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10 - Os anjos no livro de Apocalipse
10 - Os anjos no livro de Apocalipse

10 - Os anjos no livro de Apocalipse

Antes de falarmos dos anjos nesse livro contidos, falaremos um pouco do próprio livro, conforme explica o rodapé da Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD:

“Eu, João, irmão vosso... estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.

Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: A igreja em Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodiceia. E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi... ...um (ser) semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar (que desce até aos calcanhares), e cingido (rodeado) à altura do peito com um cinto de ouro; e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão (tipo de cobre) reluzente... e a sua voz como a voz de muitas águas.

... Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra(abraçou-o com a direita), dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último. Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve, pois, as coisas que tens visto...” (Apocalipse 1.9-18).

Apocalipse (“apo”, do Grego, “apó”; longe, distante, futuro e “kálypsis”, revelação).  Esse livro foi redigido já perto do final da vida do apóstolo João, e retrata as circunstâncias históricas do reinado do imperador romano Domiciano (81-96 d.C), acreditam alguns, que o mesmo exigiu que seus súditos lhe chamassem de “senhor e deus”. Outros especialistas defendem que, provavelmente, foi escrito durante o tempo que os cristãos foram perseguidos pelo imperador Nero (54-68 d.C.).

Sem dúvida o decreto do imperador originou um confronto entre os que se dispunham a adorá-lo e os crentes fiéis que confessavam que somente Jesus era “Senhor e Deus”, esses fiéis passaram a enfrentar grandes perseguições, dentre eles, o autor do livro de Apocalipse, João.

Por causa da Palavra de Deus João foi preso e condenado ao exílio na Ilha de Patmos, onde recebeu a mensagem apocalíptica. Os destinatários iniciais foram as Sete Igrejas que estavam na província a oeste da Ásia Menor.

O livro do Apocalipse é a revelação de Jesus Cristo, que foi comunicada ao autor de modo sobrenatural por Cristo glorificado, por anjos e visões que ele teve, bem como a revelação para a escrita de um conjunto de sete cartas.

As cartas endereçadas às Sete Igrejas do Apocalipse revelam que essas igrejas encontravam-se fora da verdade e da retidão bíblica. O livro foi enviado às igrejas para lhes fortalecer a fé, a firmeza e a fidelidade a Jesus Cristo.

As sete cartas sugerem que a tendência de algumas igrejas era acomodar-se no erro, aceitar falsos ensinos e adaptar-se aos princípios anticristãos prevalecentes no mundo. Além disso, é observada a apostasia, a perda da presença de Deus, do poder genuíno do Espírito Santo e da verdadeira mensagem bíblica para a salvação. Cristo reprova as igrejas que se desviam da fé bíblica, que se tornam espiritualmente mornas ou “mortas” e que deixam de andar pela orientação sagrada, para andar sob a influência mundana ou de teorias supostamente teológicas.

O Apocalipse revela, principalmente, os eventos dos últimos sete anos antes da segunda vinda de Cristo. Na primeira vinda ele nasceu, morreu, ressuscitou e ascendeu. A segunda vinda se dará sem que ninguém saiba, mas antes disso haverá o arrebatamento dos salvos, que, milagrosamente, passaram por uma espécie de “sucção” sobrenatural, para os intérpretes pré-tribulacionistas, e fala também da Grande Tribulação.

Os anjos estão nitidamente associados às visões, decretos e ordens celestiais.

O livro termina com advertências para que o homem atente para a mensagem e com isso obtenha a vida eterna.

Vejamos o papel desses anjos na revelação para os sete “anjos” das sete Igrejas do Apocalipse.

- As revelações do Apocalipse chegaram até João, na Ilha de Patmos, na Grécia, por meio do anjo de Cristo

“Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu. Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1.1-3).

Esse versículo, acima, apresenta Cristo, como autor das revelações, muitos anos depois de sua ascensão ao céu, revelações essas enviadas pelo seu anjo, com o objetivo de falar das coisas futuras.

 “Ao anjo da igreja em Éfeso escreve...”, “ao anjo da igreja em Esmirna escreve...”, “... da igreja em Filadélfia escreve...”, etc. (Apocalipse 2, 3).

O livro de Apocalipse nos fala de “sete anjos” que estavam à frente de sete igrejas da Ásia: “Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas...,” (Apocalipse 1.20).

