas, nesse sentido. Pessoas praticantes do judaísmo e cristãs, estiveram envolvidas nesse processo), Deus deu-lhes ideias, e direção e proveu os meios. Há que se fazer diferença entre quem realmente escreveu, copiou, traduziu, divulgou, imprimiu, etc.
"Toda Escritura é divinamente inspirada (ou seja, é inspirada por Deus) e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito..." (II Timóteo 3.16,17).
Digo algo aqui, mas é para quem o crê: Deus usou até uma jumenta para passar uma mensagem ao falso profeta Balaão, convocado por determinado rei inimigo para amaldiçoar o povo hebreu. Como se isso fosse possível sem a permissão de Deus. Veja:
"Agora, pois, rogo-vos que fiqueis aqui ainda esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me dirá mais. Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Já que esses homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás somente aquilo que eu te disser. Então levantou-se Balaão pela manhã, albardou a sua jumenta, e partiu com os príncipes de Moabe. A ira de Deus se acendeu, porque ele ia, e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário. Ora, ele ia montado na sua jumenta, tendo consigo os seus dois servos. A jumenta viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão e, desviando-se do caminho, meteu-se pelo campo; pelo que Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. Mas o anjo do Senhor pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo uma sebe de um e de outro lado. Vendo, pois, a jumenta o anjo do Senhor, coseu-se com a sebe, e apertou contra a sebe o pé de Balaão; pelo que ele tornou a espancá-la. Então o anjo do Senhor passou mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. E, vendo a jumenta o anjo do Senhor, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão se acendeu, e ele espancou a jumenta com o bordão. Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a qual perguntou a Balaão: Que te fiz eu, para que me espancasses estas três vezes? Respondeu Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim; oxalá tivesse eu uma espada na mão, pois agora te mataria. Tornou a jumenta a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste toda a tua vida até hoje? Porventura tem sido o meu costume fazer assim para contigo? E ele respondeu: Não. Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor parado no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se com o rosto em terra". (Números 22.19-31).
Quem deu a ordem para o grande peixe engolir Jonas? Quem deu a ordem para esse mesmo peixe vomitá-lo? Quem deu a ordem para aparecer gafanhotos, piolhos e rãs, em grande quantidade no Egito? O próprio Deus (há prova arqueológica das Dez pragas no Egito, o que é contestado é a forma como se deu). Ele tem o controle de tudo e a glória dele não dá a ninguém. Ele usa quem quer, desde animais a pessoas eruditas ou indoutas. Quando ele quer não importa o credo de ninguém. Deus usou Ciro, um grande rei do Império Persa, homem de bom coração, mas que não era hebreu, nem do judaísmo, para a reconstrução do Templo de Jerusalém e trazer de volta todos os judeus que estivessem dispersos pelo Império e desejassem retornar à Cidade Santa, depois de permanecerem 70 anos no exílio. Haviam pessoas judaicas que Deus poderia levantar, mas ele escolheu a Ciro, alguém de outro povo, com outra religião, isso por que ele era uma pessoa justa para com todos os povos e segmentos. Ciro era uma pessoa estudada, preparada, no caso dos indoutos temos o exemplo de alguns dos apóstolos:
"Então eles (autoridades como o sumo-sacerdote Anás e Caifás), vendo a intrepidez de Pedro e João, e tendo percebido que eram homens iletrados e indoutos, se admiravam; e reconheciam que haviam estado com Jesus". (Atos 4.13).
Esse discurso do apóstolo Pedro, relatado em Atos, é de um nível intelectual e teológico elevado, e quem concedeu isso a ele nem foram os estudos, foi o poder sobrenatural de Deus.
"Estado com Jesus". Quando a gente tem um encontro verdadeiro com Jesus, tudo muda: não apenas a maneira de ser, mas até inteligência Jesus nos dá. E essa mudança quem faz é o Espírito Santo através da Palavra Sagrada, a Bíblia. Percebe? Não é simplesmente a pessoa "pular" para dentro de outra religião, é, como diz a Bíblia, "as escamas caindo dos olhos", espiritualmente falando. Portanto, se a Bíblia chegou até nós, foi porque Deus se incubiu disso, o Espírito Santo usou pessoas, como Moisés, preservou manuscritos, usou épocas, situações, copistas, e tradutores para que a humanidade tivesse acesso aos seus mandamento.
O padre conclui, em outras palavras, dizendo que essa visão do povo evangélico não deve ser considerada, pois os mesmos só se baseiam na Bíblia. Que o povo evangélico não tem a Tradição, o Magistério e nem o Rito. E assim sendo, é insuficiente? E eu pergunto: onde está o embasamento bíblico para esses pilares da fé católica, exatamente com essas definições?
Um artigo de um site dizia: "A Bíblia sozinha é incompleta (?!): Tradição, Magistério e Sagradas Escrituras andam juntos". Esses pilares, explicado em pesquisas, foram criados e estabelecidos através dos papas por meio de Concílios (como Concílio do Vaticano I e II, etc.), em uma interpretação não literal de textos bíblicos, onde foram estabelecidos dogmas da Igreja Católica.
É por causa dessa dedução, de que a Bíblia é incompleta, é que algumas poucas lideranças ditas evangélicas passaram a ter livro paralelo à Bíblia, também. É o caso da Igreja Adventista, que tem um livro da escritora Ellen G. White, considerada profetisa; e a Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias, com "O Livro dos Mormons". Nós, evangélicos mais tradicionais, digamos assim, não concordamos com isso. Inclusive, ouvi um pastor adventista, de certo renome, dizer que, o crente adventista que não lia Ellen White, estava com o pé na beira do inferno. Completo absurdo.
Pelo pouco que pude observar exposto em alguns vídeos, a igreja católica também tem um livro no qual se fundamenta e consulta, é o Catecismo. Esse livro "apresenta ensinamentos da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério; segundo o catolicismo romano. Traz também a herança deixada pelos Santos Padres, santos e santas da Igreja".
“Porque a profecia (Palavra) nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens, da parte de Deus, falaram movidos pelo Espírito Santo”. (II Pedro 1.21– Lembrando, aqui, mais uma vez o que nos informa o apóstolo Pedro).
A Palavra de Deus não é uma mera escritura, com meras regras. Ela não existiria se não fosse todo um cuidado, escolha, inspiração e preservação, da parte de Deus, para que ela chegasse até nós, seus filhos. Então, ela nos basta.
"Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes". (I Tessalonicenses 2.13).
A igreja, enquanto instituição, não tinha sido formada, mas havia o ajuntamento do povo, a congregação, para ouvir o ensino ordenado por Deus
"Quando todo o Israel vier comparecer perante o Senhor teu Deus, lerás esta lei (instrução) diante de todo o Israel aos seus ouvidos" (Deuteronômio 31.9-11).
- Eles liam e transmitiam uns aos outros
"E as farás saber aos teus filhos e aos filhos dos teus filhos" (Deuteronômio 4.9).
E como explica Timóteo havia uma preocupação que a Palavra fosse divulgada por pessoas sérias e idôneas:
"E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros". II Timóteo 2.2.
Os materiais empregados na escrita foram o papiro (tipo de planta com folhas grandes apropriadas para a escrita) e pergaminho (pele de animal curtida).
A partir daí a Bíblia começou a ser divulgada por meio de Manuscritos (do latim, "manu", mão; e "scriptum", escrita, ou seja, escrito à mão). Produzidos muito antes da invenção da imprensa. Esses pergaminhos variavam em tamanho, desde pequeníssimos rolos contendo versos das escrituras judaicas, até grandes Códices, contendo tanto o Antigo Testamento, como também o Novo Testamento.
O Códice é um meio de escrita que já permitia páginas feitas de folhas de pergaminho em tamanho maior, dobrados e encadernado através de costura, o que levava a registrar uma maior quantidade de texto. Era superior ao rolo e a tábua de argila. É precursor do livro, originário do século I.
Conforme foram catalogados, esses Códices têm várias nominações e estão espalhados nos mais importantes Museus e Bibliotecas mundo afora, donde estudiosos debruçaram sobre os mesmos para estudo, tradução e mais tarde impressão.
Por exemplo, temos o manuscrito Códice de Leningrado confeccionado em pergaminho e datado de 1008 EC. É a cópia mais antiga da Bíblia hebraica do mundo. O texto encontra-se na famosa Biblioteca Pública de São Petersburgo, na Rússia.
Em uma comparação com outros textos do Mundo Antigo, a Bíblia é um livro muito bem preservado em grande número de cópias. Nos últimos 200 anos foram descobertos muitos manuscritos bíblicos antigos.
Os manuscritos mais antigos da Bíblia também estão guardados no Santuário do Livro, uma ala do Museu de Israel, em Jerusalém, construído em 1965.
- Jesus usava os manuscritos, inclusive o mais citado é o livro de Isaías:
"...e disse-lhes (Jesus): Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de ladrões (algumas versões, salteadores). Vendo, porém, os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que ele fizera, e os meninos que clamavam no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se, e perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito louvor"? Mateus 21.13,15,16. Aqui Jesus cita Isaías 56.7 e Salmo 8.2, do Antigo Testamento.
"Ele (no caso aqui, Jesus), porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e seus companheiros? Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes"? (Mateus 12.3,4. Aqui, Jesus cita a história de Davi, relatada em I Samuel 21.1-6, Antigo Testamento).
