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44 - Culto às árvores
44 - Culto às árvores

44 - Culto às árvores

Vejamos também outros tipos de idolatrias, e maneiras combatidas pela Bíblia, como, nos altos (nos montes), debaixo das árvores e por meio de postes ídolos. Cultos a deuses ligados a natureza.

“Os que se santificam, e se purificam para entrar nos jardins após uma deusa que está no meio...  ...esses todos serão consumidos, diz o Senhor” (Isaías 66.17).

O culto às árvores sempre existiu e sobreviveu. Os bárbaros, particularmente os germanos e celtas, criam no chamado espírito da árvore, entidades que habitavam dentro destas, principalmente nos carvalhos mais velhos. 

No passado, o pinheiro estava ligado aos povos bárbaros, e o culto às árvores sagradas era muito apreciado pelos romanos. Eles tinham, inclusive, o sagrado carvalho de Diana, localizado num bosque também considerado sagrado, o “Santuário de Nemi”.

Para os germanos, o carvalho era a árvore do deus Donar, chamado também de Odin, Votan (Wodan). E foi por meio desses povos que se deu uma apreciação especial ao pinheiro, mais tarde usado como símbolo de Natal.

Quanto aos enfeites das árvores de Natal, segundo a Enciclopédia Delta Universal, são diversas as suas procedências. Provavelmente começaram com os escandinavos que decoravam suas árvores com redes de pescas, assim como os poloneses que o faziam com velas e ornamentos de papel brilhante. 

Em 1539 havia ornamentação com árvores nas casas e nas igrejas. Em 1671, havia comemorações na França, com árvores enfeitadas, ou seja, um costume de longos séculos. Muitos evangélicos são contra a árvore de Natal, por considerarem uma influência do paganismo. Vejamos alguns versículos que demonstra idolatria efetuada debaixo de certas árvores:

Carvalho/Árvore verde

Então sabereis que eu sou o Senhor, quando os seus mortos estiverem estendidos no meio dos seus ídolos, em redor dos seus altares, em todo outeiro alto, em todos os cumes dos montes, e debaixo de toda árvore verde, e debaixo de todo carvalho frondoso, lugares onde ofereciam suave cheiro a todos os seus ídolos” (Ezequiel 6.13).

Totalmente destruireis todos os lugares onde as nações que possuireis e serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros (elevações, montes), e debaixo de toda árvore verde; e derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e abatereis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar” (Deuteronômio 12.2-3).

“De quem fazeis escárnio? Contra quem escancarais a boca, e deitais para fora a língua? Porventura não sois vós filhos da transgressão, estirpe da falsidade, que vos inflamais junto aos terebintos (tipo de planta), debaixo de toda árvore verde, e sacrificais os filhos nos vales, debaixo das fendas dos penhascos? (Isaías 57.4,5).

“De quem fazeis escárnio”? Interroga o versículo. Contra o próprio Deus. Tal qual interrogou Jesus ao apóstolo Paulo quando este achava que estava somente perseguindo os cristãos: “Saulo, Saulo, por que ME persegues?” (Atos 9.4).

Os transgressores da Palavra de Deus ousam zombar dos fiéis, especialmente dos justos. Consideram retrógrados os que observam a Palavra do Senhor ou fanáticos.

O povo de Judá abandonou a Deus, se afastou, se dividiu, e passou a adorar os deuses das nações pagãs. Essa adoração incluía imoralidade, feitiçaria e sacrifício humano. Mas Deus não deixaria ninguém pecar assim, impunemente. Aqueles que transgredissem a sua lei iriam colher o que plantou.

Árvore frondosa

“Certamente destruireis todos os lugares em que as nações que haveis de subjugar serviram aos seus deuses, sobre as altas montanhas, sobre os outeiros, e debaixo de toda árvore frondosa; e derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, queimareis a fogo os seus aserins, abatereis as imagens esculpidas dos seus deuses e apagareis o seu nome daquele lugar” (Deuteronômio 12.2-3).

Árvore como aserá (ou Aserá, Aserah)

“Não plantarás nenhuma árvore como aserá, ao pé do altar do Senhor teu Deus, que fizeres, nem levantarás para ti coluna, coisas que o Senhor teu Deus detesta” (Deuteronômio 16.21,22).

Uma referência à Aserá, deusa Cananeia, muito antiga. Essa árvore, e a coluna, eram instrumentos usados no culto dessa deusa. Deus não aceitava a “mistura” como bem nos esclarece o versículo.

O culto a deuses pagãos, através de árvores que os representavam, antecede em milhares de anos ao nascimento de Cristo, e remete a suposto retorno à Árvore da Vida. “Vida”, nesse contexto, para os pagãos, significava fertilidade, reprodução, abundância e prazer. Os troncos de árvores, em que imagens dessa deusa eram esculpidas, eram preservados parte de seus galhos para assumir a suposta forma de “árvore da vida”. “Vida”, também, em significado sexual.

A palavra hebraica “asherah” é usada tanto para referir-se a Aserá (deusa árvore), deusa da fertilidade, conhecida tanto como mãe de Baal, como por mulher dele, e ainda para identificar uma árvore sagrada, ou poste-ídolo, que a representasse.

É consenso entre os comentaristas bíblicos que essa recomendação divina visava impedir toda a conformidade com os costumes idólatras dos gentios (daí o ideal seria não termos árvores de natal?).