Como anjo significa “mensageiro” (ou embaixador), os estudiosos entendem que esses “sete anjos” eram os líderes, pastores, bispos, que estavam à frente das referidas igrejas. São comparados aos anjos por levarem a mensagem espiritual ao povo, baseados na Palavra de Deus.

A respeito de alguns versículos, traremos algumas explicações logo abaixo dos mesmos, contidas na Bíblia de Estudo Pentecostal, para melhor compreensão do texto, da ação dos anjos, não exatamente do Apocalipse em si.

- Um anjo forte apresenta o Livro que contém a revelação para o futuro do mundo

“Vi na destra (no lado direito) do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, bem selado com sete selos. Vi também um anjo forte, clamando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de romper os seus selos?” (Apocalipse 5.1,2). 

Esse livro ou rolo, a que se refere o anjo, é da máxima importância, porque contém a revelação do que Deus determinou para o futuro da humanidade. A meu ver, além de um livro especial nos céus, aponta também uma revelação do aparecimento da Bíblia. Ele descreve como o mundo será julgado, bem como o triunfo final de Deus e seu povo sobre todo o mal. Quando cada selo é aberto, uma parte do conteúdo do livro é revelada numa visão. Os selos simbolizam fases do Julgamento.

O destaque é para um “anjo forte”.

- Os anjos anunciam quem é digno de abrir esse Livro

“E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque não fora achado ninguém digno de abrir o livro nem de olhar para ele. E olhei, e vi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos; e o número deles era miríades de miríades(de dez em dez mil); e milhares de milhares, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro (Jesus), que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Apocalipse 5.3-12). 

“E vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos...” (Apocalipse 6.1).

João ficou muito preocupado a ponto de muito chorar, mas Cristo, o cordeiro santo, fora achado digno de abrir o Livro.

- Os anjos presenciam a revelação da Grande Tribulação

“E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono... e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus... E um dos anciãos me perguntou: Estes que trajam as compridas vestes brancas, quem são eles e donde vieram? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu sabes. Disse-me ele: Estes são os que vêm da grande tribulação, e levaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu santuário...” (Apocalipse 7.11-14).

A Grande Tribulação é um tempo de Julgamento divino sobre o mundo que se achará na impiedade, impiedade esta que induziu muitos a rejeitar a Cristo, zombar de sua Palavra, de suas profecias; mas também um tempo de ira e perseguição satânica contra os que recebem a Cristo e sua Palavra, por meio da besta e do anticristo. Muitos os que não foram arrebatados reconsiderarão e aceitarão a Cristo, sofrerão terrivelmente como objetos da ira de Satanás, que liderará o anticristo, e retaliação por parte dos que odiarão os cristãos que ficaram para trás.

Anterior a tudo isso se dará o Arrebatamento da Igreja de Cristo na terra, como mencionado segundo a visão pré-tribulacionista. A promessa divina é de que os salvos, os leais a Cristo, serão preservados da “ira futura” (I Tessalonicenses 1.10), e da “hora da tentação”, termos simbólicos para um momento que será terrível (Ap 3.10). Esse livramento é válido para todos os fiéis a Deus. Embora haja controvérsia entre as denominações evangélicas quanto a essa interpretação.

O termo “arrebatamento” deriva da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado rapidamente e com força”. Refere-se à ocasião em que os salvos, que compõem a Universal Igreja do Senhor Jesus, em toda a face da terra, por meio de uma escolha que não leva em conta a intitulação ou denominação, serão arrebatados da terra para se encontrar com Ele nos ares. Antes, esses fiéis “vivos” serão transformados; seus corpos se revestirão de imortalidade (I Coríntios 15.51,53), sem experimentar a morte. Isso acontecerá “num abrir e fechar de olhos” (I Coríntios 15.52), como nos ensina a Bíblia. E aqui, Satanás justificará o arrebatamento dos crentes denominando-o de abdução por meio de extraterrestres, muito provavelmente será implantado um sistema de adoração aos mesmos, com direito a igrejas, etc.

Os enganados farão de tudo para agradar aos ETs, perdendo a oportunidade de se acertarem com Cristo, abrindo mão da última chance.

Os crentes de nossos dias só conseguirão escapar da Tribulação, dos julgamentos divinos na Terra, mediante fidelidade a Cristo. O conflito entre a retidão e o mal será tão grande que o termo mais cabível mesmo é “A grande Tribulação”, segundo os estudiosos.