- Os discípulos também usavam e citavam os manuscritos:
"Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas...". (Atos 10.34 - Aqui, o apóstolo Pedro cita o livro de Deuteronômio 10.17, da Torá).
Desses manuscritos surgiram a Septuaginta e a Vulgata. Em termos de tradução a Septuaginta foi a primeira tradução da Bíblia hebraica para o grego, e a Vulgata, tradução do grego para o latim.
O termo "Septuaginta" é uma palavra latina que significa "setenta" , por isso ficou conhecida como a "versão dos setenta", tradução essa feita por mais de setenta sábios. Há quem considere uma lenda, essa correlação, porém, o respeitável historiador judeu, Flávio Josefo (37/100 d.C), fala a respeito do autor de uma carta conhecido como Aristeia, onde o mesmo descreve o processo de tradução da Torá judaica (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento), feito por 72 sábios judeus, de Israel (seis de cada tribo), a pedido do rei do Egito.
Septuaginta é uma tradução, portanto, do Antigo Testamento hebraico, para o grego, feita no Egito, para a comunidade judaica que não mais entendia o texto bíblico em hebraico naquela época. É a mais antiga tradução feita aproximadamente entre 200 e 300 a.C. Essa versão foi a Bíblia utilizada por muitos dos primeiros cristãos, inclusive apóstolos e evangelistas.
O sacerdote holandês, frei Carlos Mesters, biblista e doutor em Teologia nos traz, segundo ele, um resumo do que aconteceu: "Por volta de 350 a.C., muitos judeus migraram para o Egito, bem como para outros países; uma parte, porém, ficou na Palestina. No começo, os que foram para o Egito ainda falavam a língua de origem, mas os filhos deles começaram a falar a língua do país onde se encontravam, e os netos já não entendiam mais o idioma hebraico dos avós. Os judeus que ficaram na Palestina falavam o aramaico, que é muito semelhante ao hebraico. Então, sentiu-se a necessidade de fazer uma tradução da Bíblia para o grego. Ela foi feita aos poucos, entre o ano 250 a.C. e 150 a.C. Os judeus que moravam no Egito traduziram mais alguns livros em grego (os considerados apócrifos. Já os judeus da Palestina não aceitavam tal acréscimo, por duvidarem da santidade desses textos, por não considerá-los canônicos)*. Assim, eles acabaram ficando com duas Bíblias: uma em língua hebraica (sem os sete livros a mais)*, para os judeus da Palestina; e outra em língua grega para os judeus que viviam fora da Palestina.
A Bíblia dos protestantes segue a lista da Bíblia Hebraica dos judeus da Palestina; a Bíblia dos católicos segue a lista da Bíblia Grega dos judeus do Egito, com os 07 livros a mais. Essa Bíblia Grega se espalhou pelo mundo todo daquele tempo, pois a língua predominante era o grego. Os primeiros cristãos eram de Jerusalém e usavam a Bíblia hebraica, a mais curta.
Os judeus da Palestina fizeram uma reunião no ano 97, e disseram: "Para nós, a Sagrada Escritura é a da lista pequena". Por volta do ano 400 o Papa Dâmaso pediu a São Jerônimo para traduzir a Bíblia para o latim, pois o povo já não falava nem hebraico nem grego, mas sim; o latim. Precisava então de alguém que fizesse uma nova tradução, para que todo mundo pudesse entender. Jerônimo concordou".
- Depois da versão "Septuaginta" veio a versão "Vulgata" e para isso precisamos conhecer um pouco a história de São Jerônimo, ora citado.
Todavia, há uma pequena controvérsia quanto ao fato de que Jerônimo tenha ou não traduzido os livros apócrifos (os sete livros a mais). Segundo alguns, ele consultava bastante os rabinos judeus, enquanto viveu na Palestina, e considerava a posição negativa dos mesmos em relação aos apócrifos, vindo, com isso, a recusar-se a traduzir esses livros. Afirmam que ele deixou claro que a Igreja de seus dias não concedia status canônicos a esses livros, com base em muitas de suas declarações analisadas. Outros sugerem que Jerônimo mudou de ideia e incluiu os Apócrifos no cânon da Vulgata, mas não há evidência sobre isto.
"Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo", disse São Jerônimo, nascido Eusébio Sofrônio Jerônimo primeiro tradutor da Bíblia hebraica para o latim chamada de "Vulgata". Ele foi considerado biblista, exegeta, ou seja, estudava e interpretava os textos sagrados. Era conhecido como teólogo, filósofo, gramático, historiador e foi declarado doutor, e considerado presbítero da Igreja Católica.
Nasceu em Dalmácia, antiga província romana (cerca de 347 d.C.). Após a morte dos pais, e de posse de sua herança, Jerônimo partiu para Roma para se aprofundar nos estudos teológicos, depois de um certo tempo resolveu fazer uma peregrinação à Terra Santa onde teve contato com a versão hebraica das Sagradas Escrituras que compunha o Antigo Testamento. Estudou hebraico com rabinos famosos, para fazer uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina onde viveu durante 20 anos. Esse trabalho levou aproximadamente 15 anos.
A tradução dos textos bíblicos do hebraico para a língua latina ficou conhecida como "Vulgata", ou seja, língua vulgar, comum, simples. Indica que a tradução foi feita para que as Escrituras Sagradas fossem acessadas pelo maior número de pessoas possível. Essa versão, em latim, foi usada pela Igreja Católica até 1546, a partir de então começou a tradução para as línguas modernas. No caso do Antigo Testamento Jerônimo fez uma tradução diretamente do original hebraico (que ele chamava de "veritas hebraicas", verdade hebraica), para isso se empenhou em estudar as línguas originais para melhor compreender as Escrituras e ter uma tradução mais fiel; e não da tradução grega conhecida como Septuaginta. Infelizmente São Jerônimo faleceu (420 d.C) antes de ver a Vulgata publicada, o que aconteceria séculos depois. Isso só ocorreu quando foi possível reunir todos os textos por ele traduzidos.
Considerando a situação atual da Palestina, e uma vez que a mesma foi citada, no tocante aos tradutores da Bíblia, abro aqui um parêntese para falar um pouco sobre essa terra.
Segundo o arqueólogo cristão doutor Rodrigo Silva, "os palestinos têm seus ancestrais no povo africano, comprovado através de exame de DNA realizado em várias famílias. Portanto, não são, como se pensa, um povo árabe. Provavelmente eles foram escravizados, trazidos para essa região, onde habitava os cananeus, de Canaã, tornando-se cananitas. Tempos depois adaptaram-se à cultura árabe, vindo inclusive, a se converterem ao islamismo e tornaram-se muçulmanos".
Transcrevo um texto da IA do google, tal qual está escrito:
Jesus Cristo foi um profeta judeu que viveu na Palestina no século I d.C. Ele trouxe uma mensagem de libertação a Israel, prometendo a formação de um reino de Deus na Terra, porém, em sentido espiritual. Inclusive, no tempo de Jesus, a Palestina era habitada por judeus e estes mesmos povos. Inclusive, no tempo de Jesus, a Palestina era habitada por judeus e estes mesmos povos. Era uma área de terra mediana e dominada pelos romanos.
O Messias nasceu em Belém, uma província romana na Palestina. A Galileia, região norte da Palestina, foi um local importante no ministério terreno de Jesus.
A Palestina era uma região de passagem, devido à sua posição geográfica estratégica. Por ela circulavam soldados, comerciantes, mensageiros e diplomatas.
A Palestina foi governada, principalmente, pela Dinastia Herodiana. O rei Herodes, nomeado pelo senado romano, governava a Judeia e estendeu seu poder além da região.
A maior parcela dos palestinos, atualmente, vive na região da Cisjordânia, enquanto os demais vivem nas áreas administrativas que compõem a Faixa de Gaza". informa-nos, assim, o texto do google.
Algumas tribos israelitas, depois da morte de Josué, não conseguiram expulsar todos os cananeus e os outros povos iníquos de suas terras. Não obstante, os israelitas abandonaram o Senhor, adorando os falsos deuses dos cananeus e o Senhor retirou sua bênção e proteção.
A não expulsão total desses povos inimigos do povo de Deus foi um grande erro do passado, considerou alguém dentro da liderança israelita, ao se referir aos acontecimentos provocados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023.
Ocorrido esse parêntese, voltemos à questão dos autores da Bíblia:
Outros, no Novo Testamento, continuaram escrevendo: Mateus, Marcos, Lucas, escreveram os evangelhos.
"Eu, Paulo, ...escrevo esta carta...". (Romanos 1.1).
"Mas em parte vos escrevo mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, por causa da graça que por Deus me foi dada, para ser ministro de Cristo Jesus entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus..." (Romanos 15.15,16).
Então, Jesus mandou espalhar esse Evangelho para que a verdade fosse conhecida e os homens se libertassem do pecado, através do Espírito Santo, que inspirou a Bíblia, e que também convence o homem do pecado quando confrontado com a verdade da Palavra de Deus.
"Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho... quem crer e for batizado será salvo..." (Marcos 16.15).
"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João 8.32).
"...prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino". (II Timóteo 4.2).
Os escribas e o cânon sagrado
O escriba, ou escrivão, era aquele que na antiguidade, e também durante a idade média, dominava a escrita e a usava para redigir as leis de sua região, a mando do governante, ou as normas de uma determinada religião, antes da invenção da prensa móvel.
