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48 - Canalização
48 - Canalização

Dando continuidade aos termos utilizados por Paulo Coelho, temos ainda:

 48 - Canalização

Uma forma de mediunidade ou espiritismo da Nova Era. O receptor do espírito controla suas habilidades perceptivas e cognitivas para captar a informação paranormal. 

Paulo Coelho afirma que a canalização é diferente da mediunidade, pois esta exige certa perda de consciência durante o contato com os espíritos, “... a canalização era o processo mais natural que o ser humano usava para mergulhar no desconhecido. Era o contato com o Espírito Santo (?!), com a Alma do Mundo, com os Mestres Iluminados que habitavam lugares remotos do Universo” (p. 85). Ou seja: espíritos malignos que rodeiam a terra. Colocou o Espírito Santo no mesmo caldeirão dos demais espíritos, essa conciliação só se dá por meio de uma mente sem nenhum temor ao verdadeiro Deus.

Canalização é uma profunda concentração capaz de esvaziar por completo a mente, para que esta fique livre, desocupada. Mergulhada no vazio e silêncio de si mesmo, a pessoa, assim, poderá fazer “contato” com o mundo invisível. Mas eis que surge uma barreira, para os inexperientes, lamenta Paulo: uma barreira chamada segunda mente.

“E disse-me: Filho do homem, estes são os homens que maquinam a iniquidade, e dão ímpio conselho nesta cidade... E caiu sobre mim o Espírito do Senhor, e disse-me: Fala: Assim diz o Senhor: Assim tendes dito, ó casa de Israel; pois eu conheço as coisas que vos entram na mente”. (Ezequiel 11.2,5).

Segunda Mente

Acontece no momento da canalização. A voz da consciência aparece, pensamentos aleatórios surgem, impedem, involuntariamente, a concentração, o tal procedimento. A pessoa não deve preocupar-se, nem dar importância, apenas se concentra na voz da própria consciência, até esvaziar-se dela, até que ela não mais se manifeste, com a finalidade de impedir o contato, só então será aberto o “canal”. “Aberto o canal”, a pessoa fala o que vier à boca, e passa a ser um instrumento do “Universo” que a usa como bem quer, explica Paulo Coelho (não coloco isso como um ensino, mas como uma explicação).

O autor, de As Walkírias, utiliza mais de uma página para o ensino do uso da segunda mente, o jovem Took inicia e ele tenta concluir o ensino a Chris, na verdade o alvo é o leitor (p. 45, 81, 84).

Podemos perceber o abafo da consciência no meio disso tudo, um ensino maligno, pois a consciência é a voz interior que nos alerta se um ato ou pensamento é certo ou errado. É ela quem soa o alarme e pode nos fazer mudar de atitude, nos direcionar. O Espírito Santo faz uso dela e se nós a abafamos de forma constante, nos deixando levar pelo enganoso coração ou por mero racionalismo, o Espírito Santo se afasta, e seremos entregues a nós mesmos. Seremos nossos próprios guias. Entraremos no caminho do liberalismo, não condizente com Deus.

Chamada de ‘alma’, ‘espírito’, a consciência “é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo” (Pv 20.27), “...testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Romanos 2.15).

“Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo)...” (Romanos 9.1).

A consciência é uma ótima analista, conselheira e “testemunha”, se soubermos ouvi-la, se ela for bem instruída pelo Espírito Santo.  Mas em algumas situações, conscientes ou não, a abafamos.

A consciência tem “vida própria”, vai estar sempre conosco. Primeiro nos alerta, nos orienta, se contrariada, nos acusa. Nunca poderemos nos livrar dela por completo, podemos reduzir o número de vezes que ela vem ao nosso ‘encontro’, quando aí a mente estará meio cauterizada.

Mas lá longe... Como uma voz suave e distante vamos sempre ouvi-la. Nesse nível, contudo, jamais ela será considerada. Esse ensino visa abafar essa voz.

Mediunidade

Segundo a Wikipédia, “mediunidade, (para alguns, canalização), designa a alegada comunicação entre humanos (encarnados, vivos) e espíritos (desencarnados, que já morreram); ou a manifestação espiritual via corpo físico. Apesar de disseminada pela maioria das sociedades ao longo da história humana. 

Assim, em perspectiva espiritualista um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium ativo, e, por esse meio, pode se comunicar de várias formas, como oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência).

Fenômenos de ordem física incluem levitações (poltergeist), batidas (tiptologia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), voz eletrônica (electronic voice phenomena), etc. Também há a mediunidade de psicometria, que é muito usada como ajuda para a polícia, em alguns países. “Consiste em um médium ler impressões e recordações pelo contato com objetos comuns; e ainda a mediunidade de cura”.

Médium é aquele que serve de elo entre o mundo em que vivem os espíritos (plano espiritual, quarta vertical, quarta dimensão, mundo astral...) e o mundo terreno, assim, este se abre para que o espírito se utilize dele.

Paulo Coelho fala de canalização, que, segundo ele, difere de mediunidade, mas, segundo material de pesquisa, pode-se concluir que canalização e mediunidade significam a mesma coisa. Relembremos o que nos fala a Bíblia, também nesses versículos estudados lá atrás:

“E já Samuel era morto... E Saul tinha desterrado os necromantes (pessoa que invocam os mortos, dic. Houaiss) e os adivinhos. Pelo que consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.

Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me uma necromante, para que eu vá a ela e a consulte... Saul se disfarçou, vestindo outros trajes; e foi ele com dois homens, e chegaram de noite à casa da mulher. Disse-lhe Saul: Peço-te que me adivinhes pela necromancia (suposta arte de invocar os mortos, Houaiss), e me faças subir aquele que eu te disser. A mulher lhe respondeu: Tu bem sabes o que Saul fez, como exterminou da terra os necromantes e os adivinhos; por que, então, me armas um laço à minha vida, para me fazeres morrer? Saul, porém, lhe jurou pelo Senhor, dizendo: Como vive o Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso. A mulher então lhe perguntou: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel” (I Samuel 28-11).

“Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a adivinhadora para consultá-la, e não buscou ao Senhor; pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé” (I Crônicas 10.13,14).

 

 

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mediunidade

BÍBLIA Sagrada (Eletrônica, AT e NT). Europa Multimídia. Programação: Leandro Calçada, Ilustração: Wilson Roberto Jr. Colaboração: Thélos Associação Cultural.

COELHO, Paulo. As Valkírias. 76ª ed. Rio de Janeiro. Editora Rocco, 1992.

Vide tópico 56 - Referências Bibliográficas