“Foi-lhe concedido também dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Apocalipse 13.15).

A morte dos que não adorarão a besta provavelmente não será “rápida”, possivelmente haverá tortura. Nesse tempo será baixado um decreto ordenando o extermínio de todos que se recusarem a adorar o governante mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que resistirem ao anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com as próprias vidas. Portanto, bom é que sejamos encontrados dignos, perante Deus, de subirmos no Arrebatamento, nos alerta a Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.

Para os que ficaram e não aceitaram a marca da besta, e vencerem a terrível batalha, a Palavra de Deus garante: “... Disse-me ele (o anjo): Estes são os que vêm da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu santuário... Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem cairá sobre eles o sol, nem calor algum; porque o Cordeiro que está no meio, diante do trono, os apascentará e os conduzirá às fontes das águas da vida; e Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.” Apocalipse 7.14-17.

“Lavaram as suas vestes”. Não subiram no arrebatamento porque suas vestes espirituais estavam sujas, nessa ocasião essas vestes serão lavadas a preço de sangue.

- Quatro anjos vão danificar a terra e o mar, durante a tribulação, mas os fiéis serão poupados

“Depois disto vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, tendo o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado que danificassem a terra e o mar,  dizendo: Não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores, até que selem-os na sua fronte os servos do nosso Deus” (Apocalipse 7.1-3).

Nesse texto é mostrado um ato de precaução, por parte de um anjo, a favor dos fiéis a Cristo durante a grande Tribulação, ou seja, dos que não foram arrebatados, mas se arrependeram e procuraram viver para Cristo. O selo era um instrumento ou anel que imprimia num objeto a marca identificadora do dono. O selo de Deus em alguém o identifica como pertencente a Ele, e sob seu cuidado, nesse caso, as tais pessoas, “servos do nosso Deus”, não aceitaram o selo da besta para assim continuar tendo o selo de Deus.

- As orações dos salvos, dos santos, são envolvidas por incenso do anjo

“Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para que o oferecesse com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos” (Apocalipse 8.3,4).

Notemos que não haverá subtração das orações, nesse contexto, momento tão difícil para os santos, os mesmos tem suas orações protegidas, envolvidas por uma fumaça que sai do incensário do anjo, para Deus, supostamente. Em certo sentido Deus entesoura nossas orações “sobre o altar de ouro”. Em sendo assim, nesse caso, dar-se-ia a interferência de espíritos, soltos na “atmosfera” ou distante dela, daí a proteção do anjo divino, entre aquele que orou, e Deus, o receptor da oração.

Por outro lado, incenso é a queima de uma resina aromática que solta um agradável odor. Ao envolver as orações com a fumaça perfumada do incenso é uma forma de agradar a Deus por meio de “cheiro suave”: “como cheiro suave vos aceitarei...” (Ezequiel 20.41).

- Seis anjos trarão sete terríveis julgamentos no Juízo Final e o sétimo anunciará a grande vitória de Deus e de Cristo

O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo... ...lançados na terra; e foi queimada a terça parte da terra...

O segundo anjo tocou a sua trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se sangue a terça parte do mar...

O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas...

O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas...

O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caíra sobre a terra...” (Apocalipse 8.7-17).

O sexto anjo tocou a sua trombeta; e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus... ...Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam das suas bocas” (Apocalipse 9.13,18).

“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11.15).

O ajuizamento, a avaliação, é limitado a uma terça parte do mundo, porque o propósito do julgamento é advertir as pessoas, que não foram arrebatadas, e trazê-las ao arrependimento.

- Quatro anjos maus que se encontram presos serão soltos para castigar os ímpios

“... E foram soltos os quatro anjos que haviam sido preparados para àquela hora e dia e mês e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens” (Apocalipse 9.13-15).

- Alguns homens não morrerão com o castigo de algumas pragas, durante a Tribulação, porém não se arrependerão

“E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas (descritas em Apocalipse oito), não se arrependeram das obras de suas mãos (certas ações), para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. Não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces” (Apocalipse 9.20,21).