O escriba do Antigo Egito, era uma pessoa educada nas artes da escrita (usando, inclusive, escritas hieróglifas do primeiro milênio a.C.). Filhos de escribas eram educados na mesma tradição escriba, enviados à escola herdavam o mesmo cargo dos pais.
A profissão de escriba era prestigiada no Egito já nos dia de Moisés. Esses especialistas copiavam constantemente obras literárias, inclusive, retratadas em túmulos egípcios de mais de quatro mil anos.
Nos livros sagrados para os judeus e cristãos, o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres, ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá.
Já no Novo Testamento, é possível verificar que a maioria dos escribas da época se opôs aos ensinamentos de Jesus, que os criticava duramente por causa do seu proceder legalista. Eram considerados estudiosos da Lei e da tradição.
As Escrituras eram tão importantes para a nação de Israel, que uma classe especial de estudiosos chamada Soferim (sofer, do hebraico, escriba ou escrevente, descendentes de sacerdotes), se desenvolveu cerca de 500 a.C a 100 d.C. A principal tarefa desses escribas (profissionais que copiavam manuscritos), era preservar as tradições sagradas de Israel, em especial a Bíblia, eram especialistas em leis e textos sagrados. Responsáveis por copiar, interpretar e ensinar as escrituras.
Muito tempo depois surgiram os Massoretas, outro importante grupo judaico. Eles foram responsáveis por reunir os textos considerados inspirados por Deus em um único escrito. Para isso, examinaram e compararam todos os manuscritos bíblicos conhecidos na época. Os Massoretas encaravam a tarefa de copiar corretamente o texto bíblico como trabalho sagrado.
Graças a esses grupos, quando reformadores do século 16, como Lutero e Tyndale, contestaram a autoridade da Igreja Católica, e começaram a traduzir a Bíblia para idiomas comuns, eles dispunham de um texto hebraico bem preservado para usar como base para o trabalho.
Os soferins são de grande importância por terem fixado o cânon sagrado. A palavra cânon, vem do grego "Kanwvn", que significa vara reta, régua, regra, de onde deriva "canonização". Em relação às Escrituras o termo designa os livros que se enquadram à regra da inspiração divina, da coerência espiritual, portanto, os livros que foram inspirados por Deus. Significa que estes são o modelo estabelecido a ser seguido. Mas a formação do cânon bíblico foi um processo de seleção e revisão de livros que durou séculos.
- Quais foram os critérios para determinar o cânon bíblico?
Em uma "live" do canal "Vida Nova", do youtube, o entrevistado Valdemar Kroker, professor e tradutor com ampla experiência em tradução bíblica, cita um autor que descreve os principais questionamentos para determinar a canonicidade dos livros bíblicos:
1- Tal livro foi escrito por um profeta de Deus, por apóstolo, no caso do Novo Testamento, ou por alguém relacionado?
2- O autor foi confirmado por atos da parte Deus? Pois a prerrogativa seria de que, se o que o profeta falou, não se concretizou, então não foi da parte de Deus (está na própria Bíblia).
3- A mensagem que esse autor falou é a verdade a respeito de Deus, dos princípios, e dos conceitos relacionados ao Reino de Deus? Tem coerência? No todo, tem harmonia?
4- É possível ver o poder de Deus nesse autor? A mensagem desse autor realmente transforma as pessoas?
5- O livro foi aceito pelo povo de Deus ao longo da caminhada?
Por volta do ano 90 d.C., o Concílio Judaico de Jâmnia analisou os demais sete livros que estão na Septuaginta e concluíram, com base em alguns fundamentos, que os mesmos não obedeciam aos critérios de canonicidade, por isso consideraram apenas os 39 que estão na Bíblia hebraica, portanto, na Bíblia evangélica.
Entretanto, é questionado: há um entrelace de mensagens entre os textos desses sete livros? Um autor está em conformidade com o outro? (embora estivessem distantes uns dos outros, como os demais?). Os textos dos livros que foram acrescentados se comunicam entre si?
Isso não acontece com os 07 livros, a mais, na Bíblia adotada pela Igreja Católica, mesmo assim permaneceram acrescentados, posteriormente reafirmado no Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563. Essa assembleia foi responsável por definir o cânone bíblico católico, incluindo os tais sete livros considerados apócrifos, que não estão na Bíblia protestante, pelo fato dos componentes desse Concílio não concordarem com os critérios estabelecidos pelos rabinos judeus.
Esses livros não fazem parte do cânon bíblico original. "Fechado", determinado, provavelmente, por algum grupo judaico estudioso das Sagradas Escrituras. Esses grupos judaicos eram muito rigorosos nas análises referente à forma como certos autores narravam a respeito da santidade de Deus narrada nos textos bíblicos, bem como a verdade e a coerência dos fatos ali apresentados.
Esse entrelace não ocorre entre os livros não canônicos, os acrescidos, denominados apócrifos. Ademais nunca foram citados por Jesus ou pelos Apóstolos, tivesse ocorrido, seria uma prova, também, de que são válidos, inspirados.
A Igreja Primitiva e os Pais da Igreja do primeiro século nunca reconheceram canonicidade neles, dizem os estudiosos. Como se tais argumentos de rejeição fossem poucos, esses livros trazem opiniões divergentes da canônica, além de contradições. Exemplo:
Morremos para sempre?
- Versão apócrifa (de alguns livros na Bíblia católica)
“... Tu (Senhor) reinas para sempre, e nós morremos para sempre”. (Baruc 3.3).
- Versão canônica (na Bíblia evangélica)
“Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos... Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus” (Romanos 6.8)
Portanto, "viver para Deus" é viver para sempre. Não há "morte eterna" (perdição), quando se vive para Deus, afastado do pecado.
- A versão apócrifa ensina oração pelos mortos
“... porque ele considerava que, aos que tinham falecido na piedade, estava reservada uma grandíssima misericórdia. É, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados” (II Macabeus 12.43-46).
- Versão canônica
“... os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles recompensa... ...nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Eclesiastes 9.5,6).
Após a morte o destino de todos os homens é decretado, uns para perdição eterna e outros para a salvação eterna. Não existe meio de mudar o destino de alguém após a sua morte.
“Não sabem coisa alguma”. Já pensou se soubessem?! Eles iam viver assim: “Olha lá, Senhor, que caminho (que atitude), ele (ou ela) está tomando?! Isso não vai dar certo... E olha com quem ela está andando... Essa pessoa é má...! Veja, ele está bebendo muito! Está se drogando!” Ou estariam muito preocupados com seus inconclusos negócios aqui na terra, ou seja, alguns não teriam paz.
O texto canônico (a Bíblia evangélica) é claro e contradiz a versão apócrifa (os sete livros a mais, na Bíblia católica), quando afirma que os mortos não terão “recompensas”, isto é, por meio dos atos dos viventes, de seus parentes e amigos “debaixo do sol”, na terra. Portanto, segundo o texto considerado sagrado, de nada adianta o acendimento de vela, a missa, o culto, as rezas, orações, etc. Pois não têm eles consciência do sacrifício oferecido em prol deles, por amigos e familiares, nem Deus recebe tal.
Nós evangélicos costumamos prestar solidariedade aos familiares do falecido, levando uma palavra de conforto, em um momento fúnebre. Em o falecido sendo crente, evangélico, relembramos sua postura, às vezes, enquanto viveu, mas não é regra. Cantamos suas músicas favoritas, às vezes o tal morto, em vida, até expressa a forma como gostaria de ser lembrado. Mas é só. Temos plena consciência de que o espírito do morto nada sabe do que fazemos, e nada poderá mudar sua situação perante Deus, se estiver perdido, no caso do falecido ter sido um falso crente, o qual nem tínhamos conhecimento de sua vida oculta. Olha o que diz esse texto:
“Nenhum deles, de modo algum, pode remir (libertar da condenação) a seu irmão, nem por ele dar um resgate (libertar mediante alguma oferta) a Deus, (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam)...” (Salmo 49.7,8).
Olha quão taxativo é esse texto: ninguém pode “remir” seu irmão, em outras palavras, ABSOLVER, estando ele no purgatório, caso existisse, ou no inferno; nem por ele pode dar “resgate”, um “pagamento”, um “benefício”, para que o inferno o libere. Não adianta fazer mais nada. Logo, como podemos crer e aceitar o que diz Judas Macabeu, autor de um dos sete livros a mais? "...um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados” (II Macabeus 12.43-46). Ele escreveu isso, por que alguém lhe implantou essa errônea crença que contradiz escritos bíblicos mais antigos. Ele não leu os versículos citados acima nos livros de Eclesiastes e Salmos, e se os leu não os interpretou de maneira correta.
“Este (Jesus) nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A ele todos os profetas dão testemunho de que todo o que nele crê receberá a remissão dos pecados pelo seu nome”. (Atos 10.42,43).
Olha que forte: "Jesus constituído juiz dos vivos e dos mortos". Acham mesmo que meros ritos vai liberar tal espírito da mão do juiz Jesus. Muda-se tal vida, por meio de súplicas e orações, se o "réu" for vivo.
Percebamos, ainda, a explicação bíblica de que tudo é acertado em vida, o passo a passo:
- Primeiro se conhece a Palavra que foi pregada, inclusive, pregação ordenada pelo próprio Jesus;
- Depois, é preciso crer que esse Jesus expia nossos pecados por meio de seu nome, seu sangue vertido na cruz, quando o aceitamos e o recebemos, e passamos a viver segundo suas ordenanças. Seguindo o Caminho estreito, com "placas", sinalizações essas que não devem ser um peso, pois é prazeroso obedecê-lo e é para nosso próprio bem. Só nós lucramos com isso. Mas, toda essa mudança de crença e mentalidade, só será possível através da ação do Espírito Santo.