Árvore de Natal

Segundo um folclore pagão, o deus Tamuz, com referência sobre ele na Bíblia, era considerado filho do deus sol. Tamuz morreu, enquanto sua mãe ainda estava viva e não se sabia onde estava seu corpo. Sua mãe ordenou a busca do corpo de seu filho, diz a lenda, que duraram quarenta dias.

Depois disso ele foi ressuscitado. Para comemorar seu renascimento foi instituído o uso do pinheiro, como oferendas pessoas eram degoladas em sacrifícios e suas cabeças eram penduradas durante a festa em honra a Tamuz, conforme explica a pastora Wilma Ribeiro em seu site.

“Depois me levou à entrada da porta da casa do Senhor, que olha para o norte; e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz...” (Ezequiel 8.14,15).

A Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) nos informa que Tamuz estava ligado à natureza, às estações. Quando chegava o outono chegava e acontecia a desfolhagem da vegetação muitos entendiam que Tamuz havia morrido, daí o choro das mulheres (Ezequiel 8.14). Quando tudo florescia Tamuz ressuscitava. 

Nos dias atuais, ou de tempos não tão remotos, algumas tribos ainda mantém este ritual. Encontramos aberrações como crânios humanos pendurados em galhos de árvores, prática dos devotos da seita tântrica, na Índia (lembrando a oferta com crânios feita a Tamuz, como lemos na lenda acima), que fazem oferenda à deusa Shiva. (ver no Google: “crânios pendurados em galhos de árvore em 2002”. Leiam também “A Verdade sobre o Natal” em www.averdadesobreofim.com.br).

Teria as bolas de enfeites, comuns a todos nós, originado nesses costumes profanos, pagãos, idolátricos, mas agora em nova versão mais aceitável? Vale refletirmos.

Os israelitas estavam proibidos de se ajuntar com os pagãos para participar de seus cultos, não deveriam visitar seus bosques sagrados, nem curvar-se diante de suas imagens nos lugares altos, mas isso não é tudo. Estavam também proibidos de manter bosques ou mesmo árvore próxima a um altar dedicado a Deus, para que o culto ao Deus verdadeiro fosse completamente diferenciado da adoração aos falsos deuses.

“... quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e abatereis as imagens esculpidas dos seus deuses...” (Deuteronômio 12.2-3).

Os bosques ao redor dos lugares de culto dos pagãos serviam para os adoradores enquanto participavam das orgias e sacrifícios humanos que ali eram oferecidos.

Não era preciso nem permitido nenhuma árvore ou tronco, de cunho idolátrico, próximo ao altar divino.

“Naquela mesma noite, disse o Senhor a Gidão: ...derruba o altar de Baal, que é de teu pai, e corta a (árvore) asera que está ao pé dele (enfeitando-o?). Edifica ao Senhor teu Deus um altar no cume deste lugar forte, na forma devida... Então Gideão tomou dez homens dentre os seus servos, e fez como o Senhor lhe dissera; porém, temendo ele a casa de seu pai e os homens daquela cidade, não o fez de dia, mas de noite.

Levantando-se, pois, os homens daquela cidade, de madrugada, eis que estava o altar de Baal derrubado, cortada a asera que estivera ao pé dele... Pelo que disseram uns aos outros: Quem fez isto? E, depois de investigarem e inquirirem, disseram: Gideão, filho de Joás, é quem fez isto.

Então os homens daquela cidade disseram a Joás: Tira para fora teu filho, para que morra, porque derrubou o altar de Baal e cortou a asera que estava ao pé dele. Joás, porém, disse a todos os que se puseram contra ele: Contendereis vós por Baal? Qualquer que por ele contender, ainda esta manhã será morto; se ele é deus, por si mesmo contenda, pois foi derrubado o seu altar” (Juízes 6.25-31).

Há todo um preparo para a árvore de natal, um cuidado, por meio de enfeites, de dedicação. Outro dia vi uma família no facebook honrando a própria árvore. Depois de todos os enfeites e luzinhas coloridas, a luz principal foi apagada, a árvore de Natal foi acesa e ovacionada. Gritavam, batiam palmas. Qual a ligação dessa árvore com Cristo e com a Palavra?

No dia primeiro de dezembro de 2018, segundo o Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, desse dia, duzentas mil pessoas assistiram a belíssima queima de fogos que durou sete minutos, por ocasião da inauguração de uma árvore de natal gigantesca, muito iluminada. Todo esse aparato e deslumbre por causa de uma árvore metálica?!

 

 

 

DELTA LAROUSSE, Grande Enciclopédia. Editora Delta S.A. Rio de Janeiro,1980.

BÍBLIA de Estudo Pentecostal – AT e NT. Referências e Algumas Variantes. Trad. João F. de Almeida. São Paulo, CPAD/SBB, 1995 (ISBN 85-263-0048-2-BEP).

BÍBLIA Sagrada (Eletrônica, AT e NT). Europa Multimídia. Programação: Leandro Calçada, Ilustração: Wilson Roberto Jr. Colaboração: Thélos Associação Cultural.

www.assembleiadeyahweh.com.br (Pastora Wilma Ribeiro)

www.montesiao.pro.br (“Quando Jesus Nasceu?”).

Vide tópico 56 - Referências Bibliográficas