Os pecados mais graves, e ainda mais extremos, dos últimos dias da Tribulação serão: adoração aos demônios e à prática do espiritismo, ocultismo e magia (Deuteronômio 32.17; I Coríntios 10.20), homicídio, violência, feitiçaria e bruxaria. Tudo isso inclui a pretensa comunicação com os mortos, poderes sobrenaturais, paranormais e demoníacos com o propósito de manipular e influenciar pessoas.

Essas pessoas que “não se arrependeram” fizeram suas escolhas conscientes, eles optarão por viver no pecado, por persistir em suas rebeliões. Tudo irá de mal a pior, mas eles seguirão com seus corações endurecidos e odiando mais ainda a Deus, blasfemarão terrivelmente. Essa insensibilidade para arrepender-se denota o nível de depravação humana com seu apego aos prazeres pecaminosos. O senhor Jesus anteviu tudo isso.

- Um anjo apresenta o “Livrinho” que contém uma mensagem amarga, que afetará o destino do mundo inteiro

“E vi outro anjo forte que descia do céu, vestido de uma nuvem; por cima da sua cabeça estava o arco-íris; o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo, e tinha na mão um livrinho aberto... E fui ter com o anjo e lhe pedi que me desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o, e come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel. Tomei o livrinho da mão do anjo, e o comi; e na minha boca era doce como mel; mas depois que o comi, o meu ventre ficou amargo. Então me disseram: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis” (Apocalipse 10.1-11).

João fala, outra vez, de “um anjo forte”, percebemos que determinadas tarefas são incumbidas aos anjos de uma capacidade extraordinária e infalível.

A palavra de Deus é doce para seus servos; mas amarga para os que são contrariados em seus pecados, atitudes e entendimento. Também nos lembra de um advento que a princípio é extraordinário, maravilhosos; mas quem nessa ocasião for réu nesse julgamento o considerará pavoroso.

- O anjo anuncia a vitória total de Deus

“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11.15).

- O anjo fala da “batalha no céu”, onde Satanás é derrotado

“Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.

Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite” (Apocalipse 12.7-10).

A Tribulação significa, também, grandes conflitos espirituais. Satanás derrotado foi precipitado na terra e não lhe é mais permitido acesso ao céu, ele já não é uma força nos lugares celestiais (Efésios 6.12).

Satanás acusa os crentes diante de Deus, sua acusação é que os salvos servem a Deus por interesse pessoal, como está claro no exemplo de Jó, além de apresentar nossos deslizes, esquecendo que “o sangue de Cristo nos purifica de todo pecado” (I João 1,7) quando há arrependimento sincero.

- Na segunda metade da Tribulação o evangelho de Cristo será proclamado por um anjo

“E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo...” (Apocalipse 14.6,7).

Essa pregação será de alerta à humanidade para temer a Deus, dar-lhe glória e adorá-lo; e não ao anticristo. Não quer dizer que um anjo venha pessoalmente, talvez.

- O anjo adverte sobre adoração à besta

“Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro” (Apocalipse 14.9,10).

No Apocalipse o Anticristo tem um nome a “Besta”, e também um número, “666”. O número “seis” é analisado pelos estudiosos bíblicos como sendo o número do homem, da imperfeição, portanto, provavelmente, o anticristo será um homem com grande influência e poder político, e satânico, que se apresentará como sendo “deus”.

Aqueles que adoram a besta e recebem o seu sinal, que poderá ser na mão direita ou na testa, muito possivelmente um chip identificador, sob a pele, selarão seus próprios destinos, sofrerão o julgamento divino e serão atormentados eternamente. A advertência é dirigida aos incrédulos, aos que não foram arrebatados e tentados a negarem sua fé ante o grande medo do martírio.

- O anjo anuncia a grande matança no vale do Armagedom

“... Ainda outro anjo saiu do santuário que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada. E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras. E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus.”  (Apocalipse 14.15-19).

Harmegiddô (em hebraico, traduzido como “Monte Megido”, “Colina de Megido”, “Vale de Megido”), Harmagedōn (em grego clássico). Trata-se da batalha de Armagedom  (no português brasileiro), localizado, supostamente, no centro-norte da Palestina. Será o ponto central da batalha.

Satanás e os seus demônios reunirão muitas nações sob a direção do anticristo, com poderoso exército, a fim de guerrearem contra Deus, contra seu povo, e para destruir Jerusalém. Aqui é descrita uma antevisão da batalha. Cristo voltará de modo sobrenatural, destruindo o anticristo e seu exército.