Após a morte de Cristo entra em cena o Espírito Santo, o papel dele é nos convencer do pecado, nos conscientizar, milagrosamente, e aí ocorre a mudança de vida: do monturo para a realeza espiritual cristã. Novas atitudes, novo comportamento, dá-se a libertação de todas as mazelas carnais e morais. Essa libertação acontece cem por cento com todos? Não. Uma parte vai tentar, mas será dominada por suas más atitudes, por isso são tão apontadas.
Pessoa alguma poderá livrar-se de todos os pecados superficiais ou enraizados por si só. Pois, nesse caso, entra em atuação, o Inimigo de Cristo, Satanás, ele que não quer que ninguém se salve, mas que lhe faça companhia nas trevas, uma vez que ele perdeu a Luz. Mas em Cristo sempre venceremos as tentações.
Resume-se assim: Deus criou o homem, depois ele enviou Jesus para salvar esse homem, mediante aceitá-lo, deixar-se conduzir por meio de suas normas. É condicional.
É proibida qualquer oferta, seja do que for, ou sacrifício aos mortos. Eles teriam que ter colocado a vida deles em ordem antes de morrer. Ao rei Ezequias foi-lhe dado essa revelação: “Por aquele tempo Ezequias ficou doente, à morte. O profeta Isaías, filho de Amoz, veio ter com ele, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa porque morrerás, e não viverás” (II Reis 20.1). Sorte de quem pode ter tanto essa informação, como uma oportunidade de se preparar. Muitos não a tem.
Essa casa, tanto pode ser no conotativo, como denotativo. Se a pessoa coordena grandes empreendimentos, ou por que sua família precisa saber dos pormenores da pessoa que irá morrer, porém, acima de tudo, essa casa é o seu espírito, é o seu interior. Portanto, só nós, e com consciência, podemos por em ordem o que está errado conosco, e em vida. Constatemos:
“... os que descem para a cova não podem esperar na tua verdade” (Isaías 38.18).
Faleceu, não tem mais o que esperar de Deus, seja perdão, recompensa, compreensão, esperança. A única coisa que virá até esse morto é sua sentença: salvação ou perdição. Portanto, não é aceitável a oração como é ensinado em tal livro apócrifo de Macabeus. É assim, para quem crer: os perdidos vão para o inferno (que Deus não fez para o homem, ele vai por desobediência), e depois do grande julgamento, serão lançados no lago de fogo. Uma sentença pior ainda. Já os alvos irão para o Paraíso e depois reinarão com Cristo.
- Histórias fictícias, lendárias e absurdas no livro apócrifo de Tobias
“Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse-lhe: Pega-lhe pelas guelras, e puxa-o para ti. Tendo assim feito, puxou-o para terra, e o começou palpitar a seus pés” (Tobias 6.1-4).
- Narra ato indevido
“Através de minha língua sedutora... concede-me falar com sedução...” (Judite 9.10,13).
- Ensina artes mágicas ou de feitiçaria como método de exorcismo
“Então disse o anjo: Tira as entranhas a esse peixe, e guarda, porque estas coisas te serão úteis. Feito isto, assou Tobias parte de sua carne, e levaram-na consigo para o caminho; salgaram o resto, para que lhes bastassem até chegassem a Ragés, cidade dos Medos. Então Tobias perguntou ao anjo e disse-lhe: Irmão Azarias, suplico-lhe que me digas de que remédio servirão estas partes do peixe, que tu me mandaste guardar: E o anjo, respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas , o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte que não tornam mais a chegar a eles. E o fel é bom para untar os olhos que têm algumas névoas, e sararão” (Tobias 6.5-9).
Esse ensino, que o coração de um peixe tem o poder para expulsar toda espécie de demônios, contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio. Deus jamais iria mandar um anjo seu ensinar como usar os métodos da bruxaria para expulsar demônios.
Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria e bruxaria, e de fato, o Diabo não tem interesse nenhum em expulsar demônios.
“Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos...? Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino de Deus” (Mateus 12.26-28).
Um dos sinais de poder entre os apóstolos era a expulsão de demônios, e a única coisa que tiveram que usar foi o nome de Jesus (Mc 16.17; At 16.18).
“E estes sinais acompanharão aos que crerem: Em meu nome (Jesus falando) expulsarão demônios...” (Marcos 16.17).
"...E fazia isto por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito (que estava na moça, ela se encontrava possessa): Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora saiu". (Atos 16.18).
- Até os anjos repreendem o demônio em nome do Senhor
“Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda!” (Judas 1.9).
- Os livros apócrifos ensinam, ainda, que esmolas e boas obras limpam os pecados
“É boa a oração acompanhada do jejum, dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro; porque a esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Eclesiástico 3.33).
“A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados” (Tobias 12.8, 9).
A Salvação por obras destrói todo o valor da obra vicária de Cristo em favor do pecador. Se caridade e boas obras limpam nossos pecados, nós não precisaríamos do sangue de Cristo (Martinho Lutero combateu isso, quando teve pleno conhecimento das Escrituras). Porém, os livros canônicos não deixam dúvidas quanto ao valor exclusivo do sangue como um único meio de remissão e perdão de pecados:
“Mas Cristo... por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção... ...sem derramamento de sangue não há remissão (de pecados)” (Hebreus 9.11, 12, 22).
Que “derramamento de sangue” é esse? O sangue de Cristo derramado no Calvário. Não há derramamento de sangue por meio de boas obras, simplesmente.
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo...” (I Pedro 1.18, 19).
Esses livros contradizem toda a Bíblia canônica. Esta declara que somente pela graça de Deus e o sangue de Cristo é que o homem pode alcançar justificação e completa redenção:
“Ninguém será justificado diante dele (Deus) pelas obras da lei... sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. A quem Deus propôs no seu sangue... Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (ou obras sociais - Romanos 3.20,24,24 e 29).
Já pensou se as boas obras salvassem, os ricos caridosos teriam um lugar bem elevado nos céus em relação aos pobres, e as pessoas se "gabariam": estou no céu por que fui uma pessoa muito boa!
Entre os livros canônicos realmente existe um "entrelace", um autor cita o outro. Exemplo:
- Livro de Êxodo (Antigo Testamento - AT)
“Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Um dos decretos nos dez mandamentos. Êxodo 20.12).
- Livro de Marcos (Novo Testamento - NT)
“Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá...” (Jesus citando versículo do livro de Êxodo. Marcos 7.10-13).
- Livro de Isaías (AT)
“Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se converta, e seja sarado” (Isaías 6.9,10).
- Livro de Atos (NT)
"E estando discordes entre si, retiraram-se, havendo Paulo dito esta palavra: Bem falou o Espírito Santo aos vossos pais pelo profeta Isaías, dizendo: Vai a este povo e dize: Ouvindo, ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis. Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram tardiamente, e fecharam os olhos; para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração nem se convertam e eu os cure”. (Atos 28.25-27).
- Livro de Isaías (AT)
“... assim ele (Jesus) espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e entenderão aquilo que não tinham ouvido" (Isaías 52.15).
- Livro de Romanos (NT)
“...como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão; e os que não ouviram, entenderão” . (Romanos 15.21).
Purgatório
O termo "purgatório" não existe na Bíblia, mas, segundo a interpretação de alguns o livro Apócrifo de II Macabeus ensina a existência de um lugar chamado PURGATÓRIO, isso porque Judas Macabeus chegou a rezar e fazer sacrifício por alguns de seus homens que foram mortos lutando pelo Senhor.
"Ora, sob a túnica de cada um encontraram objetos consagrados aos ídolos de Jânia, proibidos aos judeus pela lei: todos, pois, reconheceram que fora esta a causa de sua morte. Bendisseram, pois, a mão do justo juiz, o Senhor, que faz aparecer as coisas ocultas, e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido. O nobre Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados. ...se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, e era esse um bom e religioso pensamento eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas". II Macabeus (Bíblia Católica), 12.40-46.
Como veem, nada há nesse texto que aponte para um lugar intermediário, entre o céu e inferno, nominalmente, apenas demonstra que rezaram pelos mortos, uma vez que estes morreram em pecado.
A pessoa morta havia desobedecido ao mandamento "Não farás para ti imagens de escultura", nesse caso aqui, como símbolo religioso , que é a mesma coisa de um "ídolo". O morto já não tem condição de pedir perdão por ele próprio, e outra pessoa, enquanto viva, pode? Poder até pode. Mas não surtirá efeito.
Como, se há uma barreira intransponível, segundo a Bíblia, entre o reino espiritual e o terrestre? Não só isso, mas é o fato de Deus, segundo nos ensina os outros livros bíblicos, determinar que não há essa possibilidade. Todavia, Judas Macabeu achava que não seria em vão rezar por esse morto, uma vez que o intercessor crer que o morto ressuscitará, no dia da ressurreição. Querendo dizer com isso que, entre o estado do morto e a ressurreição existe um intervalo de tempo, estando aí uma chance (nesse intervalo de tempo esse que morreu no pecado estaria em um lugar de sofrimento e poderia sair de lá por meio dos rogos de outrem e chegar à ressurreição "são e salvo").
Ora, mas Bíblia nos ensina que "uns ressuscitarão para a Vida Eterna e outros para a vergonha, humilhação e para o desprezo eterno (perdição)". Mateus 25:46. Pois perderam todas as chances, enquanto vivos, e a sentença é o inferno, uma vez que fizeram escolhas erradas e conscientes.
O texto de Macabeus afirma que "uma bela recompensa aguardam os que morrem piedosamente", mas isso é "um bom e religioso pensamento", ou seja não havia confirmação bíblica para isso, ele não declara que Deus afirmou isso, nem poderia, e não cita esse fato em outros livros da Bíblia. Era apenas um pensamento. Não havia, e não há citação em outro livro, a respeito dessa possibilidade, havendo assim, o entrelace, a confirmação de demais escritores bíblicos.
Segundo ainda algumas análise, no século IV, Santo Agostinho considerava a possibilidade de haver um meio termo entre a condenação e a salvação, presumivelmente, baseado nessa antiga interpretação. É de se supor que para ele era muito pesado os que cometiam pecados considerados pequenos padecesse tanto quantos os que cometiam grandes pecados. Mas pecado é pecado, pela Bíblia, não há esse lugar que proporcione uma purgação para uma decisão final. Essa "purgação" é feita por meio de uma vida seguindo a vontade de Cristo.
No ano de 590, o papa Gregório Magno (590 a 604 d.C), também chamado de Gregório, o Grande, põe essa teoria em prática, e a mesma foi “aperfeiçoada” no Concílio de Trento (1563). Sempre os tais Concílios...
O termo "purgatorium" passou a ser usado séculos mais tarde pelo teólogo francês Pierre le Mangeur (1169-1173), para descrever uma localidade entre os céus e o inferno.
A Bíblia hebraica e evangélica, não menciona o Purgatório, o culto no rito de missas, acendimento de velas, nem o “pelo sinal da santa cruz” efetuado na frente da face, o uso de terço, nem orações pelos mortos, etc. Esses atos foram estabelecidos por meio de Tradições e confirmados nos Concílios promovidos pela liderança eclesiástica católica, cada um com suas datas específicas.
Portanto, se não está na Bíblia, não fazemos uso, e consideramos práticas inventivas, desnecessárias e algumas delas, heréticas.
Esse ensino da existência do purgatório, concebido pela Igreja Católica Romana, sustenta que o homem, mesmo morrendo perdido, pode ter uma segunda chance de salvação. Nem mesmo a Bíblia católica trás o vocábulo Purgatório, e sim, “tormento”, onde se supõe, erroneamente, que nesse lugar as almas sofrerão "apenas" tormento passageiro, como forma de purgar seus pecados até que sejam consideradas dignas de adentrarem os céus. Mas, o inferno em si é um lugar de tormento e não o é passageiro.
Veja os seguintes textos das Escrituras, que mostram a IMPOSSIBILIDADE do purgatório:
"Morrendo o ímpio (no pecado), perece a sua esperança; e a expectativa...” (probabilidade, chance - Provérbios 11.7).
"Fiel é esta palavra: Se, pois, já morremos com ele, também com ele viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará...” (II Timóteo 2.11,12).
"E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo...” (Hebreus 9.27)
Depois da morte “segue-se o juízo”, em outras palavras: se a pessoa estiver “quite” com Deus terá salvação; se não, terá a perdição, não há mais como fazer algo em seu favor, muito menos eles a outrem: “... os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma (do que se passa entre os vivos), nem tampouco têm eles daí em diante recompensa (ou seja, sua situação não é mudada pelos vivos); porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles, daí em diante, parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”. (Eclesiastes 9.4-6). Recapitulando.
- Nos livros apócrifos os anjos mentem
"E o anjo disse-lhe: Eu o conduzirei e to reconduzirei. Tobias respondeu: Peço-te que me digas: De que família e de tribo és tu? O anjo Rafael disse-lhe: Procuras saber a família do mercenário, ou o mesmo mercenário que vá com teu filho? Mas para que te não ponhas em cuidados, eu sou Azarias, filho do grande Ananias. E Tobias respondeu-lhe: Tu és de uma ilustre família. Mas peço-te que te não ofendas por eu desejar conhecer a tua geração” (Tobias 5.15-19).
Um anjo denominado Rafael, toma forma humana e mente sobre sua identidade. Um anjo de Deus não poderia mentir sobre a sua identidade, sem violar a lei de Deus. Todos os anjos de Deus foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a sua identidade. Nesse caso a origem do anjo era de uma família terrena e cita, inclusive, o nome do suposto pai. Os anjos só têm um pai: Deus. Veja como o anjo se apresenta para a mãe de Jesus:
"Ao que lhe respondeu (a Maria) o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar estas boas novas...” (Lucas 1.19).
A compreensão da Bíblia nem sempre se dá imediatamente, isso ocorre à medida que vamos amadurecendo espiritualmente, à medida que vamos frequentando a igreja, onde é dividido o conhecimento teológico o qual temos algumas limitações. “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho”. (Davi, Salmo 119.105).
Quem não aceita a Palavra como ela é, está se baseando na “verdade de sua mente”, de seu entendimento, na obstinação de seu pensamento errado, que não lhe parece, mas é enganoso.
"Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na verdade da sua mente, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração...”. (Efésios 4.17,18).
Nossa mente não deve “caducar”, moldar-se ao sistema mundano, não mais se espantando com o pecado, achando-o natural. Não deve adaptar-se à evolução desse mundanismo, que vem, sem nenhum temor, com suas regras sem fundamento na vontade de Deus, quebrando padrões espirituais e morais.
"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12.2).
A “renovação de nossa mente” dar-se-á por meio de novo conhecimento, de cunho espiritual, e esse conhecimento é adquirido à medida que lemos a Bíblia e cedemos aos seus conceitos e rejeitamos os conceitos mundanos, recusamos nos acostumar a ele, ao sistema. É libertador.
“Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração ao meu conhecimento. Porque será coisa suave, se os guardares no teu peito, se estiverem todos eles prontos nos teus lábios. Para que a tua confiança esteja no Senhor... Porventura não te escrevi excelentes coisas acerca dos conselhos e do conhecimento... (Provérbios 22.17-21).
A Bíblia está acima da igreja, pois não nasceu na igreja; nasceu no coração de Deus para a igreja, para ensinar o caminho da salvação. Não é o simples fato de estar em uma igreja, só obedecendo meras regras, que seremos salvos. Até por que lá existem pessoas sinceras, e outras nem tanto, que não são totalmente convertidas.
É importante conhecer e experimentar o Novo Nascimento que a miraculosa Palavra de Deus causa, nos tornando uma nova criatura. E então já não importa nossa vontade, nossos desejos, pois passamos a agir conforme a vontade de Deus em sua Palavra. Eu creio nas Escrituras porque o Espírito Santo me convence a crer, por que suas profecias têm se concretizado, provando, assim, que não é um livro qualquer, por que essa Palavra nos liberta e nos transforma, nos concede novos procedimentos.
"Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo". (João 3.3,6,7).
- Homens que foram perseguidos e mortos por causa da divulgação da Bíblia no período da Idade Média
A Idade Média foi um período que se deu entre 476 e 1456. Religiosamente ficou marcado pela influência da Igreja Católica, responsável pelos rituais religiosos, pela promessa de salvação e pelo tribunal da Inquisição.
A Igreja Católica tornou-se uma instituição poderosa e influente não apenas na religião, mas também na sociedade medieval. O período medieval era tido como obscuro, por isso, dentre outros motivos, a Idade Média também foi chamada de a "Idade das Trevas".
Na educação a Igreja Católica tinha o domínio da leitura e da escrita, e as únicas escolas e bibliotecas da época estavam nos mosteiros e abadias.
Em 1199 o papa Inocêncio III proibiu, sem autorização da Igreja, versões das Escrituras (a Igreja Católica exercia um poder centralizador, ainda hoje é possível ver resquício dessa centralização citado no exemplo do padre que acha que a Igreja Católica "escreveu" a Bíblia, portanto, por assim dizer, considerava-se a detentora dos direitos autorais. Vê se pode!). Muitos dos que ousaram contrariar a ordem dos papas, acabaram sendo perseguidos e tragicamente condenados na fogueira. Foram eles:
John Wycliffe:
Teólogo e famoso pensador inglês (1330-1384), traduziu a Bíblia para o inglês, de forma que a mesma pudesse ser disponível para todos, especialmente para os pobres. Via a alfabetização como a chave para a libertação dos pobres. Por fazer severas críticas ao papa, ao papado, ao sistema da Igreja, foi acusado de heresia, julgado e colocado em prisão domiciliar, se viu obrigado a renunciar a seu cargo de professor, amargando sérias consequências. Morreu de causas naturais.
Em 1427, a então liderança da Igreja, mandou exumar seus restos mortais e queimar seus ossos, para que seu túmulo não fosse reverenciado. John Wycliffe traduziu a Bíblia para o inglês médio (assim chamada uma fase da língua inglesa). A primeira edição foi publicada em 1382 e a segunda em 1385, pelo assistente de Wycliffe, João Purvey.