É identificada na Bíblia como a batalha final de  Deus contra a sociedade humana iníqua, em que numerosos exércitos de todas as nações da Terra encontrar-se-ão numa condição ou situação em oposição a Deus e ao Reino de Jesus Cristo no simbólico “Monte Megido”. Segundo Jeremias (46.10) essa guerra será perto do rio Eufrates. No Livro das Revelações da Bíblia, conta-se que antes da batalha final, os exércitos se reunirão na planície abaixo de a Colina de Meggido.

Uma grande matança ocorrerá nos últimos dias da Tribulação, por ocasião dessa batalha.

- O anjo convida todas as aves para a ceia, depois da matança no Armagedom

“E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.” (Apocalipse 19.17,18).

Essa assombrosa “ceia” tem a ver com a batalha de Armagedom. Nessa ocasião, a destruição dos inimigos de Deus na Terra será tão grande, que haverá a necessidade de um excessivo número de aves de rapina para limpar o campo de batalha, pois não haverá tempo de enterrar a todos.

Estas pragas são os sete julgamentos finais sobre a terra, durante a Tribulação.

- Sete anjos têm domínio sobre sete pragas no Julgamento Final

“Depois disto olhei, e abriu-se o santuário do tabernáculo do testemunho no céu; e saíram do santuário os sete anjos que tinham as sete pragas, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos, à altura do peito com cintos de ouro. Um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira do Deus que vive pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 15.2-8 e 16 e 17).

Os que não abandonaram sua fé em Cristo, ao serem perseguidos, ameaçados ou mortos pelo Anticristo, são os vitoriosos sobre a besta, que não se submeteram a ela, nem aceitaram sua marca. 

- O anjo santo prende o anjo mau, Satanás, por mil anos (depois da vinda de Cristo)

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo” (Apocalipse 20.1-3).

Satanás será preso e amarrado, isso implica numa cessação total de sua influência junto às nações, nesse período. Depois de mil anos, ele será solto por pouco tempo para enganar aqueles que se rebelaram contra o domínio de Deus.

- O anjo mostra como será o céu, a cidade celestial, morada dos salvos, e Jesus garante uma nova vida e declara quem não entrará na cidade

“E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.

E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida.  Aquele que vencer herdará estas coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre (inferno), que é a segunda morte. ...e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva (a Igreja), a esposa do Cordeiro (Jesus)

E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a santa cidade de Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, tendo a glória de Deus; e o seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como se fosse jaspe cristalino; e tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Ao oriente havia três portas, ao norte três portas, ao sul três portas, e ao ocidente três portas. O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21.3-13).

João usa linguagem simbólica, metafórica, para descrever a cidade santa, cuja glória, afirma a bíblia de estudo, ultrapassa os limites da compreensão humana. É um novo mundo, transformado e redimido, onde Cristo reina com seu povo e a justiça é perene. A “Nova Jerusalém”, que Abraão e todos os fiéis esperavam da qual Deus é o arquiteto e construtor.

Os efeitos do pecado, tais como a tristeza, a dor, a mágoa, toda sorte de sofrimento, inclusive a morte, não existirão. Nunca mais haverá pranto (Oh, glória!).

- Um anjo traz sete taças que simbolizam as sete últimas pragas

“E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete últimas pragas...” (Apocalipse 21.9).

- A última referência aos anjos, em Apocalipse, é feita pela declaração de Jesus

“Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. (...) E quem tem sede, venha (beber na fonte que é Cristo); e quem quiser, receba de graça a água da vida (a Palavra de Deus). Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus. A graça do Senhor Jesus seja com todos” (Apocalipse 22.16-19).

As palavras do próprio Jesus atestam a seriedade do anunciado, por meio do seu anjo, e faz advertência quanto à adulteração da Palavra.

 

 

 

BÍBLIA de Estudo Pentecostal – AT e NT. Referências e Algumas Variantes. Trad. João Ferreira de Almeida. São Paulo, CPAD/SBB, 1995.

BÍBLIA Sagrada (Eletrônica, AT e NT). Europa Multimídia. Programação: Leandro Calçada, Ilustração: Wilson Roberto Jr. Colaboração: Thélos Associação Cultural.

http://www.gotquestions.org (batalha do Armagedom,sete-igrejas-Apocalipse)

Vide tópico 56 - Referências Bibliográficas