Jan Hus (1369-1415)
Jan Hus foi um dos principais precursores do protestantismo e teve um impacto significativo na história da Europa. Era um pensador e reformador religioso. Em 1402, inspirado pelos escritos de Wycliffe, ele usou sua posição para fazer campanha pela reforma administrativa da Igreja. Jan Hus acreditava em uma reforma que começaria pela alfabetização do pobre, assim sendo, encampou o projeto de dar às pessoas uma Bíblia para o povo tcheco, na língua deles, em vez de latim.
Essa tradução e publicação foram considerados provocativo, ele foi preso por heresia e condenado a ser queimado vivo na fogueira, também por fazer sérias críticas ao sistema religioso católico. Ao ser encaminhado para a fogueira, segundo relato, ele teria dito: "Hoje vocês assarão um ganso (na sua língua 'huss' é ganso) magro, mas em cem anos ouvirão um cisne cantar. Não serão capazes de assá-lo e nenhuma armadilha ou rede poderá segurá-lo". Esse cisne seria Martinho Lutero.
- Martinho Lutero (1483-1546, Alemanha):
Lutero, mais uma vez aqui citado, ficou marcado na história por ter sido um monge católico que iniciou um movimento de contestação à doutrina da Igreja Católica, ele queria apenas discutir os problemas na Igreja, apenas implantar algumas reformas, mas tudo tomou um rumo diferente.
Lutero estava irritado com a venda de indulgências, o pagamento de dinheiro à Igreja Católica em troca da remissão de pecados. Movido pela busca por um Deus misericordioso e pelo medo de não ter vida após a morte, no mosteiro onde estava, orava, jejuava e fazia confissão.
Depois de alguns meses ele foi ordenado sacerdote. Ele tinha em si um grande questionamento: "Que devo fazer para ser aprovado por Deus"? Passou a dedicar-se à leitura da Bíblia, para isso se aprofundou no estudo do hebraico e grego para melhor entender as Escrituras, chegando à conclusão de que a verdade da Bíblia era diferente da verdade que a Igreja pregava, abordando os principais temas:
A salvação era pela graça, pela fé; não pelas obras, não por meio de pagamento; daí o grande combate às indulgências que enchiam os cofres papais;
A Bíblia poderia ser lida por qualquer um, sem a mediação de outro (a Igreja considerava isso "perigoso", afinal o conhecimento bíblico libertaria as pessoas da manipulação eclesiástica);
Lutero declarou em suas teses que a Bíblia é a única referência da verdade; ao contrário do que a Igreja dizia, pois para a igreja essa referência encontrava-se na pessoa do papa. Ele era muito crítico em relação ao poder e riqueza da Igreja Católica.
Em 1517, quando já era professor de teologia ele escreveu suas 95 teses de crítica à Igreja. Para não ser preso ele se refugiou no castelo Wartburg, ficando exilado com ajuda de amigos, onde traduziu o Novo Testamento para o alemão. Martinho sofreu severa perseguição por questionar o poder absoluto da Igreja Católica e do papa, além de ter sido afastado da Igreja e excomungado. Ele casou-se com a freira Katharina von Bora, Lutero morreu em Eisleben em 1546.
Há quem pense que o interesse de Lutero era apenas de cunho religioso, todavia, as ações de Martinho Lutero resultaram em grandes benefícios para a sociedade: trouxe noções do que é a democracia, liberdade religiosa, ensino público gratuito, acesso à informação, livre exame e reflexão das Escrituras, etc.
- William Tyndale: (1484-1536).
Ele vivia na Inglaterra do século 16. A maioria das pessoas ainda não tinha ideia do que a Bíblia realmente dizia. Tyndale queria dar ao povo inglês uma versão acessível e atualizada (em termos de sinônimos para palavras mais rebuscadas, e assim, tornar mais compreensivo os textos bíblicos).
No entanto, ele precisava da permissão da Igreja. A Igreja Católica havia proibido qualquer publicação sem a permissão do papa, se isso tivesse persistido a Bíblia não chegaria a todos e a Bíblia ficaria restrita ao clero e eruditos, tão somente. No meio da impressão do livro de Mateus, Tyndale descobriu que as autoridades estavam em seu encalço, pegou seus originais e fugiu. Porém, ele conseguiu concluir sua tradução da Bíblia e as cópias inundaram a Inglaterra. Ele foi traído por um colega que o convidou para um encontro. Lá, foi preso, logo após acusado de heresia. Em 1536 foi queimado vivo na fogueira.
Aconteceu a mesma coisa com outros que também, se empenharam em tão honrosa tarefa.
A Igreja Católica se gaba de ter trazido, divulgado e até escrito a Bíblia, contudo, nas muitas pesquisas podemos observar que a Igreja fez muita coisa contrária, isso sim: impediu a impressão sem sua autorização (portanto, tirou a liberdade de alguém), perseguiu, prendeu e matou quem traduziu, aderiu ao uso de livros apócrifos duvidosos, e passou a ter teorias à margem da bíblia, reafirmados através de Concílios.
Se hoje nós temos a Bíblia devemos em primeiro lugar a Deus, em segundo lugar ao povo judeu, pois tudo começou com eles através da Torá, dos manuscritos, dos escribas, vindo depois o Novo Testamento, ditado, e contado por Jesus (judeu) e seus discípulos e apóstolos (também judeus), para só depois Deus usar homens, inclusive católicos também, para TRADUZIR, o que já estava escrito, e então, chegar às igrejas.
Escolha canônica dos 27 livros do Novo Testamento
Também encontrei um vídeo em que o Padre Paulo Ricardo, pernambucano, escritor e professor universitário, faz um questionamento quanto à escolha dos livros, quanto à lista dos vinte e sete livros que compõem o Novo Testamento, no tocante a isso, depois de certa explicação, ele interroga: "Quem disse que esses 27 livros foram inspirados por Deus? Quem determinou, quem estabeleceu essa lista"? E se pergunta por que, nós evangélicos, não aceitamos os sete livros a mais contidos na Bíblia católica, no entanto aceitamos a lista dos 27 livros do Novo Testamento?
E pude ouvir, em outro vídeo, o pastor Paulo Won, presbítero, professor e mestre em estudos bíblicos, dar uma explicação:
"Depois de Jesus muita coisa foi escrita. Quem decidiu a escolha dos 27? Não é "quem". Isso aconteceu durante um processo longo. A Igreja Cristã já nasceu com uma Bíblia, que era o Antigo Testamento, e a Bíblia como a temos hoje foi concebida através da herança judaica. Primeiro a escrever foi o apóstolo Paulo, outros autores bíblicos vieram na sequência. Na época tudo era muito difícil, esses escritos demoravam anos para ir de um lugar a outro. Até todos os livros do Novo Testamento ter uma aceitação universal demorou de 100 a 200 anos. Havia grupos hereges com sua própria lista. A Igreja (Primitiva) começou a fazer essa lista para combater as indevidas, ela acatou tais livros porque os mesmos já eram reconhecidos há muito tempo nas comunidades por todos. Posteriormente os Concílios foram reunidos, não para decidir o "canon", mas para confirmar o que a igreja já estava usando. A decisão final foi no Concílio de Catargo, onde ficou decidido os 27 livros e nada mais seria acrescentado".
A Bíblia impressa
Antes da imprensa de Gutenberg, existiam métodos de impressão por blocos de madeira que eram mais demorados e caros. Fazia-se um molde com os caracteres móveis e imprimiam-se quantas cópias o estoque de tinta suportasse. Os livros impressos por blocos de madeira tinham pouco impacto na população. Gutenberg mecanizou o processo de impressão.
Em 1450, Johann Gutenberg, um inventor alemão, criou uma inovação, fundida em metal, que revolucionou a comunicação. O primeiro livro impresso foi a Bíblia em latim, o primeiro livro a inaugurar a imprensa na história. Dá para considerar que foi por acaso a Bíblia, exatamente esse livro tão perseguido, tão religioso, a ser escolhido para ser o primeiro? Sempre houve um poder sobrenatural de Deus resguardando-o, inspirando e querendo que assim fosse.
Como a Bíblia chegou até nós brasileiros?
Como se sabe, a Bíblia é dividida em duas partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. Na Bíblia evangélica contém 39 livros no AT, e 27 livros no NT, com um total de 66 livros, com base na divisão da Septuaginta.
Vários foram os tradutores que se empenharam nessa tarefa, mas a Bíblia não fora traduzida de uma só vez, isso se deu, geralmente, em partes. Apesar do empenho de alguns, a Bíblia nunca deixou de ser perseguida e muitas traduções foram confiscadas e queimadas. Para nossa língua portuguesa quem ganhou destaque foi João Ferreira de Almeida, português, de origem católica, mas que se tornou protestante aos 17 anos, e começou traduzindo o Novo Testamento para a língua lusitana.
Em 1819, séculos após a morte de João Ferreira de Almeida, a Bíblia foi publicada em um só volume pela primeira vez por meio de empenho de cooperadores dedicados. Segundo John Mein, autor de “A Bíblia, e como chegou até nós”, conta-se que João Ferreira não era padre, como muitos suponham, mas um pregador do evangelho que se convertera por meio de um folheto espanhol, passando a congregar na igreja Reformada Holandesa, e que missionários holandeses se intitulavam a si próprios como padres dominicanos, daí o pequeno mal entendido.
Ferreira foi casado e pai de dois filhos. Faleceu em 1691. Anos mais tarde a Bíblia passaria por revisões aonde se chegou à ARA, “Almeida Revista e Ampliada”, muito divulgada em nossos dias.
Não foi fácil a Bíblia chegar ao Brasil, pois a coroa portuguesa estabeleceu uma lista de livros autorizados e não autorizados. A Bíblia era proibida.
* A proibição da Bíblia aos leigos e sua inclusão na lista de livros proibidos, data de alguns séculos atrás, foi decidido pelo clero católico no Concílio de Valença em 1287.
Em 1879, no Rio de Janeiro, foi editado o Novo Testamento publicado pela “Sociedade de Literatura Religiosa”. A Bíblia inteira foi concluída em 1917, “A Bíblia da Edição Brasileira”, que deixou de ser reeditada para dar lugar à edição de Almeida, mais popular, e por isso com mais termos compreensivéis.
Com a ajuda das Sociedades Britânicas e Americanas as publicações se ampliaram, mas em pequena escala. Em 1948 foi fundada a “Sociedade Bíblica do Brasil”, contribuindo com a expansão das Escrituras de forma acelerada em nosso país.
Não é de admirar que para a maior parte dos temas, aqui abordados, a Bíblia tenha sempre algo a nos dizer? Isso torna esse livro extremamente extraordinário, incomum. É como se ela fosse um grande mapa de nossas atitudes, estendido no chão. Onde colocarmos nossos pés, seja qual for a direção, ela tem uma orientação a nos dar.
Leia a Bíblia, procure visitar algumas igrejas evangélicas, seja assíduo àquela onde encontrou compatibilidade, mas não espere perfeição dos membros. Seja fiel a Deus. Afaste-se do pecado. Estude a Palavra de Deus.
Eu me deparei com uma reportagem da revista SUPER interessante (Editora Abril/2008) que em sua capa interroga:
“Quem escreveu a Bíblia? A religião diz que ela veio de Deus. Mas novas evidências revelam como os textos sagrados foram escritos – e manipulados – pelos homens”. Completa a revista em seu texto de capa. E mais: “Durante 1000 anos, outras pessoas, além das que iniciaram a escrita bíblica, continuaram reescrevendo, rasurando e compilando o texto que viria a se tornar o maior best-seller de todos os tempos: A Bíblia. Ela apresentou uma teoria para o surgimento do homem, trouxe os fundamentos do judaísmo e do cristianismo, influenciou o surgimento do islã, mudou a história da arte - sem a Bíblia não existiriam os afrescos de Michelangelo nem os quadros de Leonardo da Vinci - e nos legou noções básicas da vida moderna, como os direitos humanos e o livre-arbítrio”. Reconhece o texto da revista.
Há um consenso ao admitirmos que Deus utilizou-se de meios humanos para que a revelação divina fosse propagada. A palavra do Senhor é sagrada, mas foi escrita por meros seres humanos, contudo, guiados pelo Espírito Santo e escolhidos por Deus.
A revista não fala, e nem tem fé, da existência de um ser espiritual chamado Espírito Santo, cuidando para que o texto chegasse às mãos de alguns homens simples, para isso falava-lhes ao coração, à mente ou de viva voz, com a contribuição de fatos, cuidou para que esse livro atravessasse gerações. Homem nenhum “manipulou” a Bíblia Sagrada, digo, contudo, eles a reescreveram buscando sinônimos para que a compreensão se tornasse mais abrangente, tanto que se chegou à “Bíblia na Linguagem de Hoje”, para que fosse melhor compreendida. Houve alguma falha referente algum termo de tradução, em relação do significado no original? Por certo. Contudo, isso não altera sua essência de forma alguma.
Tomemos por base esse meu livreto. Eu escrevo e o reescrevo. A reescrita só traz progresso. Se eu o entregasse para que teólogos renomados o reescrevessem ele seria muito, mas muito bem reescrito, sem contudo, perder a temática central. Eu creio que assim foi feito em relação à Bíblia. Muitos a traduziram guiados pelo maior dos Teólogos: o Espírito Santo. Nada Lhe escapou. Nem sobrou nem faltou. Reescrita apenas no sentido de tradução e de sinonímia. Há unanimidade em afirmar que traduzir um texto não é nada fácil, pois uma única palavra tem significados variados.
Havia muito que ser escrito, segundo nossa limitada visão, tanto que não caberia em livros, contudo, o Espírito Santo quis exatamente o que temos em mãos. É obvio que isso só cabe em mentes crédulas. “Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus...” (Romanos 1.17).
"E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem". (João 21.25).
Já ouvi quem defendesse os sete livros a mais, na Bíblia católica, usando esse versículo, no sentido de, ora; se "muitas coisas há que Jesus fez", é normal que existam muitos livros, com muita narrativa sobre o povo de Deus, e aí, não consideram a canonicidade desses livros. Bastam que eles existam, então?
Há quem queira contradizer a Bíblia, quando levanta questões humanas, como a violência, supostos erros de alguns personagens. Para quem conhece a Bíblia e a aceita como sendo a Palavra de Deus, não se espanta. Mas não é Deus fantástico! Penso que Deus ponderou, se é que seja possível essa conjectura: “Vejam do que vocês são capazes! Eu não vou esconder nenhuma de suas fraquezas, de suas inclinações carnais. Sendo vocês tão vis, Eu continuo indo atrás de cada um. É, porque não foram vocês, com vossas “bondades” que me escolheram. Eu os escolhi, mesmo sendo quem são. Sabe, eu tive um “filho” que matou o próprio irmão por inveja. Teve outro, a quem eu dei tudo: reinado, glórias, riquezas, e do que ele foi capaz? Tramou contra o seu fidelíssimo general, desejou a mulher dele e forjou a morte de seu chefe militar colocando-o na frente de batalha, sabendo que ele morreria. Cometeu adultério e assassinato. Vocês podem apontar várias atitudes más de certos personagens, vendo apenas seu lado mau. Mas sabe o que disse esse homem que pecou horrivelmente? Veja”:
“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos...
Purifica-me com hissopo (planta de propriedade medicinal), e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável.
Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito.
Restitui-me a alegria da tua salvação (a que ponto chegou esse pecador)...
Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação...” (Salmo 51.1-16).
E a Palavra nos lembra ainda:
“Porque eu (Jesus) não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento” (Mateus 9.13).
Deus não ia permitir, mas esses autores poderiam tentar não publicar suas fraquezas, defeitos e pecados horríveis. Porém, eles foram sinceros, honestos. Mostrando quem era e como Deus os perdoou e os transformou.
Muitas vezes só vemos as más atitudes, a queda de um ser humano, seja ele pastor, padre ou um simples crente, e não vemos o quanto a alma dele se contorceu em dores diante de Deus, cheia de arrependimento e vergonha, buscando perdão, pelo menos por parte de alguns sinceros, e quando o arrependimento é mesmo sincero, como se deu com Davi, referido no salmo 51, Deus perdoa. Embora, a confiança jamais será a mesma. Só o tempo para provar.
“Respondeu-lhe o Senhor: ...terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer”. Êxodo 33.19. Deus faz como lhe apraz, como quer, com quem quiser, da forma que quiser e não nos deve satisfação. Por isso a Bíblia “nos” retrata como realmente somos. Só o sangue de Cristo pode nos purificar de todas as maldades.
E não pense que, para Davi, ficou apenas no perdão. Por causa dessa terrível transgressão ele pagou um preço alto chamado “consequência do pecado”. Ao praticar esse erro Davi desprezou a Palavra de Deus (“Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos”? II Samuel 12.9), que era rigorosamente ensinada ao povo judeu. Ele não poderia ficar impune, até por que seria um mau exemplo para seus súditos. Deus então decretou: “Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher. Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti...” (II Samuel 12.10,11).
“...o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6.23). Essa “morte” é a morte eterna, o inferno, quando se parte daqui sem arrependimento, sem mudança de vida. Essa “morte” pode ser também a “consequência”, a decorrência, o efeito, de nossos atos, o preço que se paga, que muitas vezes é danoso e irreversível, perante a vida.
Por Davi cometer tais pecados, Deus o perdoou, porém, não retirou dele o castigo. Ele e sua família padeceram sob o peso da violência, do conflito e até homicídio, pelo restante de parte de sua vida, aproximadamente vinte e cinco anos, afirma a Bíblia de Estudo pentecostal. Ninguém peca contra Deus e fica impune: “... a ti não te destruirei de todo, mas castigar-te-ei com justiça, e de modo algum te deixarei impune” (Jeremias 46.28). “O homem de grande ira tem de sofrer o castigo (ou dano); porque se (tu, Deus) o livrares, voltarás a cometer o erro de novo” (Provérbios 19.19).
As Escrituras registram alguns reveses resultantes das consequências dessas iniquidades: a morte da criança, fruto do adultério dele com Batseba; incesto cometido por seu filho Amnom, com a meia irmã deste; o assassinato de Amnom por seu irmão Absalão, como vingança; tentativa de Absalão em tomar o reino, o que fez Davi fugir; a execução de Absalão, o que o fez prantear, terrivelmente, a morte desse favorito filho. Mais tarde Salomão mata o irmão Adonias. Tudo isso por que Deus decretou que “a espada não se apartará de sua casa”, significando perdas e dor.
Davi tinha muito a agradecer a Deus, pois, apesar disso tudo, não recebeu o castigo da sentença de pena de morte e nem a condenação eterna.
Não é curioso que um livro tão “banal”, para alguns, “cheio de lendas”, segundo a visão de determinados intelectuais, seja o favorito das nações? O mais impresso, o mais lido, o mais distribuído? Na lista dos mais importantes desde muito tempo. Conhecemos algum outro livro que contenha todas essas características ao mesmo tempo? Não é de se supor que há um poder sobrenatural divino por trás?
A revista coloca mais uma dúvida:
“Segundo uma lenda judaica, a Torá (obra precursora da Bíblia), teria sido escrita por Moisés. Mas há controvérsias, pois existe um trecho da Torá que diz: “Moisés morreu e foi sepultado pelo Senhor...”. Ora, se Moisés é o autor do texto, como ele poderia ter relatado a própria morte”? Interroga a revista.
A resposta é que com certeza ele não escreveu a narrativa de sua morte ou a escreveu por revelação: “Assim Moisés, servo do Senhor, morreu ali na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor...” (Deuteronômio 34.5). “Conforme o dito do Senhor”. Deus pode ter revelado a Moisés que ele iria morrer com tal idade e de que forma, pois a localidade foi dita, e Moisés completou narrando sua condição física, na ocasião, como é citada. Da mesma forma como Deus orientou a morte de Arão. (Números 20.23-28).
Mas tudo isso são suposições. Havia outras maneiras para que a narrativa da morte de Moisés fosse narrada após sua morte, dentre elas, talvez Moisés tivesse um escriba (profissional que copiava manuscritos) que poderia ter dado continuidade ao texto.
Outra possibilidade, a mais provável, é que Josué, seu sucessor, tenha dado continuidade. Ele presenciou muitos acontecimentos. (Também os sacerdotes contribuíam com a escrita).
Depois da morte de Moisés Josué é escolhido por Deus para conduzir o povo até Canaã. Vejamos algumas passagens sobre ele:
“Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memorial num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué...” (Êxodo 17.14).
Deus é enfático ao citar o nome de Josué. O Senhor faz questão de que Josué tome conhecimento de certos fatos:
“Então Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu e disse: Meu senhor Moisés, proíbe-lho” (Aqui Josué lembra ao povo o que aprendeu de Moisés - Números 11.28).
Outros se questionam: “como poderia Moisés escrever tudo isso se ele não viveu na mesma época do acontecimento de certos fatos, narrados em Gênesis, por exemplo?”
“... meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa; boca a boca falo com ele, claramente e não em enigmas; pois ele contempla a forma do Senhor...” (Números 12.7,8).
O que acham que Moisés ficou fazendo nos quarenta dias e quarenta noites passadas ao lado de Deus? Cochilando ao lado dEle é que não foi. Moisés teve revelações profundas, diretas do próprio Deus, como por exemplo, a narrativa da criação: “a terra era sem forma e vazia”, “o Espírito de Deus pairava sobre as águas”, “disse Deus: haja!”, etc. Moisés não quis narrar como essas revelações foram ditas a ele, a exemplo do apóstolo Paulo que foi ao terceiro céu e propositadamente recusou narrar tal experiência em detalhes, pois, pessoas com um nível espiritual aquém não compreenderia e passariam a falar bobagens blasfemadoras.
“Depois disse Deus a Moisés: Subi ao (monte do) Senhor, tu e Arão... Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor...” (Êxodo 24.1-4).
Muitos têm em mente àquela imagem de Deus escrevendo na Pedra, apenas “Dez Mandamentos”. Deus ditou coisas fantásticas a Moisés, coisas que, provavelmente, ninguém sabia, até ali; bem como escreveu outras revelações feitas aos patriarcas, como Abraão, que foram contadas geração após geração, com o Espírito Santo velando para que tudo se perpetuasse. Esse foi o princípio oral. A própria Bíblia nos explica isso:
“Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antiguidade” (Salmo 44.1).
As pessoas duvidosas se enredam em suas próprias teias de incredulidade. Perdem muito tempo buscando provas e rebatendo as improváveis. Chegam a seu fim sem despertar o que há de melhor dentro de si: a fé.
Outra questão sempre apresentada pelos incrédulos é; se havia apenas Caim e Abel, de onde veio a esposa de Caim?
Adão e Eva tiveram filhos e FILHAS (Gênesis 5.4). Caim, portanto, nos esclarece a Bíblia de Estudo Pentecostal, deve ter se casado com uma de suas próprias irmãs. Tal relacionamento foi uma necessidade, no início, hoje isso não pode mais acontecer.
Posteriormente, com os casamentos entre parentes passou a se multiplicarem as anomalias biológicas nos filhos, esse tipo de casamento foi proibido (Levítico 18.6,9; 20.12; Deuteronômio 27.22,23).
E daí que Caim tenha se casado com a própria irmã? Isso aconteceu por causa do pecado. Veja que uma coisa leva a outra: desobedeceram, foram expulsos, foi cometido fratricídio, incesto. Deus sabia que eles iam procriar, e com certeza entre si.
Minha teoria é que, quem sabe, Deus fosse criar uma nação pura, sem inclinação para o mal, sem a carnalidade regendo. Íamos viver naquele belíssimo paraíso, onde tudo estava à mão. Mas o ser humano não passou no teste de Deus quando recebeu dele a ordem de não comer do fruto da árvore que estava no meio do Éden. São apenas cogitações. Que sabemos nós?
Ademais, eu não me importo com pormenores. “... Agora, porém, não é o momento de nos perdermos em pormenores” (Hebreus 9.5). Achei fantástica essa colocação.
Em dado momento o narrador de Hebreus, que explicava como se dava o culto nos primeiros tempos, abre um parêntese e alerta sobre pormenores de ordem espiritual que muitas vezes tomam proporção exagerada, degenerada, etc.
E de que me serve saber quem escreveu sobre a morte de Moisés ou quem foi a mulher de Caim? Se a narrativa lá não está exposta em detalhe é porque o Espírito Santo se incumbiu de tal registro exatamente dessa forma, e isso é verdadeiro. Se eu me puser a procurar piolho dentro de olho de macaco, eu vou começar a delirar.
Embora, para muitos, alguns conhecimentos bíblicos não devem ser aceitos, considerados, como prontos, do ponto de vista intelectual, sem que haja um questionamento, um aprofundamento argumentativo. Mas para nós a Palavra de Deus basta.
“... assim os pobres do rebanho que me respeitavam, reconheceram que isso era a palavra do Senhor”. (Zacarias 11.11).
Os humildes, em sua grande maioria, conseguem aceitar melhor a Bíblia como sendo a Palavra de Deus, do que os mais instruídos intelectualmente, uma vez que o conhecimento secular, além de abrir os horizontes, encheu também suas mentes de ceticismos.
Como sabemos que a Bíblia foi inspirada por Deus? Pela fé, e baseados no testemunho que Jesus dá sobre o Antigo Testamento: “Então ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram (Antigo Testamento)! Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24.26,27), e: “Hipócritas! bem profetizou Isaías (Antigo Testamento) a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim”. (Mateus 15.7,8). Inclusive, devemos considerar o testemunho da própria Bíblia sobre a sua natureza: “Toda Escritura é divinamente inspirada...” (II Timóteo 3.16,17). Acima de tudo, como tenho mencionado a fé: “Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras?” (João 5.47). Bem como os acontecimentos ocorridos conforme ditaram as profecias bíblicas.
A Palavra de Deus leva o homem a encontrar Deus e a si mesmo. Essa Palavra produz frutos que tornam o relacionamento humano fácil, acessível e amoroso. Por meio dela a humanidade unir-se-ia em amor e libertação. Como disse o pastor Márcio Valadão, da igreja Batista de Alagoinhas, Belo Horizonte: “A Bíblia nos mostra como estamos por dentro”.
SABE O MAIS IMPORTANTE DISSO TUDO? PEGAR A BÍBLIA E COMEÇAR A LÊ-LA! COM HUMILDADE, PEDINDO A DEUS SABEDORIA, PEDINDO A DEUS FÉ PARA CRER.
*(ênfase nos parentes feitos por minha pessoa)
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/palestina
https://www.google.com.br/search?q=quem+habitava+a+Palestina+nos+tempos+de+Jesus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escriba
bbc.com/portuguese
https://wol.jw.org
https://iteep.com.br>glossario
e-cristianismo.com.br
https://dehoniana.edu.br/wp-content/uploads/2019/05/FD-IGBb-bloco-4.pdf
evangelhoeterno.org.br
cnbb.org.br/sao-jeronimo
sbb.org.br/historia-da-biblia
https://cosmovisaoefe.wordpress.com
Mein, John. “A Bíblia e como chegou até nós”. 8ª edição. Rio de Janeiro, Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1990.
http://files.adparqueype.webnode.pt/
COELHO, Paulo. As Valkírias. 76ª ed. Rio de Janeiro. Editora Rocco, 1992
BÍBLIA de Estudo Pentecostal – AT e NT. Referências e Algumas Variantes. Trad. João F. de Almeida. São Paulo, CPAD/SBB, 1995.
BÍBLIA Sagrada (Eletrônica, AT e NT). Europa Multimídia. Programação: Leandro Calçada, Ilustração: Wilson Roberto Jr. Colaboração: Thélos Associação Cultural.
“REVISTA SUPER INTERESSANTE” - Quem Escreveu a Bíblia? - Editora Abril, São Paulo, SP, Edição 259, Dez/2008, pág. 59 a 67, por José Francisco Botelho.
https//.wikipedia.org/wiki/vulgata
https//.wikipedia.org/wiki/septuaginta
Vide tópico 56 - Referências Bibliográficas